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1.18.2012

Vacina contra meningite B mostra eficácia em estudo

Uma nova vacina contra a meningite meningocócica B teve sucesso em testes feitos com 1.631 adolescentes no Chile, segundo pesquisa publicada nesta quarta-feira na revista médica "Lancet".
O tipo B da meningite meningocócica é o segundo mais comum no Brasil, perdendo para o C. A bactéria causadora da meningite meningocócica se divide nos sorotipos A, C, B, W-135, Y e o X.
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Somando infecções por todos os sorotipos, o Brasil teve 2.983 casos em 2010 e 605 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde.
A vacina contra meningite C está no calendário oficial de imunização infantil.
De acordo com o infectologista Esper Kallás, professor da Faculdade de Medicina da USP, já existiu uma imunização contra o tipo B, mas ela não era eficaz.
"A vacina induzia a uma proteção pequena e acabou em desuso." O médico afirma que o tipo B foi, entre os anos 80 e 90, a principal causa de meningite identificável. "Depois, a C virou maior, mas a B ainda atinge um contingente importante."
A dificuldade para fazer uma vacina contra a B é que segmentos da bactéria podem simular partes do corpo. "Teoricamente, uma vacina feita com essas partes poderia induzir uma resposta em forma de doenças autoimunes. Essa nova vacina não tem esses componentes", afirma.
De acordo com os pesquisadores, da Universidade do Chile, em Santiago, duas doses da nova imunização, com intervalo de seis meses, foram suficientes para induzir uma resposta imunológica em quase 100% dos adolescentes testados.
Os efeitos colaterais, diz o estudo, patrocinado pela Novartis, fabricante da vacina, foram leves e bem tolerados.
O resultado da imunização foi medido de acordo com análises laboratoriais que mostraram que os voluntários desenvolveram defesas contra a doença.
Isso indica que eles estão protegidos contra a meningite, mas só é possível ter certeza com um acompanhamento mais longo ou com mais pessoas.
Para Kallás, a mortalidade por meningite no Brasil ainda é alta, por falta de diagnóstico rápido e tratamento, feito com antibióticos.
Os primeiros sinais da doença são dor de cabeça, náusea e rigidez na nuca (que não aparece em todos os casos). Em manifestações mais graves, aparecem manchas avermelhadas na pele.
"A bactéria se multiplica muito rápido e o organismo tem uma reação inflamatória exagerada." Essa reação, chamada de sepse, pode levar à morte rapidamente.
Para reduzir a mortalidade, o diagnóstico rápido é crucial. "Mas o que controla de vez uma doença é uma vacina eficaz", diz Kallás.


Editoria de arte/Folhapress 

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