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12.10.2011

Cirurgia da Coluna

Técnicas corrigem hérnias de disco quase sem cortes

Paciente pode ter alta no mesmo dia; instabilidade das vértebras também tem solução rápida

Antônio Marinho e Lilian Fernandes

RIO — Para corrigir problemas de coluna, as cirurgias minimamente invasivas são uma realidade, especialmente nos casos de hérnia de disco e instabilidade das vértebras. Os avanços são impressionantes. As técnicas percutâneas (por meio de punção) permitem recuperação em menor tempo, afirma o neurocirurgião Eduardo Barreto, coordenador do Serviço de Neurocirurgia do Norte D' Or. Hoje, as hérnias são corrigidas com métodos como discectomias (retirada do disco), praticamente sem cortes, e com anestesia local e sedação. Normalmente, a pessoa se interna de manhã evai para casa à tarde. Antes, ficava três dias ou mais no hospital. Essa nova técnica pode ser aplicada com jato de água, radiofrequência ou por meio de instrumentos especiais.
— Não vale para todos, mas é um grande avanço. Também é possível trocar o disco desgastado por outro artificial. E, quando o sistema de sustentação da coluna está danificado, existe a opção de fixar segmentos (a artrodese) por métodos pouco invasivos — explica Barreto. - Na discectomia o disco doente é retirado e também substâncias tóxicas que provocam a dor. Isso é feito com o jato de soro fisiológico sob alta pressão.
Outro exemplo de técnica minimamente invasiva é a artrodese. Ela é indicada para pessoas que apresentem instabilidade da coluna vertebral, ou seja, dores nas costas e que exames complementares mostrem movimentação anormal da coluna vertebral.
Esse problema pode ser consequência de defeitos congênitos como a má- formação da coluna vertebral, o que facilita o escorregamento da vértebra, a espondilolistese. Isto comprime as estruturas nervosas, produzindo dor e dificuldade de realizar atividades diárias. Em pessoas acima de 40 anos, pode ocorrer a espondilolistese degenerativa, devido ao desgaste excessivo ou por alterações crônicas, como má postura, vida sedentária ou outra doença, explica Barreto. Antes, a correção desse problema exigia longos períodos de internação, às vezes, mais de uma semana, além de risco de complicações:
_ A artrodese por via posterior, minimamente invasiva, representa um enorme avanço, com reabilitação mais rápida.
Nessa técnica, o médico coloca um espaçador especial com osso do próprio paciente no espaço onde ficava o disco doente. Este disco desgastado perde altura e faz com que o orifício por onde sai o nervo fique mais apertado, alem de provocar uma sobrecarga nas articulações posteriores da coluna vertebral. O espaçador deve ser implantado através de um tubo especial e, ao mesmo, tempo se coloca os parafusos para dar maior estabilidade e promover a fusão óssea com enxerto ósseo na área da cirurgia, explica o neurocirurgião.
Próteses de quadril e joelho também são implantadas com ajuda de aparelhos navegadores. Não são robôs, mas agem como um guia, mostrando aspectos não visíveis a olho nu. Equipamentos do tipo Orthopilot e Acrobot colocam as próteses de forma milimétrica e com melhor alinhamento. Assim elas se desgastam menos. A margem de erro do médico também é menor. A técnica é indicada ainda na reconstrução de ligamento cruzado anterior e correção de deformidades da tíbia.
O globo.

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