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2.16.2012

Aperte o passo e força no aperto de mão

Caminhada mais lenta na meia idade pode indicar risco de desenvolver demência

Força do aperto de mão também é indicativo de problema, afirma estudo americano


Caminhada mais lenta na meia idade pode indicar risco de desenvolver demência, mostra estudo
Foto: Felipe Hanower
Caminhada mais lenta na meia idade pode indicar risco de desenvolver demência, mostra estudo Felipe Hanower
RIO — Pessoas de meia idade que andam devagar e têm um aperto de mão fraco poderiam ter maior risco de sofrer de demência ou derrame no futuro, avisam pesquisadores. Testes simples de habilidade física podem dar dicas sobre quem é mais propenso a desenvolver doenças como Alzheimer e, em menor extensão, sofrer um derrame, eles dizem. O estudo envolveu o monitoramento de mais de 2400 participantes com uma média de idade de 62 anos durante 11 anos.
As pessoas que andavam mais devagar eram uma vez e meia mais propensas a desenvolver demência depois dos 65 anos, comparadas com aquelas que eram mais rápidas. Pessoas com aperto de mão mais forte tinham 42% menos risco de sofrer um derrame ou um ataque isquêmico transitório (AIT) depois dos 65 anos, embora o risco não seja eliminado em idades mais jovens.
Erica Camargo, que liderou o estudo, disse ao "Daily Mail" que este nível de teste poderia ser realizado rotineiramente por médicos de cuidados primários e médicos de família:
— Estes são testes básicos de consultório que podem proporcionar um indicativo do risco de demência e acidente vascular cerebral e podem ser facilmente realizados por um neurologista ou um clínico geral.
Os participantes do estudo americano foram testados pela velocidade de caminhada, força do aperto de mão e função cognitiva, e fizeram exames no cérebro. Durante o período de acompanhamento, 34 pessoas desenvolveram demência e 70 tiveram um derrame.
— Enquanto fragilidade e o menor desempenho físico em idosos têm sido associados a um risco maior de demência, não tínhamos certeza de como isso impacta as pessoas de meia idade — explica Erica.
Os pesquisadores também descobriram que andar mais devagar estava associado a um volume cerebral total menor — menos células "cinzas" — e performance mais pobre de memória, linguagem e testes de tomada de decisão. Maior força de aperto de mão estava associado a volume cerebral total maior, assim como com melhor performance em testes cognitivos que pediam às pessoas que identificassem similaridades entre os objetos.
— Mais pesquisa é necessária para entender porque isso está acontecendo e se doença pré-clínica pode causar caminhadas mais lentas e menos força — acrescentou a médica.
Anne Corbett, da Sociedade Britânica de Alzheimer, comentou os resultados, em entrevista ao "Daily Mail":
— Antes de as pessoas tomarem a força de um aperto de mão ou a velocidade com que você atravessa a rua como parâmetros, são necessárias mais pesquisas para compreender porque e que outros fatores estão envolvidos. A boa notícia é que há muitas coisas para reduzir seu risco de desenvolver demência. Recomendamos que as pessoas comam dietas saudáveis e balanceadas, não fumem, mantenham um peso saudável, façam exercícios regularmente e chequem a pressão e os níveis de colesterol regularmente.
A pesquisa foi apresentada na última quarta-feira no 64º encontro anual da Academia Americana de Neurologia em Nova Orleans, nos Estados Unido
O Globo

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