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1.26.2012

DESABAMENTO DE PRÉDIOS NO RIO


Chega a três o número de mortos em desabamento no Centro do Rio

Rio - Equipes dos bombeiros e Defesa Civil já resgataram, na manhã desta quinta-feira, três corpos nos escombros dos desabamentos de três prédios na Avenida Treze de Maio, número 44. Um edfiício de 20 andares desabou e, com a queda, os imóveis ao lado, um de oito e outro de quatro andares também ruíram. Os corpos encontrados são de homens adultos e foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML).
Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
Equipes seguem as buscas no local da tragédia | Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
A informação foi confirmada pelo comandante do Corpo de Bombeiros e secretário estadual de Defesa Civil, Sérgio Simões, em entrevista à BandNews. O prefeito Eduardo Paes confirmou na manhã desta quinta-feira que 19 pessoas estão oficialmente desaparecidas nos desabamentos. Seis pessoas se feriram e três morrerram.
As informações foram repassadas aos bombeiros por familiares que se concentram no centro de resgate, localizado na Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, em frente ao local do desabamento de dois dos três prédios.
>> FOTOGALERIA: Desastre no Centro do Rio
Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia
Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia
"O número que temos é de 19 desaparecidos. Os bombeiros trabalham intensamente para encontrar essas pessoas", afirmou Paes,  ao “Bom dia Rio”. O prefeito disse ainda que a possibilidade de explosão por conta de vazamento de gás nos desabamentos está descartada. De acordo com ele, a tragédia deve ter sido causada por um problema estrutural.
"Recebi informações que descartam possibilidade de explosão de gás. Mas temos que apurar o que aconteceu. Parece que existia uma obra de reforma num andar no prédio, que é um coisa autorizada pelo próprio condomínio. A maior probabilidade é de um problema estrutural. A Defesa Civil não havia recebido denúncia de abalo. A prioridade é ajudar os bombeiros no trabalho de resgate", disse o prefeito.
Bombeiros, policiais militares e equipes da Prefeitura trabalham no local para encontrar vítimas. Até o momento, cinco pessoas - quatro homens e uma mulher - foram encaminhadas feridas para o Hospital Souza Aguiar.
>> FOTOGALERIA: Desastre no Centro do Rio
Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia
Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia
Por conta do incidente, a Rua Evaristo da Veiga; a Avenida Almirante Barroso, entre Rio Branco e Senador Dantas, acesso à Avenida Rio Branco pela Avenida Presidente Vargas e Avenida Chile, encontram-se interditadas ao tráfego de veículos em ambos os sentidos. O desvio da Almirante Barroso para quem vem da Avenida Rio Branco está sendo feito pela Rua da Carioca. Quem vem da Avenida Henrique Valadares está sendo feito pela Rua Gomes Freire, acessando a Rua Mem de Sá e a Rua do Passeio.
De acordo com testemunhas, um tremor foi sentido pro volta de 20h30 junto de forte estrondo na hora do desabamento e uma grande nuvem branca tomou conta da região. Nos arredores do prédio foram ouvidos diversos gritos de socorro. Diversos veículos foram atingidos e há relatos de cheiro de gás no local. Cinco vítimas foram socorridas com vida logo após o desabamento e encaminhadas para o Hospital Souza Aguiar.
Arte: O Dia
Os feridos foram identificados como Marcelo Antonio Moreira, 50 anos, Francisco Rodrigues da Costa, 37, Cristiane do Carmos, 28, André Luiz da Silva, 37, e Alexandro da Silva Fonseca, 31. Marcelo é zelador do prédio de oito andares e teve um corte na perna. Francisco, operário de uma obra no edifício maior teve ferimentos leves e já foi liberado. André também teve ferimentos leves, além de dor abdominal

Alessandro trabalhava como decorador em uma obra no 9º andar e foi resgatado dentro do elevador sem hematomas. Ele ficará em observação até o meio-dia desta quinta-feira. Já o estado de Cristiane inspira cuidados. Ela foi atingida por um bloco de concreto e sofreu uma lesão na cabeça. Cristiane trabalhava no prédio como decoradora.
Um cordão de isolamento foi formado e um prédio ao lado de 21 andares foi isolado e também correria risco de desabamento. Pessoas chegaram a ficar isoladas nos andares mais altos, já que escombros atingiram as escadas e a portaria do prédio.
O trabalho dos Bombeiros foi dificultado por conta da quantidade de carros no entorno do prédio que desabou. Desde o momento do desastre, diversas pessoas saíram dos escombros, sujos de terra, muitos chorando e alguns ensanguentados.
Em virtude do desabamento a Secretaria de Estado de Saúde colocou em alerta todos os hospitais da rede pública estadual e as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da Tijuca e Botafogo, que são as mais próximas. O secretário de Saúde Sérgio Côrtes também esteve no local.
Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia
Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia
Às 21h13, a Light foi acionada para cortar a luz em toda a região e equipes já se dirigiram ao local para realizar o serviço. Ainda não há informações sobre as causas do desabamento. A CEG também foi acionada e desligou toda a rede da região. A empresa não sabe o que pode ter causado o desastre.
Dois fiscais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ) estão acompanhando os trabalhos da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. O objetivo é buscar as primeiras informações para detectar as causas do desabamento do edifício. Nesta quinta-feira, a partir das 9 horas, o presidente da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes (CAPA), Luiz Antonio Cosenza, estará no local para dar prosseguimento aos trabalhos.
O comandante do Corpo de Bombeiros, o coronel Sérgio Simões afirmou que não há risco de desabamento no prédio de 20 andares ao lado, que fica de frente para a Avenida Chile, e no prédio anexo ao Theatro Municipal. Simões disse ainda ser pequena a possibilidade de encontrarem sobreviventes debaixo dos escombros.
Um posto de referência, que estava na agência da Caixa Econômica Federal, foi transferido para o prédio da Câmara dos Vereadores. Lá, familiares podem buscar informações sobre pessoas desaparecidas.
Quatro estações do metrô fechadas
Visando a segurança dos passageiros, a direção do Metrô Rio fechou às 21h55 as estações Cinelândia, Carioca, Presidente Vargas e Uruguaiana, que ficam no entorno do desabamento. Nesta quinta-feira o funcionamento será nomal, informou o prefeito Eduardo Paes.
A linha 1 funciona de Saens Pena até a Central e da Glória até General Osório, sendo interrompida no trecho do Centro. A linha 2 funciona da Pavuna até Estácio. Para ir à Central, é preciso fazer a transferência para a linha 1. A baldeação será no Estácio para desafogar a estação Central.
Foto: Leitor @rodriggomiranda
Poeira branca tomou conta de ruas do Centro | Foto: Leitor @rodriggomiranda
Os técnicos da concessionária, junto à Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, começaram a avaliar na noite desta quarta-feira se a tragédia afetou alguma estrutura do metrô ou se há vazamento de gás na região.
Testemunhas relatam pânico
Um homem que estava em frente ao prédio afirmou que ajudou a retirar três pessoas feridas dos escombros após o acidente. Orlando Silvino, de 52 anos, estava em um churrasquinho na frente da construção e afirmou que as pessoas foram levadas para o Hospital Souza Aguiar, também no Centro.
O analista de sistemas Fernando Amaro, de 29 anos, também estava na frente do prédio e contou que fugiu das primeiras pedras que cairam antes do desabamento total. De acordo com Fernando, ele aguardava um grupo de 10 amigos que faziam um treinamento no 6º andar. Os bombeiros aumentaram o isolamento no local para impedir a aproximação de curiosos.
Reportagem de Bruno Menezes, Christina Nascimento, Clarissa Mello, Diogo Dias, Francisco Edson Alves, Guilherme Santos, Maria Luisa Barros, Pamela Oliveira, e Ricardo Albuquerque

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