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12.22.2011

Uma linda obra do destino


Esta manhã a minha filha de 7 anos me perguntou por que coisas ruins acontecem com pessoas boas. Na cabeça das crianças só os bandidos deveriam sofrer acidente de carro ou ficar doentes. Aquelas pessoas que fazem tudo certo e são honestas, “como as crianças boazinhas, as mamães e as professoras da escola” deveriam ter um futuro feliz e iluminado, além de um presente especial do Papai Noel. Infelizmente nem sempre o destino – ou o acaso – é justo como gostaríamos que fosse. Nesses momentos, o melhor é acreditar que o futuro pode revelar surpresas positivas, mesmo quando tudo parece piorar em nossas vidas. Abaixo a linda história da ciclista holandesa Monique van der Vorst, de 27 anos, que recuperou os movimentos em um acidente de bicicleta.
Monique vivia confinada a uma cadeira de rodas desde os 13 anos, quando perdeu o movimento de uma de suas pernas após sofrer complicações em uma operação no tornozelo. Estimulada por amigos e pelos pais decidiu se dedicar ao ciclismo, seu esporte favorito. Monique passou a competir em jogos paraolímpicos conquistando seis títulos europeus e três mundiais. “Aprendi a lidar com muletas e cadeiras de rodas. Era algo desconfortável que limitava meus sonhos, mas eu era feliz com o que havia conquistado”,
Em 2008, no entanto, a situação piorou. Atingida por um carro enquanto andava em sua bicicleta adaptada, Monique sofreu um trauma na medula espinhal que a deixou completamente paralisada da cintura para baixo. “Parecia que o destino queria tirar a minha vida aos poucos. Eu tinha dúvidas se conseguiria reagir, cheguei a pensar em desistir de tudo, mas voltei a competir”, disse.
No ano passado, Monique se envolveu em um segundo acidente, desta vez com um ciclista. Seu corpo, no chão, entrou em espasmo e ela começou a sentir um formigamento inédito nos pés. Os médicos ainda estão investigando o que aconteceu. O fato é que Monique aos poucos recuperou os movimentos e voltou a andar. “É muito bom caminhar lado a lado com alguém e ser capaz de olhar diretamente nos olhos dessa pessoa”, disse.
Melhor que isso, segundo ela, é competir com os melhores do mundo. Assim que pode apoiar os dois pés no chão, recuperou a forma e trocou sua bicicleta de mão por um modelo convencional. No início desta semana foi contratada pela equipe holandesa de ciclismo feminino. “Meu sonho? Disputar as próximas olimpíadas e ganhar uma medalha”, disse. Seria bom se todas as histórias terminassem assim.
Època

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