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2.28.2012

2012 não é o fim: é apenas parte do caminho

Precisamos ainda de muito esforço, cercado de perigos e inimigos, para assegurar uma direção generosa e humanitária para o planeta

Precisamos ainda de muito esforço, cercado de perigos e inimigos, para assegurar uma direção generosa e humanitária para o planeta
Eis que estamos em 2012, o ano do "fim do mundo". Será mesmo? Com convicção posso afirmar que não, absolutamente não. Parcelas - mesmo algumas sérias - da comunidade esotérica abraçaram, não sem alguma piscadinha de olhos provocativa, essa possibilidade. É pena: incoerência, equívoco, leviandade, erro. Quero explicar.
Quem, como deveriam todos, acompanha, de olhos bem abertos, a passagem dos anos, deve notar um positivo avanço no progresso recente da experiência humana como um todo. Em curto espaço de tempo, passos importantes foram dados, conquistas importantes alcançadas. Superamos obstáculos, vencemos dúvidas, consolidamos avanços.
Somamos - apesar de discretos tropeços e retrocessos - mais ou menos vinte, vinte e cinco anos bem produtivos para as questões da harmonia espiritual da humanidade. Mas é bom entender que o trabalho não está concluído, sequer vai pela metade. Há enorme desafio pela frente. Fácil prever sem erro: dependemos ainda de muitas mudanças, alterações abrangentes, transformações importantes que gerem efeitos decisivos. Não parece possível (estou segura) obter tudo isso nos próximos doze meses, até dezembro - data propalada como a "derradeira".
Em outras palavras: a tarefa que temos à frente, de construção de um futuro melhor, é gigantesca. Precisamos ainda de muito esforço, cercado de perigos e inimigos, para assegurar uma direção generosa e humanitária para o planeta. Antes de cumprir esse plano cósmico, nada deve terminar por aqui, não faria sentido do ponto de vista místico.
É perda de tempo e desperdício de boa energia ocupar tempo e consciência com uma questão sensacionalista e oportunista como esse apocalipse anunciado, esse Armagedom com hora marcada. Infantiliza as pessoas, já que coloca a existência em suspensão: nada para se preocupar, nenhum erro anterior para rever, para que amadurecer se tudo vai se acabar logo ali, depois da primeira curva?
Nossa obrigação, pelo contrário, é colocar olhos atentos ao caminho, reunir forças e esforços para fazer com que os acontecimentos ganhem sentido, afastem cenários indesejáveis e façam a vida valer a pena. Vamos compreender modestamente que estamos - histórica e espiritualmente - bem distantes do correto. Até chegarmos lá, nada de término precipitado de jogo. Bobagem.
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