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12.23.2011

Nevirapina até os 6 meses reduz risco de mãe passar HIV para bebê


Recém-nascidos que tomam dose diária do antirretroviral têm menos risco de serem infectados
Mãe amamentando: estudo diz que uso prolongado do antirretroviral nevirapina reduz o risco de transmissão do vírus HIV de mulheres infectadas para seus bebês Foto: Lucíola Villela
Mãe amamentando: estudo diz que uso prolongado do antirretroviral nevirapina reduz o risco de transmissão do vírus HIV de mulheres infectadas para seus bebês Lucíola Villela
CAROLINA DO NORTE — As taxas de transmissão do vírus HIV de mães infectadas para recém-nascidos diminuem se as crianças tomarem, diariamente, uma dose oral do antrirretroviral nevirapina, uma estratégia que pode ser usada com segurança até que a criança tenha 6 meses ou deixe de ser amamentada no peito, o que ocorrer primeiro. As conclusões são de um artigo publicado pela revista “Lancet” e escrito por Hoosen M Coovadia, professor da Universidade de Witwatersrand, em Johannesburgo, e da Universitdade de Kwazulu-Natal, em Durban, na África do Sul; e da equipe de Kathy George, do Research Triangle Park, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
Os estudos mostraram que a nevirapina ministrada diariamente nas primeiras seis, 14 ou 28 semanas de vida são mais eficientes em evitar a tranmissão do HIV de mãe para filho por meio do leite materno do que uma única dose dada no nascimento ou nas primeiras semanas de vida. A nova pesquisa mostra que o resultado é ainda melhor se a profilixia for estendida até o sexto mês.
Cerca de 1.527 crianças fizeram parte do teste clínico. Todas receberam a dose de nevirapina habitualmene oferecida durante as primeiras semanas de vida. Após este período, algumas continuaram a receber o medicamento, enquanto outras tomaram placebo até os 6 meses de vida ou até suas mães pararem de amamentá-las.
Os pesquisadores constataram que 1,1% das crianças do grupo que recebeu nevirapina por mais tempo contraiu HIV, contra 2,4% do grupo que tomou placebo, o que os levou a concluir que houve 54% de redução na transmissão com a nova profilaxia. Contudo, a taxa de mortalidade não foi diferente entre os grupos: ficou em 1,2% no primeiro e em 1,1% no segundo. E cerca de seis crianças em ambos os grupos tiveram sérios efeitos colaterais.
— Após seis semanas de tratamento com uma dose diária de nevirapina, a continuidade do uso do medicamento até os 6 meses em crianças não infectadas por meio do leite materno de mulheres portadoras de HIV-1 é seguro, e resulta numa redução de mais de 50% na chance de haver transmissão do vírus de mãe para o filho por meio da amamentação, em comparação com o placebo. Nenhum outro estudo havia atestado diretamente o benefício da extensão (do uso) da nevirapina das 6 semanas de vida até os 6 meses, estabelecendo se o período prolongado é mais eficaz e se oferece mais segurança
O Globo

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