A ciência identifica as áreas do cérebro ativadas da excitação ao clímax e abre novas fronteiras para o tratamento de disfunções sexuais da mulher
Monique OliveiraEntender o orgasmo é entender um pouco mais do cérebro. O ciclo que vai da excitação ao prazer sexual não só exige muito de nossa fisiologia (respiração, batimentos cardíacos) como a ele se juntam visíveis marcadores de alterações psicológicas, como a breve perda da autoconsciência. Compreender o orgasmo feminino, então, é avançar mais significativamente nessa tarefa. Afinal, compreender a fundo a sexualidade da mulher sempre foi um desafio para a ciência. Apesar das dificuldades, alguns estudos começam a descortinar esse processo.
Um deles, divulgado na última semana, é do psicólogo Barry Komisaruk, da Universidade de Rutgers (EUA). Com o auxílio de um aparelho de ressonância magnética, ele mapeou o que aconteceu no cérebro da terapeuta sexual Kayt Stukel do início da excitação sexual ao clímax. Komisaruk pretende usar as informações para tratar disfunções sexuais como a ausência de orgasmo (com um método em que a paciente possa ao mesmo tempo estimular seus órgãos genitais e assistir às reações de seu cérebro em tempo real). “Dessa forma, ela poderá tentar atingir as áreas estimuladas durante o ciclo sexual”, disse à ISTOÉ Komisaruk.
O cientista verificou que o processo acionou 80 partes do cérebro. Houve, por exemplo, atividade intensa do cerebelo (cujo papel no sexo ainda não está esclarecido) e do sistema límbico (associado às emoções). No clímax, há grande circulação sanguínea em todo o cérebro, um sinal de que o órgão está inteiramente mobilizado. Já a ativação do córtex pré-frontal ocorre somente na excitação. A descoberta de que existe a estimulação dessa área foi a grande contribuição de Komisaruk. A partir da informação, acredita-se que será possível desvendar o mecanismo por meio do qual fantasias sexuais (processadas nessa área) podem causar reações físicas.
Um deles, divulgado na última semana, é do psicólogo Barry Komisaruk, da Universidade de Rutgers (EUA). Com o auxílio de um aparelho de ressonância magnética, ele mapeou o que aconteceu no cérebro da terapeuta sexual Kayt Stukel do início da excitação sexual ao clímax. Komisaruk pretende usar as informações para tratar disfunções sexuais como a ausência de orgasmo (com um método em que a paciente possa ao mesmo tempo estimular seus órgãos genitais e assistir às reações de seu cérebro em tempo real). “Dessa forma, ela poderá tentar atingir as áreas estimuladas durante o ciclo sexual”, disse à ISTOÉ Komisaruk.
O cientista verificou que o processo acionou 80 partes do cérebro. Houve, por exemplo, atividade intensa do cerebelo (cujo papel no sexo ainda não está esclarecido) e do sistema límbico (associado às emoções). No clímax, há grande circulação sanguínea em todo o cérebro, um sinal de que o órgão está inteiramente mobilizado. Já a ativação do córtex pré-frontal ocorre somente na excitação. A descoberta de que existe a estimulação dessa área foi a grande contribuição de Komisaruk. A partir da informação, acredita-se que será possível desvendar o mecanismo por meio do qual fantasias sexuais (processadas nessa área) podem causar reações físicas.
ESTUDO
Komisaruk registrou a ação de 80 áreas cerebrais
Apesar das diferenças, há especialistas que discordam que a cada ativação de uma área sucede-se uma única resposta fisiológica. “O córtex pré-frontal, por exemplo, é responsável por inúmeras funções”, diz Martin Portner, neurologista especializado em sexualidade e autor de “A Inteligência Sexual”. A teoria mais aceita é que haja ligações e desligamentos simultâneos, já que a excitação e o orgasmo estimulam estruturas que antes do estímulo estavam sob controle de outras. “Esse efeito de controle precisa ser removido para que essas regiões sejam recrutadas para outro fim”, explica Portner. A desativação também seria a responsável pela momentânea perda de consciência. “Estruturas normalmente ligadas a decisões conscientes são praticamente desligadas no orgasmo”, diz Georgiadis.
Juntamente com essas conexões e desligamentos, é possível que haja outras vias neurológicas para o prazer. Foi o que mostrou outro estudo de Komisaruk, que mapeou o cérebro de duas voluntárias tetraplégicas. Elas tinham interrompida a comunicação, via medula espinhal, entre o cérebro e o resto do corpo. E mesmo assim atingiram o orgasmo pela estimulação do clitóris e da vagina.
Qual será a conexão que faz gerar e libertar o grito do Tarzan durante o orgasmo?
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