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2.29.2012

Vacina contra HPV também para meninos

Vacinação

Academia Americana de Pediatria recomenda vacina contra HPV também para meninos

Nova recomendação da Academia será publicada em março; vacina ajuda a proteger contra câncer e verrugas genitais

HPV-16: a cepa do vírus é a responsável por causar o câncer cervical, segundo tipo mais comum entre as mulheres, e outros tipos de câncer no homemVacina  HPV-16: a cepa do vírus é a responsável por causar o câncer cervical, segundo tipo mais comum entre as mulheres, e outros tipos de câncer no homem (Latinstock)
Garotos com 11 anos ou mais também devem ser vacinados contra o HPV. De acordo com nova recomendação da Academia Americana de Pediatria (AAP), que será publicada na edição de março do periódico Pediatrics, estudos clínicos apontam que a vacina também é eficiente nos meninos – e pode proteger, indiretamente, as adolescentes.

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HPV
O HPV é a doença sexualmente transmissível mais comum, e tem mais de 40 subtipos, alguns dos quais podem causar câncer cervical e verrugas genitais. Normalmente, porém, o HPV não causa sintomas. Pelo menos 50% dos homens e mulheres sexualmente ativos contrairão HPV em algum momento de suas vidas. Geralmente o organismo humano consegue eliminar a infecção sozinho em dois anos, mas certos suptipos do vírus, conhecidos como cepas oncogênicas, podem evoluir para o câncer e precisam ser acompanhados de perto.
Em outubro de 2011, o Comitê Assessor sobre Práticas de Imunização (ACIP, sigla em inglês) já havia recomendado a vacinação para garotos nessa faixa etária. O comitê considerou que, além de reduzir a carga sobre as mulheres e as meninas, a vacina contra o HPV permitirá prevenir o câncer anal e as verrugas genitais em meninos e homens.
O novo comunicado da AAP vem para reforçar a recomendação do ACIP. Ele ainda atualiza as próprias recomendações da Academia, que até agora só indicava a vacina de rotina para meninas.
Segundo a AAP, a vacina é mais eficiente quando administrada antes da atividade sexual. A resposta dos anticorpos à vacina são maiores em idades entre os nove e os 15 anos. Com a imunização de jovens nessas idades, espera-se prevenir câncer e verrugas genitais causadas pelo HPV.
"Esperamos usar essa vacina como uma vacina contra o câncer", diz Michael Brady, diretor do comitê de doenças infecciosas da AAP. "Agora temos a capacidade de interromper a transmissão e o desenvolvimento do câncer."
O HPV, ou papilomavírus humano, é a doença sexualmente transmissível mais comum nos Estados Unidos. Estima-se que as cepas 16 e 18 do HPV sejam responsáveis por 7.000 casos anuais de câncer em homens e 15.000 em mulheres nos EUA – país onde o estudo com as vacinas foi realizado. De acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês), pelo menos metade de todas as pessoas sexualmente ativas irão pegar HPV genital em algum momento da vida.
Levantamento — Estudos clínicos mostram que a vacina de HPV também protege garotos contra verrugas genitais e câncer anal, embora a proteção não seja completa. Segundo a AAP, vacinar garotos também pode proteger mulheres indiretamente, ao evitar que elas peguem o vírus.
Três doses da vacina, a quantia recomendada, custam cerca de 360 dólares nos EUA. Nenhum efeito colateral sério foi registrado, além de dor no local da injeção. "Essa vacina é definitivamente muito segura", diz Brady, que também integra equipe do Hospital Nacional da Criança em Columbus, Ohio.
As vacinas, no entanto, são mais eficazes se dadas entre os nove e os 15 anos. Mas homens com mais de 21 anos também devem ser vacinados, se não tiverem recebido a vacina antes, diz a AAP. Para meninas com 11 e 12 anos, o grupo continua a recomendar três doses das vacinas Gardasil ou Cervarix — esta, ainda não aprovada para meninos. Jovens entre 13 e 26 anos que não foram vacinadas também receber as doses.
Um terço das adolescentes americanas receberam as três doses em 2010, mas Brady diz que esse número ainda está além do suficiente para prevenir que o vírus se espalhe. "Agora que é uma recomendação de rotina, nós antecipamos que a cobertura será muito melhor e as barreiras do custo irão desaparecer", diz Brady.

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