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2.16.2012

Uníco jogo permitido é aquele.....

Jogos on-line fazem diminuir a felicidade no casamento

Estudo mostra que 75% dos cônjuges estão insatisfeitos com hábito cultivado por companheiros


O jogo World of Warcraft: vício em games on-line prejudica relacionamento
Foto: Reprodução
O jogo World of Warcraft: vício em games on-line prejudica relacionamento Reprodução
UTAH — Se você não suporta mais ver seu cônjuge com os olhos grudados no computador, imerso em intermináveis partidas de jogos de RPG on-line, saiba que não está sozinho. Uma pesquisa com 349 casais americanos de diferentes partes do país mostrou que este tipo entretenimento afeta negativamente a satisfação com o casamento. O estudo, feito pela Brigham Young University, teve suas conclusões publicadas no “Journal of Leisure Research”.
Entre os participantes da pesquisa, 75% deles afirmaram que adorariam se seus parceiros empregassem menos esforços em ajudar ou combater anões, gnomos, príncipes e monstros e se preocupassem mais em viver seu casamento. Os pesquisadores, liderados pela estudante Michelle Ahlstrom e pelo professor Neil Lundberg, especializado em gestão de atividades lúdicas, estudaram 349 casais para entender de que maneira RPGs como “World of Warcraft” afetam a satisfação matrimonial dos jogadores e de seus cônjuges.
— É sabido que muitos casais têm problemas causados por jogos — diz Lundberg. — Isso realmente tem um impacto negativo no casamento, particularmente quando os maridos são jogadores pesados.
A pesquisa confirmou uma crença popular e revelou detalhes interessantes. O que mais incomoda aos parceiros é a quebra de rotinas como a hora de dormir e as discussões causadas pelo hábito de jogar. Isso prejudica a harmonia do casal e implica em menos tempo gasto em atividades conjuntas e em menos conversas importantes.
O estudo mostrou que os jogadores são predominantemente os homens, mas há um contigente de mulheres que, em vez de nadar contra a corrente, joga com os maridos.
— Concluímos que não há muitos casais que jogam juntos. Mas, dentre estes, naqueles em que a satisfação conjugal era baixa, as mesmas questões aparecem. Por exemplo, se eles discutem por causa do jogo e a rotina é rompida pelo hábito de jogar, a satisfação conjugal diminui — acrescenta o pesquisador.
Contudo, entre os casais que jogavam juntos, 76% disseram que o jogo tem um efeito positivo na relação marital. Para eles, interagir com o avatar do outro — ou sua persona on-line — é motivo de satisfação. Desde que ambos estejam satisfeitos com sua participação, especialmente os indivíduos que jogam menos.
— Nem todos os jogos são ruins — diz Michelle. — Alguns se revelam boa forma de lazer e podem fortalecer as relações daqueles que jogam juntos. É preciso considerar o tipo e o conteúdo do jogo, como o casal está agindo nele, quanto tempo isso está tomando e o quanto o jogo está afetando cada um, seus estudos, seu trabalho, seu sono, seu corpo. E, especialmente, como o jogo está afetando seu cônjuge e o relacionamento.
Os pesquisadores acham que o problema pode ser mais grave do que o estudo mostrou, porque muitos jogadores contumazes simplesmente se recusaram a participar. A média dos que responderam à pesquisa nacional era de 33 anos, e o tempo de casamento era de sete anos. Nas relações em que apenas um cônjuge jogava, 84% dos jogadores eram os maridos. Nos casais em que os dois jogavam, os maridos eram mais atuantes.
— O estudo concluiu que jogar realmente afeta a satisfação conjugal. Não é algo raro, com que apenas uns poucos casais estejam lidando. Com base na estatística que mostra que 36% dos jogadores de RPG on-line são casados, podemos assumir que este é um tema disseminado — conclui Lundberg.

O Globo

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