Morar sozinho é foda
pelo blog Controle Remoto
JR: Poisé, sei bem como é… sempre me diziam: Mora em casa com a mãe enquanto puder… mas não eu queria ir morar com os colegas e ‘estudar’… tem o lado bom também… brincar de gente grande não é tão fácil… mas, experimente…
Clica no ‘continue lendo’ para ver esta história, o texto não é longo e vale a pena…
O sonho de todo jovem aventureiro que busca seu espaço na sociedade é tornar-se um homem, morar sozinho, ter seus próprios móveis e poder andar de cueca o dia inteiro. Ou pelo menos, sempre foi o meu.
Sair da asa protetora da família e declarar para o mundo que é você quem limpa a privada e paga o aluguel passa uma sensação de liberdade e amacia o ego de uma forma muito agradável.
Pena que a sensação acaba em duas semanas.
Morar sozinho é foda. Aliás mais que foda, é alucinante. Você descobre muitos fatores da vida que até então eram um mistério, como por exemplo:
- A roupa suja não sai do cesto sozinha e vai parar limpinha na sua gaveta.
- Cuecas são desagradáveis.
- A comida não brota na mesa de jantar pronta e quentinha.
- Os produtos e alimentos não surgem na dispensa do nada.
- Banheiros ficam fedendo se você não agir.
Entre muitos outros fatores que eu levaria horas para listar. Em suma, é simples: Você limpa, gasta dinheiro, cozinha, lava, gasta dinheiro, arruma e gasta mais dinheiro. Tudo faz você gastar.
É impossível ir ao mercado e não morrer em pelo menos oitenta reais, afinal quem foi o filho duma puta que colocou o preço do azeite a quase 10 PILA? Logo eu que adoro azeite.
“Ah, hoje eu vou no mercado só pra comprar uns biscoitinhos” – Aham, otário, vai lá pra ver se com o biscoitinho não vem um queijo, um requeijão, um presunto, umas torradas, umas sopinhas de caneca.
Mas eu já estou aprendendo a economizar. Por exemplo: Nunca compro salada. Toda aquela parte verde do mercado eu nem olho, faço isso pensando no bolso, é claro. Em contrapartida, sobra um pouco mais pro miojo.
Ah, o miojo.
Você acha que cozinhar é fácil? Tente chegar da faculdade quase duas da tarde, com o estômago em prantos e ainda ter que preparar comida. Não dá. Primeiro porque pela inexperiência a gente nunca lembra de tirar a maldita carne do congelador. E segundo porque precisamos de coisas imediatas!
Será que a Sadia não poderia inventar uma refeição de verdade que só precisasse colocar no microondas? Não aquelas porcarias com gosto de plástico envelhecido que custam mais que um prato em restaurante.
Mas eu fiz arroz. Juro! Com minha avó no telefone ensinando cada passo.
Ficou papado. Que que eu posso fazer se ela fala: “Agora duas medidas de arroz”. Porra, pra mim é a mesma coisa que dizer: “Agora expurga o embrólio e puxa pela tangente”. Eu sei lá o que é uma medida de arroz, no final foi como tomar uma sopinha.
Mas se tem uma coisa que eu odeio mesmo em morar sozinho, é lavar a louça.
Puta selvagem do Congo, eu to pensando em comprar tudo descartável. É fazer UM MIOJO COM OVOS e você já tem meia hora de louça pra lavar, lixo pra tirar, saco pra recolocar. A tecnologia inventou uma máquina que poderia sugar o mundo, mas ninguém cria algo barato pra me poupar de lavar esta merda. Morra, Ypê!
Tá difícil.
Estou pensando seriamente em seqüestrar minha avó.
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