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1.18.2012

Junk-food nas cantinas de escolas


Hábito alimentar em casa e com a família é mais importante no ganho de peso na infância


O consumo de fast-food em cantinas de escolas não faz muita diferença no ganho de peso na infância, diz estudo
Foto: Laura Marques/Agência GLOBO
O consumo de fast-food em cantinas de escolas não faz muita diferença no ganho de peso na infância, diz estudo Laura Marques/Agência GLOBO
WASHINGTON - Enquanto o percentual de crianças obesas triplicou nos Estados Unidos entre os anos 1970 e o final dos anos 2000, um novo estudo sugere que, pelo menos para estudantes do ensino fundamental e médio, o ganho de peso não tem relação com o consumo de doces, salgados e bebidas açucaradas nas cantinas das escolas. Os autores da pesquisa, liderados por Jennifer Van Hook, professora de Sociologia e Demografia da Universidade Estadual da Pensilvânia, ficaram surpresos com o resultado. Os dados foram publicados na edição deste mês na revista “Sociologia da Educação”.
A pesquisa usou dados do levantamento Early Childhood Study, Kindergarten Class de 1998 a 1999, que tem uma amostra representativa de alunos desde o jardim de infância até a oitava série. A equipe de Jennifer se baseou numa subamostra de alunos ( 19.450), sendo 59,2% na quinta série e 86,3% em escolas com junk-food. Mas enquanto houve um aumento significativo de alunos consumindo junk--food entre a quinta e a oitava séries, não houve aumento no percentual de estudantes com sobrepeso ou obesos. De fato, apesar do aumento da disponibilidade de junk-food, o índice de crianças e adolescentes com excesso de peso diminuiu de 39,1% para 35,4 por cento nas escolas.
- A mídia tem realizado uma série de reportagens mostrando como as escolas lucram com a venda de junk-food para os alunos e como elas poderiam ajudar reduzir o índice de obesidade na infância - diz Jennifer. - Então esperávamos encontrar uma conexão definitiva entre a venda de junk-food nas cantinas de colégios e ganho de peso entre a quinta e a oitava séries. Porém nosso estudo indica que quando se trata de problemas de peso, temos que investigar além das escolas.
Segundo a pesquisadora, as políticas que visam a prevenir o ganho de peso e a obesidade deveriam se concentrar mais no ambiente familiar e fora da escola.
- As escolas representam apenas uma pequena parte do ambiente alimentar das crianças - disse. - Além disso, as crianças estão muito ocupadas na escola; têm certos horários fixos para comer. Portanto, elas não têm um monte de oportunidades para se alimentar enquanto estão no colégio, ou pelo menos comer sem parar; comparados ao período que elas estão em casa - afirma.
Para os autores, as autoridades devem focar mais nas crianças pequenas. Estudos mostram que elas desenvolvem os hábitos alimentares e gosto por certos tipos de alimentos na idade pré-escolar; que podem ser definitivos.
- Então o ambiente escolar pode não fazer muita diferença .
O Globo

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