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5.05.2012

Medida Correta da Pressão Arterial



Pressão arterial saudável
A pressão arterial varia ao longo da vida das pessoas, passando por quatro fases bem distintas.
Esta é a conclusão surpreendente de uma nova pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade College London, no Reino Unido, e publicada na revista PLoS Medicine.
A descoberta vai alterar aquilo que é tido como regra geral hoje, em que os cientistas buscam como condição saudável uma pressão arterial ao redor de 12 por 8, independente da idade.

Fases da pressão arterial
Neste estudo, os cientistas usaram dados de vários trabalhos anteriores, nos quais a pressão sanguínea das pessoas foi colhida várias vezes ao longo do tempo.
Eles descobriram que a pressão arterial varia ao longo da vida, seguindo quatro fases bem distintas, sempre em relação ao padrão de 12 por 8:
um rápido aumento durante o crescimento do adolescente;
um suave aumento no início da idade adulta;
um aumento na meia-idade (em geral, ao redor dos 40 anos);
um aumento lento e uma reversão da pressão arterial na terceira idade.
Diferenças na pressão arterial por idade
“A maior parte do nosso entendimento da progressão da pressão arterial sistólica em relação à idade vem de dados transversais, que não capturam diretamente as alterações individuais,” escrevem os autores do estudo.
“Nós estimamos as trajetórias da pressão sanguínea sistólica no curso da vida usando dados longitudinais de sete coortes de base populacional e de um coorte com predominância de trabalhadores de escritório [...] e com dados referentes a diferentes faixas etárias, mas sobrepostas.”
Com isto, foram avaliadas 102.580 tomadas de pressão sanguínea de 30.372 indivíduos, entre 7 e 80 anos de idade.
Os pesquisadores avaliaram as diferenças entre as medições em estudos feitos na população em geral e em grupos separados por ocupação.
Suas descobertas sugerem que o grupo ocupacional dos trabalhadores de escritório apresenta uma pressão arterial média mais baixa do que a população em geral, com o aumento típico da pressão arterial na meia-idade surgindo mais tarde.
Segundo os pesquisadores, a dieta e o estilo de vida ajudam a modificar os níveis de pressão arterial. Circunstâncias sociais e econômicas também afetam esses níveis.

Diferenças na pressão entre homens e mulheres
A equipe descobriu que as mulheres no início da vida adulta têm pressão arterial mais baixa do que os homens, mas esta taxa aumenta depois na meia-idade, desencadeada provavelmente por efeitos relacionados à menopausa ou sensibilidade ao sal.
Com isto, homens e mulheres têm pressão arterial média semelhante conforme envelhecem.
A maior diferença na pressão sanguínea entre os sexos foi encontrada aos 26 anos. As mulheres experimentaram o maior aumento ao redor dos 70 anos.
Os pesquisadores também observaram uma forte ligação entre o índice de massa corporal e a pressão arterial ao longo da vida. (Acessemed)








O QUE É A PRESSÃO ARTERIAL?

figura1

A pressão que o sangue exerce sobre as paredes das artérias, dependendo da força da contração do coração, da quantidade de sangue e da resistência das paredes dos vasos é chamada Pressão Arterial.

0  ponto mais alto da pressão nas artérias é chamado de pressão sistólica. O ponto mais baixo, ou a pressao que está sempre presente sobre as paredes arteriais é chamada de pressão diastólica.
O instrumento utilizado para medir a pressão arterial é o esfigmomanômetro, e os tipos mais usados são os de coluna de mercúrio e o ponteiro (aneróide), possuindo ambos um manguito inflável que é colocada em torno do braço do paciente.
O estetoscópio é o instrumento que amplifica os sons e os transmite até os ou vidos do operador.
A série de sons que o operador ouve, ao verificar a pressão sangüínea, são chamados de sons de Korotkoff.
O primeiro som claro, quando o sangue flui, através da artéria comprimida, é a pressão sistólica. A pressão diastólica ocorre no ponto em que o som muda ou desaparece.

VARIAÇÃO NORMAL DA PRESSÃO ARTERIAL

A Pressão Arterial de um indivíduo varia de acordo com vários fatores tais como a idade, o estado emocional, a temperatura ambiente, a posição postural (em pé, deitado, sentado), estado de vigília, ou sono e com uso de drogas (fumo, álcool, etc ... ).
A medida da pressão arterial é simples e o método é fácil, mas certos cuidados e recomendações devem ser levados em consideração para que se evitem erros; observar no anexo 1.
A medida incorreta da pressão arterial pode trazer conseqüências graves, tanto por levar pessoas normotensas a serem tratadas sem necessidade ou, ao contrário, deixar de tratar pessoas hipertensas.
As fontes de erros mais comuns são apresentadas no anexo 11. Um cuidado especial deve ser tomado quanto à escolha adequada do manguito quando as pessoas são muito gordas ou muito magras.
O problema da pressão alta (hipertensão arterial) é de extrema gravidade no mundo. No Brasil, sabe-se que essa doença é responsável direta ou indiretamente por 19% de todas as mortes ocorridas no país e 3%   de todas as internações, além de se constituir na terceira causa de afastamento do trabalho (Iogo depois das doenças mentais e tuberculose).
Seu diagnóstico é muito fácil mas exige algumas considerações como veremos adiante.

É fundamental o uso de Normas PADRONIZADAS para se
determinar corretamente o valor da pressão arterial

PROCEDIMENTOS PARA A MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL

figura2 1.  Colocar o indivíduo em local calmo com o braço apoiado a nível do coração e deixando-o à vontade, permitindo 5 min tos de repouso. Usar sempre o mesmo braço para a medida;

2.   Localizar o manômetro de modo a visualizar claramente os valores da medida;

3.  Selecionar o tamanho da braçadeira para adultos ou crianças. A largura do manguito deve corresponder a 40% da circunferência braquial e seu comprimento a 80%;
figura3

figura4 4.  Localizar a artéria braquial ao longo da face interna superior do braço palpando-a;

5.  Envolver a braçadeira, suave e confortavelmente, em torno do braço, centralizando o manguito sobre a artéria braquial. Manter a margem inferior da braçadeira 2,5cm acima da dobra do cotovelo. Encontrar o centro do manguito dobrando-o ao meio;
figura5

figura6 6.  Determinar o nível máximo de insuflação palpando o pulso radial até seu desaparecimento, registrando o valor (pressão sistólica palpada) e aumentando mais 30 mmHg;

7.  Desinsuflar rapidamente o manguito e esperar de 15 a 30 segundos antes de insuflá-lo de novo;


8.
  Posicionar o estetoscópio sobre a artéria braquial palpada abaixo do manguito na fossa antecubital. Deve ser aplicado com leve pressão assegurando o contato com a pele em todos os pontos. As olivas devem estar voltadas para frente;
figura7


09.
Fechar a válvula da pera e insuflar o manguito rapidamente
até 30 mmHg acima da pressão sistólica registrada;


10.   Desinsuflar o manguito de modo que a pressão caia de
2 a 3 mmHg por segundo;




11.  Identificar a Pressão Sistólica (máxima) em mmHg, observando no manômetro o ponto correspondente ao primeiro batimento regular audível (sons de Korotkoff);
figura8

figura9 12. Identificar a Pressão Diastólica (,mínima) em mmHg, observando no manômetro o ponto correspondente ao último batimento regular audível.
Desinsuflar totalmente o aparelho com atenção voltada ao completo desaparecimento dos batimentos;

13. Esperar de 1 a 2 minutos para permitir a liberação do sangue. Repetir a medida no mesmo braço anotando os valores observados;

14.  Registrar a posição do paciente, o tamanho do manguito, o braço usado para a medida e os menores valores de pressão arterial Sistólica e Diastólica encontrados em mmHg. Retirar o aparelho do braço e guarda-lo cuidadosamente afim de evitar danos.

figura10

ANEXO I
CUIDADOS E RECOMENDAÇÕES
1. APARELHO DE PRESSÃO
OBSERVAR CORRETO DESVIOS
MANÔMETRO de mercúrio ou ponteiro (aneróide) estar no zero e ter movimentos livres mais ou menos lento oscilação
MANGUITO borracha, tubos e conexões


braçadeira

fixadores
íntegros


íntegra

íntegros
com vazamento, colabados, frouxos

estragada

soltos, ausentes ou desgastados
PERA E VÁLVULA pera de borracha

válvula de metal
íntegra

íntegra
abre e fecha livremente
com vazamento. colabada ou frouxa

com vazamento, dura, solta

2.   ESTETOSCÓPIO
OBSERVAR CORRETO DESVIOS
OLIVAS presentes e íntegras ausentes, trincadas, soltas ou sujas
TUBOS E CONEXÕES íntegros trincados, furados ou desiguais
CABEÇOTE conexão e diafragma íntegras solta ou furada

3.   PACIENTE
OBSERVAR CORRETO DESVIOS
POSIÇÃO deitado, sentado ou em pé conforto e respouso desconforto e stress
MEMBRO superior ou inferior

diâmetro

posição do membro
despido e apoioado

manguito apropriado

nível do coração e afastado 45º do corpo
com roupas, sem apoio

manguito inadequado

abaixo ou acima do coração
COLOCAÇÃO DA BRAÇADEIRA distância da prega do cotovelo

parte inflável (manguito)


ajuste da braçadeira

tubos
2,5 cm acima


cobrir a face interna do
braço

estar bem ajustada

deixar livres
maior ou menor


cobrir a apenas a face externa

frouxa ou apertada

presos, entrelaçados ou retorcidos
MANÔMETRO visibilidade

posição
bem vísivel

coluna de mercúrio ao nível dos olhos
má iluminação

posição inadequada

ANEXO II
CAUSAS DE ENGANO DA MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL

ENGANOS DEVIDOS AO EQUIPAMENTO
1. Sistemas inadequadamente calibrados ou testados;

2. Defeitos do esfigmomanômetro aneróide ou de coluna de mercúrio: oríficio de ar obstruído, calibração alterada, manguito incompletamente vazio, tubulação defeituosa, sistema de flação ou válvula de escape, mercúrio, insuficiente no reservatório ou indicador zero errado;

3. Tamanho da braçadeira em desacordo com o do braço;

4. Circunferência do membro em relação à variação da largura da braçadeira maior ou menor que 2,5 produz leituras de pressão indireta falsamente altas ou baixas respectivamente.
figura11

ENGANOS DEVIDOS À TÉCNICA DE EXAMINAR
figura12
1. Braços sem apoio dão pressões falsamente altas;

2. Examinador posiciona o instrumento ao nível acima ou abaixo do coração ou comprime o estetoscópio demasiado frme sobre o vaso;

3. Examinador apresenta preferência por números pares;

4. Mãos do examinador e equipamento frios provocam aumento da pressão sanguínea;

5. Sistema acústico danificado;

6. Interação entre examinado e examinador pode afetar a leitura da pressão arterial.



Elaboração:

Edmundo Octávio Raspanti (HCRP-SUDS)
Eugênia Velludo Veiga (EERP-USP)
Ivone Kamada (EERP-USP)
Jarbas Leite Nogueira (FMRP-USP)
Marcia Caron Ruffino (EERP-USP)
Maria Manuela Rino Mendes (EERP-USP)
Maria Suely Nogueira (EERP-USP)
Maura Santesso Takakura (EERP-USP)
Miyeko Hayashida (EERP-USP)
Mozart Regis Furtado ((FMRP-USP)
Neide de Souza Sorci (CIHCFMRP-USP)
Sueli Paccagnella Corrêa de Araújo ((HCFMRP-USP)
Yussif Ali Mere Junior (HCRP-USP)

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