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5.19.2012

Publicidade de alimentos não saudáveis

Grupo pedirá metas mais amplas contra doenças crônicas à OMS

DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA+SAÚDE"
Um grupo internacional de entidades da sociedade civil vai apresentar à Organização Mundial da Saúde um pedido para que sejam ampliadas as metas de combate às doenças crônicas não transmissíveis (NCDs, na sigla em inglês), como problemas cardíacos, diabetes e câncer.
De acordo com a NCD Alliance, o estabelecimento de objetivos para enfrentar esses problemas de saúde deve ser insuficiente na próxima assembleia da OMS, marcada para a semana que vem, em Genebra.

Editoria de Arte/Folhapress
A aliança critica, em especial, a redução de dez para cinco no número de metas propostas pela OMS para o combate às doenças, que hoje respondem por quase dois terços das mortes no mundo a cada ano.
Um dos pontos que caíram da pauta foi a redução no consumo de álcool. A proposta inicial, feita após a reunião da OMS sobre doenças crônicas, em setembro do ano passado, previa uma redução de 10% no consumo per capita.
De acordo com Paula Joh-ns, diretora da Aliança de Controle do Tabagismo do Brasil e que estará em Genebra para um evento paralelo à assembleia da OMS, há uma influência grande das indústrias multinacionais de alimentos nas discussões.
"Acredito que seria necessário haver maior transparência sobre esses conflitos de interesses."
A ausência da previsão de restrições à publicidade de alimentos não saudáveis no último documento publicado pela OMS sobre o assunto também é criticada por Johns.
"Acredito que a experiência do combate ao tabagismo poderia ser aproveitada em outras áreas", afirma, referindo-se às leis que barraram a publicidade dos cigarros e ao aumento de impostos sobre o produto, medidas que, segundo ela, poderiam ser aplicadas a alimentos industrializados não saudáveis.
No Brasil, uma resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de 2010, previa alertas em anúncios de alimentos com altos teores de gordura, açúcar e sódio. A regra foi contestada na Justiça pela indústria e não entrou em vigor.

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