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1.18.2012

Agressividade de crianças não pode ser recompensada, diz especialista

Se a criança usa a violência para chamar atenção, é preciso ter cuidado.
Brian Iwata pesquisa comportamentos problemáticos.

Tadeu Meniconi Do G1, em São Carlos (SP)
Há momentos em que ignorar uma criança é a melhor maneira de evitar que ela se torne violenta. A premissa é de Brian Iwata, da Universidade da Flórida, nos EUA, especialista em comportamentos problemáticos.
“O que consideramos comportamento problemático é a agressividade e as autoagressões”, explica o pesquisador, que veio ao Brasil para participar do congresso “Avanços na Pesquisa e no Tratamento do Comportamento Autista”, da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA).
Iwata não trabalha apenas com crianças autistas, mas elas são parte importante do grupo que é estudado. Ele estima que cerca de 15% dos autistas apresentem comportamento agressivo, e que outros 15% pratiquem autoagressões – “eles se batem, se mordem e se arranham”, esclarece.
Brian Iwata, pesquisador na área de análise funcional (Foto: Marcos Marin/Divulgação) 
Brian Iwata, pesquisador na área de análise funcional
Recompensa
“Há uma tendência na psicologia e na psiquiatria de colocar a causa do comportamento dentro da pessoa. Nós [da corrente de pesquisa de Iwata] tendemos a procurar fora da pessoa e descobrir o que, no meio ambiente, está mantendo esse comportamento. Quase sempre há algo no meio ambiente”, aponta.
Para Iwata, o que faz com que a criança continue com o comportamento problemático é o que ele chama de “recompensa”.
“Quando as crianças se machucam, os pais têm que dar atenção. O que os pais professores fazem com frequência é dar atenção demais em resposta a esse comportamento. E dão outras coisas: lanches, histórias, jogos”, conta.
Além da recompensa, existe outro processo, que Iwata chama de "fuga". Se a criança não quer fazer uma ação, pode se tornar agressiva ou se machucar para não ter que obedecer.
“Em geral, ou é algum tipo de recompensa ou é algum tipo de fuga”, diz o especialista. “Nós tentamos descobrir qual é o caso para depois descobrir qual deve ser o tratamento”.
Segundo Iwata, os métodos de tratamento estão cada vez mais precisos e específicos para cada tipo de comportamento e local onde é apresentado – em casa ou na escola. Ele considera também que as avaliações estão sendo feitas com mais rapidez, o que faz com que o comportamento das crianças seja tratado com mais facilidade.
G1

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