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10.22.2011

Além da biologia: pesquisador britânico fala sobre como saúde pode ser afetada por fatores sociais e econômicos

Saúde pública

 Michael Marmot, autor do famoso estudo Whitehall, pioneiro em determinar a relação entre o surgimento da doença e os aspectos sociais associados a ela, diz que crise não é desculpa para diminuir investimentos em saúde

Natalia Cuminale, do Rio de Janeiro
Michael Marmot, professor de Epidemiologia e Saúde Pública da Universidade College London Michael Marmot, professor de Epidemiologia e Saúde Pública da Universidade College London (NHS Confederation/Divulgação)
"A questão é: qual o sentido de tratar as doenças das pessoas, mas depois mandá-las de volta para a mesma situação que as deixa doentes?" — Michael Marmot, professor da University College London e presidente da Comissão de Determinantes Sociais da Saúde na Organização Mundial da Saúde
A saúde não se limita ao fator biológico — ela é influenciada por condições sociais, ambientais e econômicas. Michael Marmot, professor da University College London, é um dos responsáveis por consolidar esse conceito. Ele liderou durante 30 anos pesquisas sobre as desigualdades relacionadas à saúde da população. Marmot é o principal autor do famoso estudo Whitehall que, em sua primeira fase, iniciada em 1967, acompanhou a vida de 18.000 funcionários públicos da Grã-Bretanha por cerca de 10 anos (o estudo Whitehall II foi iniciado em 1985). O estudo mostrou que pessoas que tinham um nível hierárquico inferior de trabalho tinham uma taxa de mortalidade três vezes maior do que quem estava em posição superior na hierarquia. Um fato que, segundo ele, pode ser replicado para todas as classes sociais.
"Qual o sentido de tratar as doenças das pessoas, mas depois mandá-las de volta para a mesma situação que as deixa doentes?", pergunta Marmot. Ele cita Glasgow, na Escócia, onde a expectativa de vida para os homens mais pobres é de 54 anos - enquanto os moradores mais ricos vivem até os 82 anos. Uma diferença de 28 anos. "As pessoas pensam: se todo mundo ao meu redor morre aos 54 anos, por que vou parar de fumar, limitar o consumo de bebida ou o consumo de calorias?", diz Marmot. Uma relação direta entre a condição social de um indivíduo e sua fisiologia.
Discutir estratégias para reduzir essa desigualdade é o tema da Conferência Mundial de Determinantes Sociais da Saúde, que ocorre no Rio de Janeiro até esta sexta-feira. Representantes de mais de 100 países do mundo, entre ministros e pesquisadores, se reúnem para estabelecer metas e melhorar os indicadores sociais de cada país. Promovido pela Organização Mundial da Saúde, o evento conta com a participação da presidente da entidade, Margaret Chan, do ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, e mais 60 ministros de outras nações.
Marmot, que preside a Comissão de Determinantes Sociais da Saúde na Organização Mundial da Saúde, e também é diretor do Instituto Internacional de Sociedade e Saúde, está no Rio para participar da Conferência e concedeu entrevista ao site de VEJA. "Não digo nada que eu não possa justificar baseando-me em evidências", diz o pesquisador.
Para o senhor, qual a importância de uma conferência como esta? É comum que, ao pensar em saúde, as pessoas pensem em assistência à saúde. É a primeira coisa que vem a cabeça da população e também dos governantes. A Comissão de Determinantes Sociais da Organização Mundial da Saúde, da qual fui presidente, trouxe um conjunto de evidências do mundo inteiro que mudou esse conceito. Está claro que você não precisa apenas de assistência à saúde para ser saudável. A saúde de um indivíduo vai além disso. Depende de aspectos sociais e ambientais. Quando uma pessoa fica doente,ela precisa de atendimento. Mas não é a falta de atendimento que causa a doença. Por exemplo, alguém que tem dor de cabeça, mas não tem aspirina. A deficiência de aspirina não é causa da dor de cabeça. Ela é causada por outra coisa. A questão é: qual o sentido de tratar as doenças das pessoas, mas depois mandá-las de volta para a mesma situação que as deixa doentes? Sabemos que as circunstâncias que as pessoas nascem, crescem e envelhecem, como o acesso a dinheiro e recursos, levam a essas condições na vida cotidiana. Alguma coisa deve ser feita.
Você é pioneiro na pesquisa científica sobre a relação entre o surgimento da doença e os aspectos sociais associados a ela. O que se sabe sobre isso até agora? Eu fiz – e continuo fazendo – um estudo longitudinal com funcionários públicos britânicos. É uma população muito interessante de se estudar. Eles excluem as pessoas muito pobres e também os muito ricos. Descobrimos uma gradiente social, ou seja, uma relação entre o nível hierárquico de trabalho e a saúde dos trabalhadores. Funcionários do governo que tinham cargos altos tinham uma saúde melhor do que aqueles com cargos medianos – e estes tiveram melhores resultados do que quem trabalhava em cargos piores. Por que isso importa? Quem disser que isso ocorre por culpa da pobreza, está equivocado. Porque o meu estudo na Grã-Bretanha não está falando de pessoas que vivem no limite da pobreza, com menos de U$1,25 por dia. O que encontramos neste estudo feito com funcionários públicos pode ser replicado para qualquer lugar do mundo — desde Porto Alegre até a Uganda, dos países mais ricos aos mais pobres. É claro que temos que nos preocupar com a extrema pobreza. Mas a preocupação não deve parar por aí. A igualdade de condições também é importante para a saúde das pessoas. A ideia é dar a toda população as mesmas condições de qualidade de vida e de saúde que têm as pessoas do topo da sociedade.
Como o status econômico pode afetar a fisiologia de uma pessoa? Diria que de duas formas. Uma delas é que pessoas com maior nível de instrução são mais ativas fisicamente, menos propensas a fumar e a se tornarem obesas, entre outros hábitos saudáveis. Então, com a educação, as habilidades e o conhecimento, você tem a atitude de controlar a sua vida e pensar no futuro. Tem o luxo de planejar o futuro. Em Glasgow, a expectativa de vida para os homens mais pobres é de 54 anos, enquanto os moradores mais ricos vivem até os 82 anos. Uma diferença de 28 anos. Há um exemplo de um conhecido em Glasgow que disse: “Eu não tenho plano de pensão para quando eu me aposentar”. Ao perguntar por que não, ele disse saber que não viveria tanto tempo. Se eu pensar que todo mundo ao meu redor morre aos 54 anos, por que vou ligar para parar de fumar, limitar o consumo de bebida ou o consumo de calorias? Ao olhar para as causas de morte em Glasgow, nós vemos que muitas têm a ver com drogas, envenenamento, suicídio e mortes violentas — são todas causas psicossociais. E essa é a outra forma. Em outras palavras, as pessoas sentem-se estressadas. Elas não têm o controle de suas próprias vidas e abusam de drogas e de álcool. Se por um lado, há um comportamento de risco, por outro há os causados por estresse, que também têm um efeito claro em relação à biologia.
Como a crise financeira mundial pode afetar as pessoas nesse sentido? De várias formas, em alguns países a qualidade de vida caiu. Nos últimos 12 meses, a inflação subiu cerca de 5% e os salários cresceram 1,2%. Ou seja, as pessoas ficaram quase 4% mais pobres somente neste ano. A crise financeira significa que as pessoas sentem-se pobres, elas estão pobres e as desigualdades aumentam.  Não apenas nas áreas econômica e social, mas também na saúde.
Como evitar esse cenário? Existem algumas recomendações. Investir no desenvolvimento da primeira infância, em educação, garantir o emprego e condições de trabalho, ter o mínimo de dinheiro para sobreviver, acesso à saúde e prevenção.
Como investir nesses fatores quando o problema é a falta de dinheiro? É uma questão de visão. Sabemos que para cada dólar gasto no desenvolvimento infantil, há um retorno de sete dólares. O que significa menos delinquência, menos crime, menos desemprego. É fato que não vai retornar amanhã, mas virá a longo prazo. O pensamento a curto prazo é extremamente perigoso para um governo. A crise financeira não pode ser uma desculpa para interromper o investimento em saúde. Você não pode parar de investir em desenvolvimento infantil e educação e justificar isso com a falta de dinheiro. Porque com isso viriam crises ainda piores. Não podemos arcar com isso.

Determinantes sociais da saúde

Saúde pública

Rio lança documento sobre determinantes sociais da saúde

Documento é o mais importante já lançado sobre o tema

Natalia Cuminale, do Rio de Janeiro
Maria Guzenina-Richardson, ministra da Saúde e de Serviços Sociais da Finlândia: defesa de uma "saúde sustentável" Maria Guzenina-Richardson, ministra da Saúde e de Serviços Sociais da Finlândia: defesa de uma "saúde sustentável" (Peter Ilicciev/Fiocruz)
A desigualdade é uma das principais questões de saúde pública atual. Tanto no Brasil como em países mais ricos, como a Inglaterra, há diferença na expectativa de vida de ricos e pobres, independentemente do tratamento médico recebido. A origem da disparidade é profunda e envolve diversos fatores, como tabagismo, alimentação e outros hábitos (leia entrevista com Michael Marmot). Nesta sexta-feira, durante a cerimônia de encerramento da Conferência Mundial de Determinantes Sociais da Saúde, realizada no Rio de Janeiro, profissionais de saúde de vários países lançaram uma declaração sobre os instrumentos necessários para promover o acesso igualitário à saúde. O evento, que teve início na quarta-feira, foi promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Composto por 16 itens, o documento foi elaborado por representantes de mais 100 países, que chegaram a um consenso sobre quais são as ações necessárias para melhorar questões sociais e ambientais que afetam diretamente a saúde da população. "Esse não e um documento técnico, é um documento politico. E um compromisso assumido pelos governos", afirmou Marie-Paule Kieny, diretora-assistente de inovação, informação, evidências e pesquisa da OMS.
Segundo o documento, a crise econômica global que afeta os países atualmente requer ações urgentes para evitar o aumento das desigualdades, prevenir a piora das condições de vida e também a deterioração dos sistemas universais de saúde. O tema foi bastante discutido durante todo o evento. "Está na hora de lutar pela saúde de uma forma sustentável", disse Maria Guzenina-Richardson, ministra da Saúde e de Servicos Sociais da Finlândia.
A declaração também passa por pontos sobre a necessidade de desenvolver politicas efetivas de saúde pública nos campos social, econômico, ambiental e comportamental visando a redução das desigualdades de saúde. "Só e possível garantir saúde para todos se houverem politicas especificas e diferentes para populações especificas e diferentes", disse o ministro da Saúde Alexandre Padilha, em seu discurso.
Brasil — Para Paulo Gadelha, presidente da FioCruz, essa declaração terá um peso maior no Brasil, pais escolhido para ser sede do maior evento da OMS realizado fora da sede, em Genebra. "Eleva a discussão a outro patamar. Com isso, o Brasil também traz para si uma enorme responsabilidade de melhorar seus próprios determinantes sociais de saúde", diz. "Fico muito feliz que os países concordam que saúde é muito mais que doença e hospital. É algo muito mais complexo que isso", disse o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão.
"Nunca tivemos algo tão avançado no campo de determinantes sociais da saúde", diz Paulo Buss, diretor da FioCruz. Apesar do resultado positivo e inovador, houve um questionamento sobre a falta de destaque a pontos cruciais. "Faltou ênfase no tema acesso a medicamentos, como acesso a novas tecnologias e políticas de patentes. Faltou também destacar a situação dos imigrantes, que muitas vezes tem dificuldades de ter acesso a um atendimento de qualidade." Outro ponto polêmico foi a falta de direções claras sobre a necessidade de um regime democrático para conquistar os objetivos das determinantes sociais da saúde.
Agora, o próximo passo é levar a discussão para a Assembleia Mundial da Saúde, organizada pela OMS anualmente. O objetivo, segundo Buss, é propor que os determinantes sociais de saúde sejam tema de uma Reunião de Alto Nível da Organização das Nações Unidas, assim como ocorreu este ano com as doenças crônicas não transmissíveis.

O SUS DA INGLATERRA

Saúde pública

No Reino Unido, um sistema de saúde universal e eficaz

Simon Burns, ministro da Saúde do Reino Unido, explica como é possível manter um sistema universal e gratuito mesmo com a crise financeira mundial e o envelhecimento da população

Natalia Cuminale, do Rio de Janeiro
O Ministro da Saúde da Grã-Bretanha, Simon Burns O Ministro da Saúde do Reino Unido, Simon Burns (Reprodução/simonburnsmp.com)
"Mesmo com a crise, nos comprometemos a não cortar o orçamento destinado à saúde. Conseguimos dinheiro cortando custos. No ano passado economizamos 4,3 bilhões de libras. Pretendemos reinvestir esse dinheiro economizado em serviços de ponta" — Simon Burns, ministro da saúde do Reino Unido
No Reino Unido, quando é preciso tratar alguma doença, estrangeiros, imigrantes ilegais, ricos e pobres buscam o mesmo serviço. Criado há 63 anos, o National Health System (NHS), nome oficial do sistema de saúde britânico, inspirador da criação do Sistema Único de Saúde no Brasil, é um modelo universal, gratuito e, acima de tudo, eficaz. Apesar de bem-sucedido, contudo, o modelo britânico também enfrenta desafios, como a crise financeira mundial e o envelhecimento da população. Segundo o ministro da Saúde do Reino Unido, Simon Burns, o momento exige adaptação das políticas de saúde às mudanças que ocorrem com a população. "Temos um serviço de saúde que sempre esteve envolvido com novos desafios e que nunca deixou de atender às necessidades da população", diz.
Simon admitiu que na Inglaterra, por exemplo, há uma diferença de dez anos entre a taxa de mortalidade entre pessoas que moram em bairros mais pobres ou mais ricos. Ele acredita ser necessário destinar uma atenção especial para reduzir esses gargalos. "Pretendemos contar com uma colaboração maior dos governos locais para a melhoria dos aspectos de saúde pública. Queremos que eles sejam mais proativos e que aumentem o papel deles nesses determinantes sociais (fatores sócio-econômicos que impactam a saúde da população)", diz o ministro da Saúde. Burns concedeu entrevista ao site de VEJA, durante a Conferência Mundial de Determinantes Sociais da Saúde, no Rio de Janeiro.
O Reino Unido têm um dos maiores e melhores sistemas de saúde do mundo. Como foi possível manter esse modelo funcionando por tanto tempo? Nós temos um serviço de saúde universal e gratuito há 63 anos. Então você tem saúde de base sem a necessidade de pagar por isso. Nesse período, a população aumentou significativamente e a idade das pessoas também aumentou. A população está vivendo mais tempo por causa dos avanços na medicina. Existem tratamentos novos, remédios novos. No ano passado, por exemplo, o orçamento farmacêutico aumentou em 6 milhões de libras. Então, temos um serviço de saúde que sempre esteve envolvido em lidar com novos desafios e que nunca deixou de atender às necessidades da população. Por isso, é preciso responder às novas demandas. E, com as economias que fazemos, podemos reinvestir em uma assistência ainda mais eficaz, garantindo a prestação de serviços de ponta.
Como assim? Chegamos ao poder (Simon Burns é do Partido Conservador, do primeiro-ministro David Cameron, cargo para o qual foi apontado em maio de 2010) no momento em que há uma situação econômica delicada, em que o governo precisa cortar os gastos públicos. Apesar disso, nos comprometemos a não cortar o orçamento destinado à saúde e à ajuda internacional. Criamos um plano chamado QIPP – qualidade, inovação, produtividade e prevenção, que visa economizar 20 milhões de libras a partir de cortes nas deficiências do sistema durante quatro anos. E pretendemos reinvestir esse dinheiro economizado em serviços de ponta. O ano passado foi o primeiro ano do projeto e conseguimos economizar 4,3 bilhões de libras. Esse é o nosso desafio: colocar em prática um plano de organização, já que o sistema de saúde está sempre mudando. Acredito que um projeto organizacional é o último estágio na evolução de um sistema de saúde.
E como as outras nações podem aprender a partir da experiência da Inglaterra? Os países precisam saber que há várias coisas boas acontecendo ao redor do mundo em diferentes áreas de assistência à saúde. É importante encorajar mais a colaboração entre as nações, com maior troca de informações sobre experiências positivas e sobre quais são as melhores práticas e os melhores resultados. Os resultados são muito importantes para os pacientes. Eles precisam ter acesso à cura ou a condições necessárias para lidar com a doença da forma mais confortável possível. Nesta quinta-feira, eu e o ministro da saúde brasileiro, Alexandre Padilha, assinamos o Memorando do Entendimento, um documento que estabelece acordos de cooperação entre os dois países, com mais troca de experiências em diversas áreas da saúde, desde melhores práticas até estratégias para lidar com o envelhecimento da população.
No Brasil, é possível encontrar realidades completamente diferentes se você comparar uma pessoa que vive em uma cidade do Sul do país com alguém que vive Norte, por exemplo. Segundo Michael Marmot (veja entrevista), em Glasgow, na Escócia, é possível encontrar uma diferença de 28 anos na taxa de mortalidade entre pobres e ricos. Isso também ocorre na Inglaterra? No bairro mais rico em Londres, a expectativa de vida tanto dos homens como das mulheres é dez anos maior do que em um bairro pobre do noroeste. Ter essa inequação em um país que detém um serviço público gratuito e universal, e que funciona, mostra o desafio do que ainda precisamos enfrentar.
O que deve ser feito? Após a criação de uma comissão sobre os determinantes de saúde pela Organização Mundial da Saúde, o último governo começou a olhar para os britânicos e ver o que poderia ser feito para diminuir o problema a desigualdade. Foi publicado um documento recomendando várias ações. Entre as principais está a mudança de foco e o fortalecimento de toda a área de saúde pública. Ver a saúde pública como sendo algo mais completo, abrangendo habitação, falta de educação, dieta ruim, causa de morte — tudo isso deve ser colocado em perspectiva para chegar a uma solução. Pretendemos contar com uma colaboração maior dos governos locais para a melhoria dos aspectos de saúde pública. Queremos que eles sejam mais proativos e que aumentem seu papel nesses determinantes sociais.
Como isso será feito? Haverá uma previsão orçamentária fixa para a saúde pública. Estamos trabalhando em uma fórmula segundo a qual destinaremos mais dinheiro a áreas em que as desigualdades são maiores. Se com o dinheiro os governos locais reduzirem os problemas causados pelas diferenças sociais, daremos a eles uma verba extra para incentivá-los a fazer isso ainda mais rapidamente. Outra coisa, que teremos pela primeira vez no Reino Unido, será uma obrigação registrada em lei para promover a redução de desigualdades. Achamos que é um grande passo porque nunca foi colocada em uma legislação antes.
O envelhecimento da população também preocupa o seu governo? Há alguma prioridade em relação à isso? Sim. A maioria das pessoas que vai ao hospital e precisa de cuidados permanentes são idosas, porque o envelhecimento vem acompanhado de complexos problemas médicos, muitas vezes mais do que um. Por isso nós precisamos garantir a eles o melhor cuidado e assistência.

Estudo inédito mostra que as novas gerações iniciam a vida sexual mais cedo, aderiram em massa à pílula e não aceitam apenas a palavra do médico

Pesquisa revela diferenças na escolha do método contraceptivo entre as mulheres brasileiras

Vivian Carrer Elias
Mudanças comportamentais e sociais: estudo analisou transformações entre mulheres de gerações diferentes Mudanças comportamentais e sociais: estudo analisou transformações entre mulheres de gerações diferentes (ThinkStock)
Poucas invenções foram capazes de criar transformações tão profundas na sociedade quanto a pílula anticoncepcional. Desde 1960, quando chegou ao mercado americano — e depois para o resto do mundo — ela vem sendo um motor de mudanças. Um estudo inédito feito pelo Ibope, divulgado nesta quarta-feira, mostra a extensão dessas alterações em gerações diferentes de mulheres brasileiras. A pesquisa foi desenvolvida por profissionais da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A pesquisa aplicou, em maio deste ano, um questionário em mil mulheres de dez capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Belém, Salvador, Recife, Fortaleza, Porto Alegre e Curitiba. As voluntárias foram divididas em dois grupos: aquelas que tinham entre 18 e 46 anos foram classificadas como sendo das gerações X e Y, e aquelas com idades entre 47 e 65 anos foram classificadas como geração baby boomer.
A primeira diferença entre gerações ficou clara na adesão ao uso da pílula. Entre as mais jovens, 68% fazem uso delas, contra apenas 27% das baby boomers. O que é natural, já que boa parte das mulheres da geração baby boomer já passou pela menopausa. As mulheres das gerações X e Y também disseram aceitar a indicação de métodos contraceptivos dos médicos levando em conta o custo acessível e suas necessidades e preferências, enquanto as baby boomers revelaram uma tendência de acatar a decisão do profissional sem considerar outros fatores. As gerações Y e X também mostraram que o fator renda do marido não é mais tão importante na escolha do contraceptivo (16% contra 31%), e revelaram que outros benefícios apresentados pelo método, como controle do ciclo menstrual e melhora da cólica, se tornam cada vez mais relevantes na hora da escolha: 36%, em oposição a 25%.
"Isso é um reflexo da maior quantidade de informação que chega às mulheres, tanto por meio dos veículos de comunicação quanto pelas amigas. As pacientes chegam cada vez mais jovens e exigentes no consultório quando vão buscar a indicação de um método contraceptivo", explica a médica ginecologista Cristina Guazzelli, professora da Escola Paulista de Medicina e uma das autoras do estudo.
Espera pelo casamento acabou — Quanto às atividades sexuais, o estudo deixa claro que a cada geração a idade da primeira relação diminui. Cerca de 80% das mulheres das gerações Y e X tinham menos de 16 anos quando fizeram sexo pela primeira vez, enquanto as mulheres baby boomers tinham, em sua maioria (47%), entre 16 e 20 anos quando isso aconteceu. Ainda entre as baby boomers, 27% iniciaram a vida sexual entre 21 e 25 anos. Somente 2% da geração XY começou nesta faixa de idade. Os motivos que levaram ao início dessas atividades também mudaram: 54% das mulheres da geração baby boomer disseram que o casamento foi o principal fator que levou ao início da vida sexual, enquanto esse número foi de apenas 4% entre as mais jovens.
Mais profissionais, menos donas de casa — Algumas mudanças reveladas já são percebidas pela sociedade há bastante tempo, como o aumento do papel profissional das mulheres. Entre as mulheres das gerações Y e X, 58% disseram considerar que exercem tal papel, enquanto somente 19% das mulheres da geração baby boomer responderam o mesmo. As participantes mais jovens também mostraram um aumento no papel de chefe de família: 56%, em oposição aos 18% das baby boomers. A pesquisa também revelou que as gerações mais novas se consideram cada vez menos donas de casa e esposas (38 e 35% das mulheres XY contra 63 e 59% das baby boomers), mas, mesmo assim, o papel de mãe continua sendo o predileto das duas gerações, 69 e 72%, respectivamente entre as XY e baby boomers.

A longa busca pelo equilíbrio perfeito

Poucos conseguiram mensurar o efeito libertário que pílula anticoncepcional proporcionaria: as mulheres estavam livres para o prazer. A luta agora é outra

Branca Nunes, Vivian Carrer Elias
Corpo feminino
"Antes, as mulheres queriam ser perfeitas donas de casa. Hoje são escravas do corpo. A fonte de satisfação continua a mesma: ser um objeto de desejo masculino"
Mary Del Priore, historiadora
“É mais uma invenção masculina para controlar nossas vidas e nossos corpos”, esbravejavam feministas no começo da década de 1960, depois da aparição no mercado das primeiras pílulas anticoncepcionais. Mais tarde, a escritora americana Pearl S. Buck, Nobel de Literatura em 1938, classificou a novidade como “um pequeno objeto que poderia ter um resultado mais devastador em nossa sociedade que a bomba atômica”. Nem Pearl, nem as feministas conseguiram mensurar o efeito libertário que a pílula teria anos mais tarde. No século XXI, esse é o método contraceptivo escolhido por 68% das mulheres entre 18 e 46 anos – integrantes das chamadas gerações Y e X –, segundo uma pesquisa encomendada pela Janssen Farmacêutica ao Ibope e divulgada nesta semana. A revolução decorrente da popularização da pílula permitiu às mulheres a prática do sexo por prazer. De acordo com 45% das entrevistadas, a formação de uma família perdeu espaço para a consolidação de uma carreira profissional entre as prioridades femininas. A batalha foi vencida, mas a guerra continua.
“Apesar de todas as conquistas, continuamos machistas”, sustenta a historiadora Mary Del Priore, autora de Histórias Íntimas, entre outras três dezenas de livros sobre temas que envolvem a condição da mulher na sociedade. “Antes, queríamos ser perfeitas donas de casa. Hoje, estamos escravas do corpo, do modelo Barbie de beleza. No fundo, a fonte da nossa satisfação continua a mesma: ser um objeto de desejo masculino”.
A pesquisa - Realizada num universo que abrange 1.000 mulheres espalhadas por 10 grandes cidades brasileiras, a pesquisa do Ibope procurou descobrir como as transformações sociais e comportamentais das gerações X e Y (mulheres nascidas depois de 1965) interferem na escolha do método contraceptivo, em comparação com a geração baby boomer (entre 1946 e 1965). Organizada por profissionais da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o estudo mostrou que a prioridade das boomers é a formação da família (59%), atividades do lar (17%), carreira e trabalho (14%), preocupação com a saúde (5%) e, por último, estar sempre bonita e na moda (4%). As XY, pensam bem diferente.
A artista plástica Flora Andrade, 27 anos, é uma típica representante dessa geração. Perdeu a virgindade antes dos 16 (assim como 80% das mulheres entre 18 e 46 anos) por “iniciativa própria” (39%) e em primeiro plano coloca a carreira e o trabalho (45%). A lista segue com a formação da família (31%), estar sempre bonita e na moda (10%), preocupações com a saúde (9%) e atividades do lar (4%). Curiosamente, tanto para as boomers quanto para as XY o papel de “mãe” precede o de “profissional”. Outra constatação relevante: 35% das XY se consideram “esposas”, mas só 21% se veem como “parceira sexual”. Para as boomers, essas porcentagens são de 59% e 13%, respectivamente.
“Embora ainda seja um número pequeno, o crescimento de 8% de mulheres que também se consideram parceiras sexuais é bastante significativo”, observa Carmita Abdo, professora do Departamento de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP). “Isso revela uma mudança da condição feminina ao longo das últimas décadas”.
Calcula-se que aproximadamente 80 milhões de mulheres no mundo usem a pílula anticoncepcional. No Brasil, o número gira em torno de 9 milhões. De acordo com o ginecologista Jarbas Magalhães, secretário da Comissão Nacional de Anticoncepção da Febrasgo, o segundo método contraceptivo mais comum no país é a laqueadura, usada por 20% a 30% das mulheres sexualmente ativas, seguido do Diu (7%). A soma de todos os outros métodos (veja a lista abaixo), como adesivos, anéis e implantes, não ultrapassa 1%.
“A pílula ainda é o anticoncepcional mais aceito”, afirma Magalhães. “Apesar disso, notamos que as pacientes jovens estão mais receptivas a métodos que não precisem ser tomados diariamente. A nova geração pensa no lado prático”. (continue lendo a reportagem)

Diferença de gerações - Para Mary Del Priore, a pesquisa reforça dados históricos que comprovam a mudança de mentalidade. Nascidas em famílias conservadoras, as boomers ganharam autonomia na maturidade, quando entraram no mercado de trabalho, descobriram que era possível separar a reprodução do prazer sexual e viveram a assimilaram o divórcio. “Nos anos 60, a separação ainda era considerada um tipo de lebra”, observa a historiadora. “A geração XY nasce da boomer. Ou seja, já chega ao mundo com essa sociedade em transformação”.
Carmita Abdo conta que tais mudanças contribuíram para que as mulheres iniciassem a vida sexual mais cedo e deixassem o casamento e a gravidez para mais tarde. “Hoje, o sexo reprodutivo começa a partir dos 32, 33 anos, quando se estabelece financeira e profissionalmente”, conta. “A vida sexual, entretanto, como uma prática basicamente erótica, inicia-se antes dos 16 anos e a diversidade de parceiros maior”.
As boomers idealizaram as mulheres inseridas no mercado de trabalho, ganhando dinheiro e desfrutando de plena liberdade sexual. O que parecia perfeito, não é.
O padrão Barbie - A obrigação de ser uma dona de casa exemplar foi substituída pela obrigação de ser impecável, acredita Mary. “As mulheres se tornaram escravas do espelho”. Mary lembra que o “padrão Barbie” reproduz a estética das prostitutas francesas que desembarcaram no Brasil no século XIX: loiras, altas, com seios fartos e magras. “Um tipo de beleza que destoa da nossa cultura, da chamada morenidade”, explica a historiadora. “A miscigenação criou mulheres mais baixas, curvilíneas. Ter como objetivo a Barbie destroça a auto-estima. Não é a toa que o Brasil é o segundo país do mundo em cirurgias plásticas. Estamos sacrificando nossa identidade física”.
Para Mary, o culto à imagem é uma nova forma de submissão. “No decorrer do século, a brasileira se despiu nas revistas e nas praias, mas acabou cobrindo o corpo de creme e silicone”, repete. “A beleza não é mais vista como um conjunto de qualidades que incluem a elegância, o olhar, o charme. A exigência completamente esquizofrênica de um padrão único de beleza aparece ao mesmo tempo que as academias de ginástica, nos anos 70. No passado, a velhice era um sinal de sabedoria. Hoje, o corpo causa ansiedade e frustração”.
A jornada tripla - Cuidados com a beleza são apenas mais um ingrediente no coquetel que incorpora trabalho, família e vida pessoal. “A mulher passou da fase de querer ser igual ao homem e, ao mesmo tempo, não encontrou o equilíbrio”, acredita Carmita. Segundo a pesquisa do Ibope, 56% das entrevistadas desempenham o papel de chefe de família – em oposição aos 18% das boomers.
A exaustão e o estresse chegaram juntos com a profissionalização. “Ao tentar copiar o modelo masculino, o único que conhecia até então, a mulher não conseguiu equilibrar o público e o privado”, diz Mary. “As europeias conseguem lidar com isso de maneira mais humana, porque lutaram por esses direitos. Na Alemanha, por exemplo, as mães têm um dia livre por semana para ficar em casa. As férias não são concentradas em um único período do ano. Existem maneiras de amenizar o sacrifício da jornada tripla. O problema é que a educação feminina no Brasil começou na década de 1920, 1930. São menos de 100 anos. Isso contribui para o atraso”. Para a historiadora, as mulheres deveriam, em vez de adotar valores masculinos, repensar e valorizar as virtudes femininas, criando uma ética própria.
A vida solitária - Os modernos princípios femininos passam pela valorização da vida solitária. “Vemos claramente que as meninas entre 20 e 25 anos querem não só retardar a maternidade, mas algumas vezes não ter filhos”, registra Magalhães. “É uma tendência que ainda não foi confirmada empiricamente, mas que aparece em consultas clínicas”.
Mary conta que só descobriu a “solidão criativa” nos anos 80, durante o pós-doutorado na França. Casada pela segunda vez, mãe de três filhos, viu que, por escolha próprias, algumas mulheres optavam por não constituir uma família. “Isso está chegando ao Brasil quase 30 anos depois”, observa. “Ficar para titia é uma ideia cada vez mais ultrapassada”.
Apesar das mudanças, o caminho ainda é longo. Para Mary, ele passa pela substituição da luta contra a balança, travada academias de ginástica, pela luta nas ruas. “Por incrível que pareça, a passeata que mais reúne público é a Parada Gay”, diz. “Ao mesmo tempo, não se consegue sequer juntar cem pessoas para reivindicar uma escola pública de qualidade. O coletivo cedeu espaço ao individual. Reverter essa lógica faria um bem enorme à mulher”.
Barbies, abelhinhas trabalhadoras, objetos sexuais, mães perfeitas – como sugere Carmita, o equilíbrio talvez esteja aí. Essa fórmula é a combinação perfeita das nossas filhas, mães e avós.

Conheça os métodos contraceptivos disponíveis atualmente

Camisinha

A mitologia grega já mencionava o uso de bexiga de cabra nas relações sexuais. Na Ásia do século X, a camisinha era uma improvisação de papel de seda lubrificado com óleos, usado para evitar doenças. Também há registros desse contraceptivo feito de tripa de carneiro, pele de animal, veludo e panos. Em 1870, o preservativo de borracha apareceu na Europa, mas era reutilizável. A camisinha descartável feita de látex apareceu em 1930. Além de prevenir uma gravidez indesejada, ela protege contra doenças sexualmente transmissíveis.
Veja

Moradores de Ipanema fazem protestos contra a criação de estação de metrô

Manifestação
Fabiola Gerbase (fabiola.gerbase@oglobo.com.br)

Moradores de Ipanema fazem um protesto contra a construção da estação do Metrô na Praça Nossa Senhora da Paz / Foto: Márcia Foletto
RIO - Moradores de Ipanema realizam um ato de protesto desde as 11h deste sábado, na Praça Nossa Senhora da Paz, contra a criação de uma estação de metrô no local. Cerca de 150 pessoas já passaram pela praça e deixaram o nome em um abaixo-assinado promovido pelos organizadores do protesto, membros do movimento Projeto de Segurança Ipanema.
Eles argumentam que duas estações - a já existente na Praça General Osório - e a que está prevista para o Jardim de Alah - são suficientes para o bairro e que a estação na Praça Nossa Senhora da Paz significaria a destruição do local e um grande impacto ambiental na região.
Um levantamento feito pelo Projeto de Segurança de Ipanema (PSI) apontou que a maioria dos moradores do bairro é contra a passagem do metrô por ali. No total, 1.168 habitantes votaram contra a construção da nova estação. Somente 123 moradores se mostraram a favor da novidade na praça.
O globo
Nota : Descriminar  é crime

ÓLEO DE COCO PODE AJUDAR A EMAGRECER


Óleo de coco pode ajudar a emagrecer
Saiba mais sobre as propriedades do óleo de coco. Ele pode ajudar a emagrecer!

Rico em substâncias antioxidantes, vitamina E e ácidos graxos essenciais, o óleo de coco é um forte aliado de quem pretende emagrecer e manter a saúde em dia. De acordo com a nutricionista Mariana Froes, consultora do Suadieta, o óleo de coco auxilia no combate aos fungos e bactérias, devido à ação do ácido láurico. “Isso melhora a flora intestinal e, consequentemente, o sistema imunológico”, disse.
A sua ação termogênica é essencial para o processo de emagrecimento, já que ela aumenta o gasto energético do organismo e gera a saciedade. Outra função de grande importância do óleo de coco é a capacidade de controlar o estresse e a fadiga, fatores que podem levar a um maior consumo de alimentos calóricos. “É importante dizer que ele auxilia na redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos e aumenta o HDL, o bom colesterol”, explica Mariana.
O óleo de coco pode ser usado tanto em preparações quentes quanto frias. Cai muito bem em saladas, pães, frutas, no cozimento e, também, na preparação de bolos. Segundo Mariana Froes, não há contra-indicações, mas é preciso ter moderação. “O ideal é procurar um nutricionista saber a quantidade ideal para cada pessoa, pois não podemos esquecer que trata-se de um óleo e quem quer perder peso não deve exagerar”, explicou.
A especialista diz também que o ideal é usar, em media, de 1 a 2 colheres de sopa de óleo de coco ao dia, dependendo da necessidade de cada pessoa. Na hora de comprar, o ideal é verificar se o óleo foi extraído a frio.
Estudos mostram que o óleo de coco atua também no combate à candidíase pela sua ação antifúngica, ou seja, ele combate os fungos do intestino, além de atuar na tireóide e nos níveis de insulina. “Essa ação é muito importante para prevenir a diabetes”,

ÁLCOOL PODE CAUSAR AMNÉSIA EM ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO

Álcool pode causar amnésia em adolescentes do sexo feminino

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos indica que os efeitos do álcool no cérebro feminino são perigosos e podem levar à amnésia.

O prejuízo causado aos jovens pelo consumo de álcool não é nenhuma novidade. Acidentes e comas alcoólicos são alguns exemplos. Amas, uma pesquisa acaba de incluir mais um item a esta lista: a amnésia. De acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos, com jovens entre 16 e 19 anos, as meninas que ingerem grande quantidade de álcool de uma só vez podem danificar a parte do cérebro que controla a memória e a percepção espacial.
O estudo sugere que o cérebro feminino, principalmente das adolescentes, é mais vulnerável aos danos causados pelo álcool porque se desenvolve mais cedo do que o masculino. Dirigir, jogar esportes com movimentos complexos, além de usar mapas para se guiar podem ser desafios para as mulheres que bebem demais em um curto espaço de tempo.
Foram realizados testes neuropsicológicos e de memória espacial com 95 jovens. Das 40 pessoas, 27 eram do sexo masculino e 13 do sexo feminino que bebiam muito de uma só vez. A ingestão de bebida passava de 1,5 litros de cerveja ou quatro taças de vinho para mulheres ou mais de 2 litros de cerveja ou uma garrafa de vinho para os homens. Os testes foram feitos, também, com 31 rapazes e 24 moças que não bebiam em excesso.
Os jovens que bebiam muito tinham menos atividade em várias áreas do cérebro do que as que não bebiam. De acordo com a autora do estudo, Susan Tapert, da Universidade da Califórnia, as diferenças na atividade cerebral dos jovens podem afetar negativamente outras funções, tais como pensamento lógico e capacidade de raciocínio.
A psicóloga, tutora do Portal Educação, Denise Marcon, faz um alerta sobre o assunto. Segundo ela, é comum observar um aumento no consumo de bebidas alcoólicas entre os adolescentes de ambos os sexos. “A pesquisa nos traz um dado importante: o quanto o álcool pode causar prejuízos para as meninas, causando até mesmo danos cerebrais. É preciso que os pais fiquem atentos ao comportamento de seus filhos e façam as orientações adequadas para evitar maiores complicações”,

Saudade não mata?

Saudade

Primeiramente a definição de Saudade - é uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular, "saudade", só conhecida em galego-português, descreve a mistura dos sentimentos de perda, distância e amor. A palavra vem do latim "solitas, solitatis" (solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde" e "saudar".



Saudade só não mata, porque tem o prazer de torturar

Recentemente, uma pesquisa entre tradutores britânicos apontou a palavra "saudade" como a sétima palavra de mais difícil tradução.

Podemos sentir saudade de muita coisa, tipo:

• de alguém falecido.

• de alguém que amamos e está longe ou ausente.

• de um amigo querido.

• de alguém ou algo que não vemos há imenso tempo.

• de alguém que não conversamos há muito tempo.

• de sítios (lugares).

• de comida.

• de situações.

• de um amor

A saudade pode gerar sentimento de angústia, nostalgia e tristeza, e quando "matamos a saudade" geralmente sentimos alegria



Saudade já é, por si só, uma palavra cruel. Imagina sentir saudade. Vivenciar e consumir (e ser consumido) diariamente este sentimento, se é que se pode chamar de sentimento... Uma sensação como essa é, no mínimo, maldade com o coração. Seja ela saudade boa, saudade má...
Dizem que saudade pode ser boa, gostosa, aquela saudade que aumenta o querer, mas Saudade, é saudade. E nada muda isso. Saudade dói, doce ou amarga, quente ou fria.



A palavra saudade não existe em muitos idiomas... saudade é a falta, é a dor que dá no peito, é a tristeza e a ausência da alegria. Saudade é aquilo que falta, é o nada. Saudade é a cruel vontade de rever, de sentir; saudade é o extremo dever de rever, sentir e saber! Saudade é aquilo que sinto do passado, aquilo que foi bom e que não volta mais, saudade daquilo que nem me lembro mais! Saudade de alguém, dos carinhos e abraços, das conversas e dos risos, até mesmo das broncas. Saudade da presença e da ausência!


Vamos de poesia?


Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida." (Clarice Lispector)

"A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar." (Rubem Alves)

"...Saudade é amar um passado que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É não ver o futuro que nos convida..."

"Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já..." (Pablo Neruda)



"Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue." (Adriana Falcão)

"Saudade é ser, depois de ter." (Guimarães Rosa)


Todos nós sentimos saudade, eu tenho saudade da minha infância, da minha escola, dos amigos do colegial, das brincadeiras de ruas, dos risos e loucuras .... daqueles que não tive a oportunidade de conhecer avós, tios, parentes distantes... amigos mesmo estando ao lado de vocês de nos vermos todos os dias, eu ainda sinto saudade...

Minha saudade é intensa que não dá pra descrever... eu sinto saudade e você ?

Desnudar as ilusões


É dentro de você que mora o divino" Joseph Campbell

‎"O Homem se autorrealiza na mesma medida em que se compromete com o cumprimento do sentido de sua vida"
(Victor Frankl)


"A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a Teologia. Abrangendo os terrenos material e espiritual, essa religião será baseada num certo sentido religioso procedente da experiência de todas as coisas, naturais e espirituais, como uma unidade expressiva ou como a expressão de uma Unidade"

A. Einstein

Por Katia Bueno

"Muitas pessoas têm medo de se confrontar com a própria realidade interior: poderiam descobrir aspectos feios ou desagradáveis de si mesmas. Afirmam que se conhecem e muitas vezes acreditam mesmo nisso. Gastam enorme energia numa fachada ilusória. Quanto mais ilusória é a fachada, mais desesperada é a defesa e maior o medo.

Paradoxalmente, só aprendemos a nos amar e aceitar quando paramos de tentar esconder nossa realidade interior e de nos esconder dela. Só podemos partilhar com os outros aquelas partes de nós que já descobrimos e aceitamos, e só podemos mudar aqueles nossos aspectos desagradáveis que já examinamos por inteiro e
reconhecemos que devem ser mudados. A descoberta de si às vezes pode ser arriscada.
 

A conquista de novas perspectivas pode transtornar velhos hábitos e atitudes e abalar sistemas de crença em sua própria base. Esse é, contudo, um passo essencial em qualquer processo de transformação.

As recompensas por esse processo de limpeza interior são grandes. A cada vez que desnudamos uma ilusão e abrimos mão dela, damos mais um passo na direção de
nosso eu verdadeiro, ilimitado e duradouro."


Gerd Ziegler

Imagem do artista: Gustav Klimt