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3.15.2012

Refluxo pode ser associado à apnéia obstrutiva do sono



Distúrbio causado pela falha de uma válvula do esôfago causa azia, queimação, dores, enjoos e vômitos.
Você já ouviu falar em refluxo? Provavelmente sim. O problema é constantemente associado a bebês, mas ele pode atingir crianças e adultos. Estimativas apontam que a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) acomete aproximadamente 35 milhões de brasileiros. “Este distúrbio é provocado pelo funcionamento incorreto da válvula que separa o esôfago do estômago. Por causa do ambiente ácido causado pelo refluxo no esôfago, faringe e boca há malefícios para os dentes e as outras estruturas bucais e faríngeas”, explica Gerson Köhler, especialista em ortodontia e ortopedia facial que atua na equipe interdisciplinar da Köhler Ortofacial.
É comum confundir a DRGE com azia, gastrite ou úlcera, já que o distúrbio causa queimação e até retorno da comida e de suco gástrico pelo esôfago. Segundo Gerson, nos bebês a válvula é frouxa, pois o organismo está em processo de desenvolvimento e amadurecimento. “O alimento volta do estômago para o esôfago, provocando o refluxo. O bebê sente dor, desconforto, fica irritado e pode vomitar. O suco gástrico causa queimação no esôfago e se atingir a traquéia há chances da criança sofrer com pneumonia”, esclarece o ortodontista, professor convidado da pós-graduação da UFPR desde 1988.
Nos adultos o funcionamento inadequado da válvula é relacionado a questões genéticas e fatores ambientais, como estresse, consumo de tabaco e álcool e alimentação incorreta. Além da azia, queimação, dores, enjoos e retorno do conteúdo presente no estômago, sintomas como tosse crônica, pigarro, rouquidão, sensação de catarro na garganta, gosto amargo na boca e dores no peito podem ser sinal de refluxo. “A DRGE pode evoluir para esofagite, inflamação na parede do esôfago. A esofagite aumenta as chances do paciente desenvolver câncer de esôfago, mas a incidência é rara”, observa o especialista.
As consequências para a boca são maléficas. Quando o refluxo atinge a cavidade bucal surgem lesões nos tecidos moles, as famosas aftas, erosões, cáries e desgastes por atrito nos dentes. “Quanto mais erosões nos dentes pior é a situação da face dos mesmos que fica em contato com a língua. Os pacientes reclamam também de sensibilidade dentária, gosto azedo e ardência bucal. Os dentes são acometidos ainda pelo processo de descalcificação e ficam fragilizados. A intensidade e diversidade dos sintomas e as complicações comprometem o bem-estar e a qualidade de vida dos indivíduos que tem o problema”, ressalta.
Refluxo e bruxismo podem ser associados à apnéia obstrutiva do sono
Um estudo apresentado em 2009 em um congresso nos Estados Unidos apontou que 35% dos pacientes com apnéia obstrutiva do sono têm refluxo gastroesofágico. Os dados também revelaram que um em cada quatro pessoas com apnéia apresentam bruxismo. “A apnéia é uma condição que pode causar quadros de saúde secundários. Ao diagnosticar o distúrbio do sono é essencial avaliar a saúde do indivíduo por completo para garantir que o organismo seja tratado por inteiro”, acrescenta Juarez Köhler, ortodontista e ortopedista facial que compõe a equipe clínica da Köhler Ortofacial e que atua de maneira interdisciplinar em distúrbios do sono.
A associação do bruxismo e do refluxo à apnéia está ligada a ansiedade, ao consumo de cafeína e a necessidade do corpo de responder a estímulos. “Este distúrbio do sono caracterizado pela interrupção temporária da respiração vem acompanhado de ronco e dificuldades para respirar. Os pacientes diagnosticados com refluxo e apnéia têm mais um agravante, já que o sistema respiratório é afetado por ambos os males. Se a comida e o ácido presentes no estômago penetrar - indevidamente - nas vias aéreas, em direção aos pulmões, há o risco do surgimento de problemas respiratórios como asma e pneumonia”, evidencia.
Para prevenir a doença é preciso seguir orientações fundamentais para uma vida saudável – praticar exercícios físicos, manter uma dieta equilibrada, controlar o peso corporal e ficar longe de vícios como o cigarro e o álcool. Abusar da cafeína também é um hábito condenado para quem não quer sofrer com o distúrbio. “O diagnóstico é feito com endoscopia e, se necessário, o médico pode solicitar a realização de um exame que mede o nível de acidez do esôfago. Mesmo com tratamento os sintomas podem surgir novamente, já que o refluxo parece não ter - ainda - uma cura definitiva”, destaca o professor Gerson, que também exerce atuação interdisciplinar, com médicos especializados, na questões de distúrbios do sono, sendo associado à Associação Brasileira do Sono.
Doutor Gerson Köhler (CRO 3921 – PR)
Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial
Site: http://www.kohlerortofacial.com.br

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