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12.10.2011

Raio-x dentário pode prever fraturas ósseas

Pesquisa

Mandíbulas inferiores com uma estrutura óssea escassa podem indicar uma maior predisposição a fraturas em outras partes do corpo

Raio-X: mandíbulas inferiores com estrutura óssea escassa podem prever o risco de fraturas em outros ossos do corpo Raio-X: mandíbulas inferiores com estrutura óssea escassa podem prever o risco de fraturas em outros ossos do corpo (Thinkstock)
O raio-x dentário, usado para análise dos ossos da mandíbula, pode ajudar a prever os riscos de fraturas ósseas futuras em outras partes do corpo. A descoberta, feita por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, acaba de ser publicada nos periódicos médicos Nature Reviews Endocrinology e Bone e no jornal Wall Street Journal.
A relação entre a estrutura mandibular e a existência de fraturas já havia sido traçada por estudos anteriores. Neles, os pesquisadores descobriram que pessoas que tinham uma estrutura óssea escassa no osso trabecular (estrutura óssea interna da mandíbula) tinham mais probabilidade de já terem tido algum tipo de fratura em outra parte do corpo.
No estudo atual, no entanto, os pesquisadores foram além nessa relação. Eles demonstraram que é possível usar as imagens de raio-x dentário para investigar a estrutura óssea da mandíbula inferior e, assim, identificar quem tem maiores riscos de ter uma fratura no futuro. “Essa estrutura óssea está diretamente relacionada com riscos de fraturas futuras em outras regiões do corpo”, diz Lauren Lissner, uma das responsáveis pela pesquisa.
Dados - O levantamento tem como base o Estudo Populacional Prospectivo da Mulher em Gotemburgo, que teve início em 1968. Dado que ele está em funcionamento há mais de 40 anos, o material de pesquisa é único. O estudo inclui 731 mulheres, que foram examinadas em diversas ocasiões desde 1968, quando tinham entre 38 e 60 anos. As imagens de raio-X da mandíbula delas foram analisadas em 1968 e em 1980, e os resultados relacionados à incidência de fraturas subsequentes.
Durante os 12 primeiros anos, as fraturas foram relatadas por elas mesmas durante as consultas. Somente após 1980 foi possível usar registros médicos para identificar fraturas: um total de 222 foram encontradas durante todo o período de observação. Os resultados apontam que a estrutura óssea da mandíbula era escassa em cerca de 20% das mulheres entre 38 e 54 anos, quando os primeiros exames foram realizados. Essas mulheres tinham ainda um risco significativamente maior de fraturas. Outro dado encontrado foi que quanto mais velha a pessoa, mais forte a relação entre uma estrutura óssea escassa na mandíbula e as fraturas em outras partes do corpo.
Embora a pesquisa tenha sido conduzida em mulheres, os pesquisadores acreditam que a relação também é válida para os homens. “O raio-X dentário contém diversas informações sobre a estrutura óssea”, diz Grethe Jonasson, pesquisadora do Centro de Pesquisa em Serviço Público Dentário de Västra Götaland, que deu início às pesquisas sobre fraturas. “Ao analisar essas imagens, os dentistas podem identificar pessoas que estão em risco elevado de fraturas.”

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