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5.29.2012

Itália não se preparou para terremotos, diz sismólogo da UnB

Especialista destaca fragilidade de construções antigas da região


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Os danos causados pelo terremoto que atingiu a Itália nesta terça-feira, e que deixou um saldo de pelo menos 15 mortos, poderiam ser evitados se o país estivesse preparado para enfrentar os abalos. Essa é a opinião do chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), professor Lucas Vieira de Barros. "Não faz sentido um terremoto dessa magnitude produzir tantos danos. Se os mesmos tremores fossem sentidos no Japão, por exemplo, provavelmente não teríamos nenhum impacto", afirma o pesquisador.
Segundo Barros, a Itália é um país sísmico, ou seja, está em uma região que apresenta falhas geológicas, e que por essa condição deveria se preparar para evitar tragédias maiores. "As construções são antigas e não há empenho em melhorar a qualidade das estruturas", diz o sismólogo ao destacar que os abalos dificilmente acontecem de forma isolada.
"O que vimos semana passada e que teve continuidade hoje foi uma sequência sísmica. Ocorre o que chamamos de pré-abalos, de menor magnitute, depois acontece o sismo maior e posteriormente voltam a ocorrer abalos menores. O tempo de duração dessa sequência depende da magnitude do sismo maior, mas isso pode levar meses e até anos", afirma. De acordo com Barros, ainda não há informações suficientes para prever se o maior tremor desta manhã, que atingiu 5,8 graus, é o maior.
Ele ainda compara o terremoto de hoje na Itália com outro que aconteceu na segunda-feira o norte da Argentina. No caso do nosso país vizinho, embora a magnitude fosse maior, ele não causou danos à população porque ocorreu a uma grande profundidade. "O epicentro foi a mais de 500 km da superfície, já o da Itália foi raso, a cerca de 10 km".
A italiana Ilaria Mameli, que estuda em Milão, concorda com o pesquisador da UnB sobre a falta de preparo do país para enfrentar os tremores. Ela disse que os estudantes do sul da Itália são treinados desde o ensino primário com simulações de emergência para evacuação durante terremotos. "Eu acho que o problema maior não é treinamento. As pessoas são treinadas para isso, mas as construções são antigas e não foram planejadas para enfrentar esses abalos. Se você ver as pessoas que morreram, a maioria são retiradas dos seus locais de trabalho", completou a estudante.
O terremoto de 5,8 graus na escala Richter matou ao menos 15 pessoas e espalhou o pânico entre moradores da região da Emilia-Romagna, que ainda vivem em barracas após o outro tremor que destruiu suas casas há dez dias. Outros dois tremores um pouco mais fracos foram sentidos na sequência: um de 5,3 graus e outro de 5,1 graus, ambos com epicentro na província de Modena. Embora de menor intensidade, os últimos terremotos foram fortemente advertidos devido ao fato de terem ocorrido em menor profundidade, explicou o Instituto italiano de Geofísica. Desde a manhã desta terça, a terra não deixou de tremer e ocorreram cerca de 40 réplicas de menor intensidade.
 Do Portal Terra

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