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12.08.2011

A economia do papel higiênico

A notícia do dia é que o governo conservador da cidade de Barcelona resolveu fazer economia de papel higiênico nas escolas públicas. É serio. Estabeleceu-se uma cota de 25 metros mensais por aluno.
A piada pronta é: já pensou se fossem aplicar esta cota em relação às proposta dos governos da Espanha e da Europa para tirar o continente da crise?
Quantos quilometros de papel higienico seriam necessários para limpar tanta bobagem?
Como diz o Financial Times, hoje, os governos deixaram a situação agravar-se a tal ponto que “se a crise não for dominada agora, o preço do resgate comece a fugir das possibilidades de ação dos políticos.”
Ou seja: não é o Estado mínimo. É o fim do Estado, a ausência da política e da democracia.
Avaliando o que é preciso fazer, o jornal afirma que a “única maneira de os mercados recuperarem a confiança é colocar dinheiro sobre a mesa.”
O problema é que Angela Merkel e Nicolas Sarkozy pensam de forma diferente, diz o jornal. “Foi um começo pouco promissor. O que eles apresentaram foi pouco mais que um plano de estabilidade reforçado, baseado num diagnóstico equivocado da crise.”
Talvez seja essa a única discussão relevante no momento. O Velho Mundo afunda, num naufrágio que ameaça as principais conquistas e direitos sociais obtidos ao longo dos últimos 50 anos.
A pergunta é saber se isso ocorre por equívoco, por falta de alternativa. Ou se, do ponto de vista conservador, é justamente aquilo que deve ser feito.
 Paulo Moreira Leite
Revista Época

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