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5.03.2012

RELAÇÃO FARMACÊUTICO PACIENTE

 Daniele Cristina Cerqueira Duque
RELAÇÃO FARMACÊUTICO-PACIENTE:
Um Novo Olhar Monografia apresentada ao Curso de
Especialização em Atenção farmacêutica da UNIFAL
.



RELAÇÃO FARMACÊUTICO-PACIENTE: UM NOVO OLHAR
RESUMO
1. INTRODUÇÃO 01
2. O FARMACÊUTICO E O PACIENTE 02
2.1 Atenção Farmacêutica 11
3. METODOLOGIA 13
3.1 Tipo de estudo 14
3.2 Local de estudo 15
3.3 Amostra 15
3.4 Período da coleta de dados 16
3.5 Instrumento para coleta de dados 16
3.6 Análise dos dados 16
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 18
4.1 Categorização dos sujeitos 19
4.1.1 Expectativa do paciente em relação ao farmacêutico 22
4.1.2 O motivo de atender às necessidades do paciente 24
4.1.3 Importância do farmacêutico para a sociedade 26
4.1.4 Importância do farmacêutico para o paciente 26
4.1.5 Um bom farmacêutico para o paciente
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 30
ANEXOS 34

1. INTRODUÇÃO
No Brasil o sistema de saúde é muito complexo, pois engloba tanto os
estabelecimentos públicos com suas unidades de atenção básica, bem como uma
rede privada de prestação de serviços sofisticada com centros hospitalares de alta
complexidade, cada vez mais importante no sistema de manutenção da saúde do
brasileiro.
É indiscutível a importância dos serviços de saúde, que constitui, ao lado de
outros serviços, fator de extrema relevância para a qualidade de vida da população,
representando preocupação de todos os gestores do setor, devido à natureza das
práticas de assistência neles desenvolvidas, ou ainda, pela totalidade dos recursos
que são por eles absorvidos.
A adequação do sistema de saúde deve ser constante e acompanhar as
novas demandas, como a modificação no envelhecimento da população. O modelo
de atenção prestado deve priorizar o caráter preventivo das ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde.
A desarticulação da assistência farmacêutica no País conduz a um cenário de
comprometimento da qualidade de vida do cidadão. A falta de prioridade na
prescrição de produtos padronizados, constante da Relação Nacional de
medicamentos (RENAME), pela denominação comum brasileira de medicamentos
genéricos é um dos importantes problemas detectados. E, o uso irracional e
desnecessário de medicamentos e o estímulo a automedicação, induzida pela
propaganda agressiva e enganosa, são fatores importantes na demanda por
medicamentos.

2. O FARMACÊUTICO E O PACIENTE
Uma grande parcela da população se acha, hoje, parcial ou totalmente
excluída de algum tipo de atenção do sistema de saúde, além de ter que conviver
com as constantes mudanças no perfil epidemiológico com doenças típicas de
países em desenvolvimento, misturadas a doenças características de países
desenvolvidos, sem mencionar, doenças emergentes ou reemergentes, tais como a
cólera, o dengue, a malária, as doenças sexualmente transmissíveis e a Aids.
No Brasil, o exercício profissional farmacêutico no âmbito da farmácia
comunitária tem se limitado ao desenvolvimento de atividades técnicas pouco
voltadas aos pacientes, o que tem contribuído para seu isolamento profissional e
baixo reconhecimento dessa profissão pela sociedade. Assim como, a formação
universitária não tem conseguindo capacitar os profissionais que, na maioria das
vezes, têm dificuldade de se adaptar às exigências da sociedade. Isto porque, os
estudos concentram na teoria e as ações subseqüentes acabam não contemplando
a realidade e a demanda social (FERRAES, 2001).
Além disso, a indústria farmacêutica – hoje uma grande potência mundial –
tornou-se capaz de exercer um “poder generalizado” sobre o ser humano. Segundo
Chammé (1997) o “poder generalizado” é exercido sobre cada sujeito social, assume
uma postura de autoridade que expressa a força repressora aos submetidos a esta
relação. Este poder acaba submetendo muito sutilmente os indivíduos das mais
diversas classes a um tipo de controle social.
O controle social é, na verdade, uma extensão do processo de
socialização. Refere-se aos meios e métodos usados para
induzir uma pessoa a corresponder às expectativas de um
grupo particular ou da sociedade mais ampla. Se o controle
social é exercido com eficiência o comportamento do indivíduo
será consistente com o tipo de comportamento esperado
(COHEN apud CHAMMÉ, 1997, p. 9).
O poder da indústria farmacêutica é alimentado pelo marketing, propagandas
duvidosas, muitas vezes ou quase sempre enganosas, publicidade que oferece tipos
ideais e perfeitos de medicamentos sempre de última geração, cada vez mais
potentes (e mais caros!) do que aqueles que os antecederam. A propaganda de
medicamentos acaba sendo um grande estímulo ao usuário, levando-o a comprar os
produtos anunciados, e fazendo-o pensar que pode ter todos os seus problemas
resolvidos com esta compra. Triste e cara ilusão para alguns! Mas, certamente lucro
real para outros! A propaganda de medicamentos acaba induzindo muitas pessoas a
comprarem sem haver real necessidade. Este tipo de procedimento gera lucro para
a farmácia e para a indústria farmacêutica, mas pode prejudicar, sem sombra de
dúvida, quem comprou o medicamento.
O medicamento deve ser encarado como um meio, uma estratégia para o
processo de cura ou reabilitação de um paciente. Conforme o relatório final da CPI
do Medicamento publicado em abril de 1996 e citado por Rech, em Pronunciamento
da Federação Nacional dos Farmacêuticos na Câmara Federal, o medicamento
Não pode ser tido como uma mercadoria qualquer, à
disposição dos consumidores e sujeito às leis do mercado. Ele
é, antes de tudo, um instrumento do conjunto de ações e
medidas utilizadas para a promoção e recuperação da saúde
(RECH, 1996b, p. 14).
Essa qualidade do medicamento infelizmente tem-se descaracterizado.
Chammé (1997), ao discutir sobre o processo saúde/doença, ressalta que os meios
de comunicação para as massas são eficazes e potentes, uma vez que estas
acabam sendo as compradoras das sedutoras mercadorias do capitalismo.
Conforme Marcondes Filho (apud Chammé 1997, p. 4), “[...] as pessoas não se
realizam de fato sob este modo de produção econômico em que vivem. O domínio
do capital transforma tudo em mercadoria e penetra até nos espaços mais
escondidos”.
Nesse sentido, se a saúde e a doença forem considerados produtos que
devem ser adquiridos e consumidos ou até descartados, os usuários estarão diante
de mais um “bem ideologizado pela mídia e moda capitalista” (CHAMMÉ, 1997, p.
9). O mesmo pode acontecer com o medicamento que é idealizado pela mídia e pela
moda capitalista. Nessa perspectiva, o medicamento também se torna mais um
produto, uma simples mercadoria que tem grande valia e um preço. E essa
mercadoria pode ser facilmente adquirida em alguns supermercados, lojas de
conveniência e até em mesmo em farmácias.
O Brasil se encontra, atualmente, entre os dez maiores mercados
consumidores de medicamentos de acordo com dados da Organização Pan-
Americana de Saúde (OPAS), publicados em novembro de 1998. Os dados
referentes à Saúde no Brasil possibilitaram uma visão global da situação relacionada
aos medicamentos. O interessante é como se processa esse consumo. Mais da
metade da população brasileira (51%), com renda até quatro salários mínimos, é
responsável pelo consumo de somente 16% dos medicamentos produzidos,
enquanto que uma minoria de 15% da população que tem renda superior a dez
salários mínimos consome 48% da produção de medicamentos (BRASIL, 1999;
PESSINI, 2000). Esse fato evidencia claramente que, por razão sócio-econômica, o
acesso à terapia medicamentosa não ocorre de forma igual na população, ficando
comprometido para milhões de brasileiros.
A farmácia é por sua natureza “um centro prestador do serviço público”
(SANTOS, 1998b, p.11) onde há, além da distribuição de medicamentos, atenção à
saúde da população. Existe uma concordância entre alguns autores sobre a
importância de se integrar a Farmácia ao Sistema Sanitário, na tentativa de
contribuir na atenção primária à saúde, através da participação em programas de
prevenção e promoção da saúde (ZUBIOLI, 1996b; SANTOS, 1998a; MOTA et al.,
2000).
Em relação aos interesses econômicos prevalecentes no Brasil, Rech (1996b)
comenta que
[...] a lógica puramente mercantilista, sobre a qual
predominam os interesses particulares e a busca incansável e
sem limites de lucro fácil, traz consigo distorções evidenciadas
no âmbito social, uma vez que os interesses coletivos são
relegados aos esquecimentos (Ibdem, p. 14).
Com base nestas considerações do citado autor, são claramente perceptíveis
os diversos interesses que geralmente sustentam a criação de farmácias,
desconsiderando, muitas vezes, as necessidades da população. Assim, a farmácia
isolada dos outros serviços de saúde, transformou-se em local de comercialização
de mercadorias (com algumas raras exceções), onde o consumo é considerado
indispensável e altamente rentável. Certamente, essa situação vai ganhando vulto à
medida que mais e mais farmácias recebem o alvará de funcionamento fornecido
pelas prefeituras das cidades e enquanto não forem respeitados os Regulamentos
sobre as propagandas de substâncias e medicamentos constantes na Portaria 344
de 12 de maio de 1998. A citada Portaria aprova o Regulamento Técnico sobre
Substâncias e Medicamentos Sujeitos à Controle Especial, e, no capítulo XI, no
artigo 91 expõe o seguinte sobre a propaganda de medicamentos:
A propaganda de substâncias e medicamentos, constantes
das listas deste Regulamento e suas atualizações, somente
[grifo do autor] poderá ser efetuada em revista ou publicação
tecno-científica de circulação restrita a profissionais de saúde
(BRASIL, 1998, p.17).
Os aspectos legais relacionados à abertura de farmácias são amplamente
discutidos por Zubioli (1992). É lamentável que no Brasil muitas farmácias estejam
descompromissadas com a saúde das pessoas a tal ponto de terem se tornado,
exclusivamente, estabelecimentos que simplesmente comercializam os
medicamentos. Parece que o compromisso social com a qualidade de vida da
população praticamente inexiste. E, o usuário do medicamento nessas farmácias
tornou-se tão somente mais um consumidor, que para ser conquistado é atraído pelo
olhar, propagandas, promoções, etc, além de vitrines maravilhosas com vidros e
espelhos por todos os lados. A indústria farmacêutica tem grande interesse nessas
farmácias, uma vez que elas acabam funcionando de intermediárias repassando os
produtos farmacêuticos ao consumidor. Diante de todas essas considerações, se
quisermos uma farmácia que preze o interesse social e não somente um comércio
com altos lucros, torna-se claro que o próprio farmacêutico tem uma grande tarefa
devendo fazer parte de todo o processo de assistência à saúde.
O farmacêutico é o profissional capacitado para orientar educar e instruir o
paciente sobre todos os aspectos relacionados ao medicamento (CARLINI, 1996;
RECH,1996a; PERETTA; CICCCIA, 1998). O papel do farmacêutico é
importantíssimo no novo modelo assistencial onde a ênfase é atenção primária à
saúde (MOTA et al., 2000). Na maioria das vezes, ele é o último profissional a ter
contato direto com o paciente (ZUBIOLI, 1996a; RECH, 1996b) assistindo-o em
todas as suas dúvidas antes de dar início ao tratamento. O diálogo com o paciente é
necessário até para motivar o cumprimento do tratamento (FERRAES, 2001; 2002).
Ferraes e Cordoni Jr (2001), mencionam que a orientação é um processo vital
quando se visa a adesão do paciente ao tratamento.
A condição essencial para o sucesso de qualquer tratamento depende da
qualidade da orientação que é fornecida ao usuário sobre a utilização correta do
medicamento. A ausência desta orientação, conforme Rech (1996b, p, 15), “[...] tem
sido uma das causas mais freqüentes de retorno de pacientes aos serviços de
saúde, acarretando mais sofrimento à população e onerando ainda mais o sistema
de saúde”.
Provavelmente estas considerações sobre a ausência de uma orientação
adequada no momento da dispensa do medicamento ao usuário, pode contribuir
favorecendo a situação que Chammé (1999, p. 9) descreve como “processo de
metamorfose de simples usuário dos serviços públicos de saúde, à condição de
poliqueixoso.”, referindo-se à figura típica do usuário que insistentemente se mantém
“rotinizado e, de queixa em queixa, vai tentando encontrar resolutividade e eficiência
para os males que o acometem” (Ibdem).
É importante destacar a importância do papel que o farmacêutico
desempenha na dispensa, orientando o usuário sobre o uso correto do
medicamento, esclarecendo dúvidas e favorecendo a adesão e o sucesso do
tratamento prescrito (RECH, 1996a; CARLINI, 1996; FERRAES, 2000; 2001; 2002;
FERRAES; CORDONI, 2001; PERETTA; CICCIA, 1998). Mota et al. (2000) quando
se referem ao “Farmacêutico na Saúde Pública” consideram o farmacêutico como o
profissional de saúde com maior responsabilidade na cadeia da automedicação,
sendo importantíssimo o seu papel no novo modelo assistencial com ênfase à
atenção primária à saúde.
O tipo de atendimento que o paciente recebe influi de forma decisiva na
utilização ou não do medicamento, e, mesmo que o diagnóstico e prescrição estejam
corretos, a adesão ou “compliance” do paciente ao tratamento dependem da
orientação recebida, da aceitação, da disponibilidade e possibilidade de se adquirir o
medicamento (ZANINI et al., 1985). Conforme Zanini et al. (1985, p. 690),
“compliance” é o termo “utilizado para definir o nível de aceitação, cooperação e
cumprimento das instruções por parte do paciente em relação ao tratamento médico
recebido”. A tradução mais apropriada na língua portuguesa é “adesão” do paciente
ao tratamento farmacológico.
Enfim, não adianta somente ter acesso ao médico e ao medicamento, sendo
necessárias as orientações corretas quanto ao uso adequado do medicamento.
Zanini et al. (1985, p. 691) fazem um comentário bastante interessante nesse
aspecto e não consideram suficiente, “para o paciente, apenas a prescrição e
orientação médica, mesmo quando cuidadosa. Surgem dúvidas que tornam
necessário repetir as instruções e, eventualmente complementá-las”. Correia Junior
(1997) também partilha desta idéia e comenta que o farmacêutico tem as condições
necessárias para reforçar as informações sobre a terapêutica do paciente. Sem,
contudo, afirmar que, a presença do farmacêutico seja o sinônimo de adesão.
Existem vários motivos para a não adesão do paciente ao tratamento.
Conforme Hardon e Legrand apud Correia Junior (1997, p.11) encontram-se entre
estes motivos: “as características das drogas em si; a percepção do paciente; e a
relação entre o paciente e os profissionais de saúde”. Ressalta ainda um sério
problema que pode induzir a uma não adesão e que se refere ao próprio paciente. O
autor mencionado se refere à quebra de rotina do paciente, com supressão de
hábitos (fumar, beber, etc), alteração de alguns (horários de refeições, dormir e
acordar) e inclusão de outros (tomar remédios), como grande obstáculo à adesão ao
tratamento medicamentoso. Contudo, na prática, percebe-se que estes aspectos
podem ser corrigidos ou melhorados quando o profissional farmacêutico estiver
inserido na equipe de saúde e quando houver as orientações adequadas sobre o
uso racional do medicamento.
Infere-se a partir daí, a importância de um trabalho de equipe de saúde
multiprofissional, onde o farmacêutico esteja inserido. Para desempenhar bem sua
função, o farmacêutico deverá dispor de informações atualizadas, verdadeiras e
embasadas cientificamente. Em relação às necessidades dos recursos humanos em
saúde, um comitê de especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) em
1985, citado por Correia Junior (1997) declarou que a procura da saúde para todos,
com ênfase na atenção primária de saúde, exigirá a redefinição dos papéis e
funções de todas as categorias de pessoal sanitário, incluindo médicos, enfermeiros,
farmacêuticos, dentistas, engenheiros sanitários, dentre outros profissionais.
Um dos campos de atuação do farmacêutico que vem sendo requerido numa
equipe multiprofissional é o da atenção farmacêutica. O termo “Pharmaceutical Care”
de Hepler e Strand é o que mais se aproxima do que conhecemos como atenção
farmacêutica. A filosofia da Atenção Farmacêutica foi elaborada pelos professores
norte-americanos Linda Strand e Charles Hepler, da Universidade de Minnesota, no
início da década de 1990. Marín (1999, p. 126) se refere ao conceito como “el
processo a através del cual un farmacéutico coopera con un paciente y otros
professionales en definir, implementar y monitorear un plan terapeutico que
producitrá un resultado terapéutico para el paciente”.
A partir dos conceitos apresentados por Hepler e Strand (1990), e tendo em
vista esses novos enfoques na atenção primária e contemplando os profissionais
farmacêuticos foi elaborado um documento pela OMS em 1993, em Tókio, intitulado
“El Papel del Farmacéutico en el Sistema de Atención de Salud” no qual a Atenção
Farmacêutica:
É um conceito de prática profissional em que o paciente é o
principal beneficiário.É o conjunto de atitudes, comportamentos,
compromissos, valores éticos, funções, conhecimentos,
responsabilidades e destrezas do farmacêutico na prestação da
farmacoterapia, objetivando conseguir resultados terapêuticos
definidos e qualidade de vida do paciente (ORGANIZACIÓN,
1993, p. 1).
Em relação à formação dos novos profissionais farmacêuticos, percebe-se
que existe a necessidade do tema ser abordado em toda a sua amplitude.
A atenção farmacêutica é um modelo de prática proposto e desenvolvido
dentro da profissão farmacêutica ao longo da década de 90. Desde sua idealização,
esse modelo de prática foi aceito como a nova área de atuação da profissão
farmacêutica por organizações de apoio e gestão de saúde, órgãos de classe
farmacêuticos e faculdades de farmácia de diversos lugares do mundo. A concepção
desse novo modelo profissional se deu em resposta à necessidade social
relacionada à alta prevalência da morbidade e mortalidade pelo uso de
medicamentos, constituindo um sério problema de saúde coletiva, tanto no Brasil,
como em vários outros países (HEPLER; STRAND, 1999; FERRAES; CORDONI
JÚNIOR, 2002; ARRAIS, 2002).
O exercício profissional do farmacêutico passa hoje pela concepção clínica de
sua atividade, sua integração e colaboração com o restante da equipe de saúde e o
cuidado direto com o paciente; o que então vem a ser chamado de Cuidado,
Assistência ou Atenção Farmacêutica.

2.1 Atenção Farmacêutica
Atenção Farmacêutica constitui uma nova filosofia de exercício profissional
farmacêutico. Não existe, porém, uma concepção única da prática de tal conceito.
Isso então permite a cada farmacêutico uma certa flexibilidade para adaptar a prática
da Atenção Farmacêutica à sua realidade, usar seus próprios recursos e
habilidades, procurando sempre uma farmacoterapia racional, segura e custo-efetiva
para o cuidado do paciente. Além disso, a variabilidade enorme de patologias unido
à ampla disponibilidade terapêutica, oferece múltiplas possibilidades de abordagem
e resolução de um mesmo caso.
O que se deve ter em mente quanto a este modo específico de exercício
profissional, é que a qualidade dos resultados se mede diretamente pela melhora da
qualidade de vida proporcionada ao paciente. E essa melhora deve ser obtida pela
otimização da terapia medicamentosa e resolução dos problemas relacionados aos
medicamentos. O que se propõe não é o exercício do diagnóstico ou da prescrição
de medicamentos considerados de responsabilidade médica, mas a garantia de que
esses medicamentos venham a ser úteis na solução ou alívio dos problemas do
paciente. A atenção farmacêutica estabelece uma relação farmacêutico-paciente
baseada em um acordo no qual o profissional realiza a função de controle do uso
dos medicamentos, apoiando-se no monitoramento e buscando o interesse e a
participação do paciente no tratamento medicamentoso.
Para tornar isso possível, a atenção farmacêutica tem como componentes
gerais a educação em saúde, a orientação farmacêutica, a dispensa, a entrevista e o
seguimento/acompanhamento do uso dos medicamentos.
A Atenção Farmacêutica humaniza e amplia a relação entre profissionais e
pacientes. A Atenção Farmacêutica prevê um cuidado integrado com o paciente.
Exige do farmacêutico uma postura e uma escuta diferenciada diante do paciente,
para que o profissional possa identificar as necessidades, analisar a situação e
tomar decisões. Assim, supondo-se que seja imprescindível para o farmacêutico ter a noção
exata de sua competência e dos limites de sua intervenção no processo saúdedoença,
assumindo sua parcela de responsabilidade na atenção ao paciente,
comprometendo-se com a otimização do uso de medicamentos, e contribuir para
que seja preenchida uma lacuna ainda existente na área de saúde. Este trabalho
tem como objetivos:
• Verificar como se dá a relação farmacêutico-paciente dentro de uma
determinada farmácia;
• E, se essa relação corresponde às necessidades postas nesse momento
histórico, comprometida com a filosofia da Atenção Farmacêutica.

3. METODOLOGIA
A teoria sobre a entrevista é um processo de interação: o entrevistador,
aquele que busca as informações e o entrevistado, aquele que tem as informações
procuradas pelo primeiro e que, de maneira geral as informações são obtidas
através de um roteiro que consta de tópicos previamente estabelecidos de acordo
com o tema central pesquisado. Pode-se dizer, então, que com a entrevista referida
pelo presente tema pretendeu-se obter informações descritivas sobre a prática dos
entrevistados, seus posicionamentos sobre o atendimento farmacológico.
A metodologia utilizada apresenta a modalidade qualitativa, pois busca-se
maior compreensão do tema. Os itens apresentados nas entrevistas foram gerados
na teoria dos autores consultados.
Uma vez coletados, os dados serão analisados à luz das teorias estudadas e
apresentados. Esta análise é um processo continuado em que se procura
estabelecer relações entre os dados e a teoria proposta para o estudo do tema.
O questionário foi desenvolvido para pacientes, constituído de 2 partes, sendo
a primeira para recolher dados sobre os pacientes, divididas em sexo, idade e
ocupação. A segunda parte do questionário apresenta 3 questões com opções de e
não, bem como 4 questões abertas.
Nas questões abertas o paciente poderia optar por mais de uma resposta
conforme sua conveniência, indicando maior subjetividade ou objetividade acerca
das perguntas.
3.1 Tipo de estudo
O presente estudo trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem
qualitativa. Um dos aspectos básicos na abordagem qualitativa é reconhecer no
ambiente natural a fonte direta de dados e no pesquisador o principal instrumento
para esta investigação e, desta forma, possibilitar um contato direto com a situação
problematizadora onde os fenômenos ocorrem. Outra característica deste tipo de
estudo é a questão relativa aos dados coletados: “eles são predominantemente
descritivos" (LUDKE e ANDRÉ, 1996, p. 12).
Estrela (2000) afirma que o método qualitativo é baseado em uma filosofia
naturalista e tem sido largamente usado nas ciências sociais. Este método busca
explicar a realidade em termos de conceitos, comportamentos, percepções e
avaliações das pessoas.
Os métodos qualitativos de pesquisa não têm qualquer utilidade na
mensuração de fenômenos em grandes grupos, sendo basicamente úteis para quem
busca entender o contexto onde algum fenômeno restrito ocorre. Assim sendo, eles
permitem a observação de vários elementos simultaneamente em um pequeno
grupo.
A aplicação do estudo qualitativo na área da saúde ainda é limitada, embora
tenha havido um crescente interesse pela sua utilização na área. Na pesquisa
qualitativa, o papel do pesquisador é de especial importância. Os pesquisadores e
as suas competências comunicativas constituem o principal “instrumento” de coleta
de dados, não podendo, por isso, adotar um papel neutro no campo e em seus
contatos com as pessoas a serem entrevistadas ou observadas (FLICK, 2004).
3.2 Local de estudo
O estudo foi realizado na “Drogaria Varejão dos Remédios”. O
estabelecimento comercial está situado à Avenida Getulio Vargas, 456 no centro da
cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais e foi escolhida pela presente pesquisadora
por possuir nesta empresa maior acesso aos clientes, com objetivo de comparar as
teorias com a prática, a pesquisadora buscou, através da revisão bibliográfica feita
no primeiro capítulo, aplicar uma pesquisa de campo e comparar o dia-a-dia da
farmácia com os autores estudados, proporcionando instrumentos que facilitem ao
profissional de farmácia o método utilizado para um seguro diagnóstico e
planejamento para ações posteriores.
3.3 Amostra
A pesquisa por amostragem foi elaborada em forma de entrevista semiestruturada,
ou seja, um questionário. A pertinência da escolha de tal instrumento
justifica-se pelo que transparece ao descrever informações que se pode obter:
dados que referem as maneiras de atuar ou comportamentos de profissionais em
atuação.
O estudo do tema é relevante para a área acadêmica que pode compreender
a importância conhecimentos advindos da prática farmacêutica dos autores
estudados, que apontam metas de qualidade que contribuem para aqueles que
pretendem trabalhar no sentido do desenvolvimento integral dos pacientes.
O universo da pesquisa compreendeu de 21 pacientes dentre as que se
dirigem semanalmente a drogaria para compra de medicamentos mediante receita
médica. A mostra consistiu das pessoas que concordaram em participar
espontaneamente da pesquisa, respondendo ao questionário.
3.4 Período da coleta de dados
A coleta dos dados foi realizada pela pesquisadora, na primeira quinzena do
mês maio de 2006, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFALMG.
A todos os participantes foi garantido o sigilo de seus nomes e também a
garantia de que os dados somente seriam tratados pelos pesquisadores.
3.5 Instrumento para coleta de dados
A coleta de dados foi feita por meio de um formulário com questões fechadas
e abertas, organizado em duas partes. Na primeira parte, a pesquisadora coletou
dados para a identificação dos sujeitos como: sexo, idade e ocupação. A segunda foi
composta por questões que visaram conhecer as percepções dos sujeitos a respeito
da atuação do farmacêutico e a relação estabelecida com o paciente (anexos).

3.6 Análise dos dados
Considerando que os dados coletados foram do tipo qualitativo, gerado a
partir do registro detalhado, no preenchimento do formulário, os dados foram
organizados por categorias para facilitar a interpretação dos resultados.
Para a efetivação das análises foram realizados, primeiramente momentos de
leitura livre dos dados para um conhecimento geral do resultado, posteriormente
buscou-se identificar os temas mais significativos e recorrentes. A partir dessa
identificação, procurou-se organizar os dados em categorias com vistas ao
estabelecimento de conexões entre essas e os objetivos propostos pelo estudo,
buscando aumentar a compreensão sobre o tema.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a interpretação das respostas dadas às questões do formulário foi a
autora procedeu a sucessivas leituras das respostas, buscando a melhor forma de
categorizar os dados colhidos. Foi construído um conjunto de cinco categorias
descritivas elaborado a parir da codificação quanto:
1) expectativa do paciente diante do farmacêutico;
2) o motivo de atender as necessidades do paciente;
3) importância do farmacêutico para o paciente;
4) importância do farmacêutico para a sociedade;
5) quem é o bom farmacêutico na opinião do paciente.
As respostas abertas permitiram organizar o material obtido a partir de um
sentido lógico, assegurando a compreensão dos elementos constituintes.
As respostas obtidas pelo formulário foram examinadas no intuito de
examinadas no intuito de primeiramente conhecer a opinião dos respondentes, para
depois, iniciar a discussão num âmbito mais geral. Por razões meramente de
organização dos dados, a apresentação e discussão dos resultados deu-se
conforme a ordem das questões abertas apresentadas no roteiro do formulário.
Foi considerado importante para efeito de análise e discussão, a identificação
dos participantes quanto ao sexo, idade, ocupação, se conhece a atribuição de um
farmacêutico, se é importante a presença do farmacêutico na farmácia e se as
pessoas que responderam ao formulário já recebem atendimento por um
farmacêutico na farmácia. Dados esses, contemplados na 1ª parte do formulário.

4.1 Categorização dos sujeitos
Os sujeitos que responderam ao formulário, conforme ao sexo foram, pelos
dados constantes na tabela 1, em maior número de indivíduos do sexo feminino:
Tabela 1 - Distribuição dos sujeitos da pesquisa de acordo com o sexo
SEXO N.º DE INDIVÍDUOS
Masculino 09
Feminino 12
Total 21
Os dados da Tabela 2 expressam faixa etária dos sujeitos pesquisados e
mostram que a maioria dos entrevistados foi de adultos, entre 26 e 60 anos,
expressos conforme a seguinte tabela:
Tabela 2 - Distribuição dos sujeitos quanto à idade
IDADE N.º DE INDIVÍDUOS
Entre 18 à 25 anos 03
Entre 26 à 60 anos 14
Mais de 60 anos 04
Total 21
A ocupação dos sujeitos que responderam ao formulário está listada na tabela
a seguir e revelam que a maior parte dos entrevistados são aposentados, seguidos
por empregadas domésticas, estudantes lojistas e vendedores. Nota-se que, pelos
dados observados, não existe uma clientela delimitada. O público é bastante
heterogêneo quanto à ocupação profissional:
Tabela 3 - Distribuição dos sujeitos de acordo com a ocupação
OCUPAÇÃO N.º DE INDIVÍDUOS
Empregada doméstica 02
Telefonista 01
Estudante 02
Professora 01
Aposentado 05
Enfermeiro 01
Lojista 02
Açougueiro 01
Vendedor 02
Recepcionista 01
Manicura 01
Motorista de ônibus 01
Motoqueiro 01
Total 21
O primeiro item da segunda parte do formulário destinou-se em conhecer se
os sujeitos sabem, ou não, quais são as atribuições de um farmacêutico. Pode-se
observar que a maioria das pessoas conhece as atribuições de um farmacêutico.
Esse dado é de suma importância ao que se refere ao campo de atuação do
farmacêutico no conjunto de suas atribuições junto ao atendimento das demandas
sociais. As respostas obtidas estão expressas na Tabela 4 a seguir:
Tabela 4 - Distribuição dos sujeitos da pesquisa quanto ao conhecimento
sobre as atribuições de um farmacêutico
N.º DE INDIVÍDUOS
Sabem 18
Não sabem 03
Total 21
A Segunda questão do formulário visa conhecer se os sujeitos consideraram
importante a presença do farmacêutico na farmácia. Os dados revelam a
unanimidade das respostas reforçando mais uma vez o reconhecimento da
população sobre a importância da função do farmacêutico numa farmácia comercial.
Tabela 5 - Distribuição dos entrevistados quanto à importância da presença do
farmacêutico na farmácia

N.º DE INDIVÍDUOS
A terceira questão visou conhecer se os usuários já foram atendidos por
um farmacêutico na farmácia comercial. Pelos dados constantes da Tabela 6,
vemos que a maioria dos usuários já foi atendida por um farmacêutico na farmácia.
Nota-se, assim, a relevância ao papel social do farmacêutico em seu local de
trabalho.
Tabela 6 Atendimento dos sujeitos por um farmacêutico na farmácia

N.º DE INDIVÍDUOS
Sim 18
Não 03
Total 21
A Segunda parte do formulário, com questões abertas buscou-se verificar
como se dá a relação entre farmacêutico-paciente dentro de uma determinada
farmácia. Pelos depoimentos obtidos foi possível o delineamento de quatro
categorias.
4.1.1 Expectativa do paciente em relação ao farmacêutico
A primeira questão aberta visou conhecer o que o paciente espera do
farmacêutico. As respostas foram agrupadas em quatro sub-categorias, a saber:
Atenção - Ao analisar as respostas, percebeu-se que alguns dos sujeitos
esperam do farmacêutico Atenção, como revelam as seguintes respostas:
“Uma pessoa que saiba nos dar atenção como pessoa normal, e não como
um doente”
“Ser atencioso”
“Atenção com o cliente”
“Seja bem atencioso com os clientes, tente deixar aqueles que estão doentes
um ‘pouquinho’ mais animados com o tratamento”.
a) Orientação - Outros esperam do farmacêutico uma orientação, como:
“(...) um profissional que faça as orientações sobre o medicamento (...)”
“Que ele oriente com mais clareza as recomendações do médico”
É muito importante a orientação ao paciente, segundo Arnaldo Zubioli
(2001), hoje em dia o farmacêutico deve atuar diretamente entre o medicamento e o
paciente. É um profissional da área de saúde que sempre está disponível para ser
consultado. Portanto deve usar de comunicação clara para poder orientar ao
paciente.
Negar ao usuário de medicamento o direito à orientação farmacêutica é
negar-lhe o direito à saúde e à cidadania (ZUBIOLI, 2001).
b) Confiança – Os clientes também esperam do farmacêutico confiança,
como se pode verificar nos seguintes relatos:
“Uma pessoa que saiba nos passar confiança do tratamento receitado, nos
dando as devidas orientações”.
A relação farmacêutico-paciente costuma adotar características que
favorecem um clima de confiança. O paciente encontra menos barreiras
psicológicas do que em outros serviços de saúde (ZUBIOLI, 2001).
c) Aconselhamento - O Aconselhamento está intimamente relacionado com
a Atenção. Os farmacêuticos devem ter atenção ao problema para poder aconselhar
da melhor maneira possível, veja na resposta:
“Alguém que possa nos aconselhar quanto a um tratamento ou algum
problema”.
A Segunda questão aberta do formulário visou conhecer as percepções dos
sujeitos a respeito da atuação do farmacêutico e a relação estabelecida com o
paciente.
4.1.2 O motivo de atender às necessidades do paciente
Essa pergunta do formulário informará se o que é esperado do farmacêutico
está sendo compatível com as necessidades do paciente. As respostas foram
classificadas em três sub-categorias abaixo:
a) Ajuda - Pelas respostas dos pacientes o farmacêutico é um profissional
que ajuda as pessoas nos seus problemas, para elas é importante que o
farmacêutico tenha disposição em ajudar.
“Porque quando tenho algum problema o farmacêutico me ajuda a resolver”
“Porque quando preciso dele, ele está sempre disposto a ajudar”
b) Atendimento - Atendimento de um profissional de farmácia deve ser
diferente de todos os atendimentos dos estabelecimentos comerciais, visto que a
farmácia também é um estabelecimento de saúde e exige mais atenção ao cliente.
Cada pessoa que entra na farmácia deve ser atendida como um paciente que
necessita de um bom atendimento.
Para os respondentes um bom atendimento o farmacêutico deve demonstrar
simpatia, interesse pela saúde do paciente, bom tratamento e educação, relatados a
seguir:
“Porque ele é simpático e me atende bem”
“Ele se interessa pela nossa saúde”
“Porque sou bem tratada por ele”
“Porque ele sabe orientar e indicar um remédio quando é preciso, além de
ser muito educado”
c) Comunicação - Uma das funções primordiais do farmacêutico no ato da
dispensa é a orientação do paciente em todos os aspectos do medicamento que
será consumido.
Para isso, é fundamental que ambos se comuniquem. A comunicação
interpessoal pode ser definida como o processo pelo qual se transmite idéias e
sentimentos de uma pessoa a outra. O processo de comunicação se dá na interrelação
humana e ao mesmo tempo provoca novas inter-relações (ZUBIOLI, 2001).
Pelas respostas abaixo, pode-se ver que as pessoas gostam de conversar
com o farmacêutico e até o classificam como um psicólogo.
“Porque ele sabe conversar comigo, é muito educado e atencioso, diferente
dos outros vendedores”
“Porque ele é quase um psicólogo para mim”
É importante escutar e prestar atenção ao que diz o paciente por dois
motivos: primeiro, para dar-lhe a importância que merece o seu problema e que ele
o sinta assim, e para poder formar uma opinião clara sobre como expressar a
informação que está solicitando (ZUBIOLI, 2001).

4.1.3 Importância do farmacêutico para a sociedade
A Sexta questão informou a importância que o farmacêutico tem para a
sociedade. As respostas foram agrupadas em três sub-categorias, a saber:
a) Qualidade do produto - O farmacêutico tem a responsabilidade
profissional na dispensa de medicamentos de qualidade, confirmado com as
respostas dos pacientes abaixo:
“O farmacêutico não deixa o cliente levar produtos sem qualidade”
“É ele que não engana as pessoas quanto à qualidade do remédio”.
b) Primeiros Socorros - A farmácia muitas vezes é o primeiro
estabelecimento de saúde que o paciente busca socorro, enfatizando a importância
do profissional farmacêutico no seu local de trabalho.
“Importante nos primeiros socorros...”
“Dar os primeiros socorros, quando não for uma coisa tão grave, e orientar
sobre a doença e o medicamento”
c) Prevenção de doenças - Como o farmacêutico é o profissional de saúde
de fácil acesso às pessoas, é importante orientar quanto à prevenção de doenças.
“É um dos profissionais de saúde que ajuda a prevenir doenças, importante
nos primeiros socorros e tendo boa atenção, ele pode detectar uma doença no
estado inicial, assim mais chance de cura”.

4.1.4 Importância do farmacêutico para o paciente
Pelas respostas dos pacientes, pode-se ver que o farmacêutico tem um papel
27
muito importante na vida das pessoas.
“Ele é meu vendedor de confiança e meu amigo”
“Ele me passa confiança, e aí eu melhoro”
“Ele me trata bem, gosto de ir na farmácia”
“Importante nos meus tratamentos, ele é que me dá as orientações dos
remédios”
“Uma pessoa de confiança para falar os meus problemas”
“Tenho um atendimento melhor na farmácia quando atendido por um
farmacêutico, ele se interessa pela saúde, não pensa só em vender”

4.1.5 Um bom farmacêutico para o paciente
As respostas dos pacientes a última pergunta do formulário reforçaram o que
já foram citados. Para eles um bom farmacêutico é aquele que:
“Seja atencioso”
“Seja simpático”
“Tenha um bom atendimento”
“Saiba orientar”
“Passa confiança para o cliente”
“Demonstre interesse no paciente”

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para fazer uma boa atenção farmacêutica é preciso haver diálogo de ambas
as partes. Por isso é importante manter um bom relacionamento farmacêuticopaciente.
Pelas respostas obtidas, os pacientes que freqüentam a “Drogaria Varejão
dos Remédios”, sabem quais são as atribuições do farmacêutico e concordaram
sobre a importância da presença do farmacêutico na farmácia. Pode-se observar
que a maioria dos pacientes já foi atendida por um farmacêutico, demonstrando
também necessidade do profissional em prestar Assistência Farmacêutica.
O que se pode perceber é que as pessoas não querem somente aqueles
profissionais para orientar sobre o uso dos medicamentos, eles querem uma
pessoa que aparenta simpatia, que converse com ela de maneira clara, ouça seus
problemas e aconselhe, demonstre de alguma forma que a saúde dela é importante
para o farmacêutico e estabeleça uma relação de confiança e duradoura.
A prática demonstra que o paciente tem buscado no farmacêutico maiores
informações sobre a terapêutica medicinal, somente com a comprovação o paciente
afiança sua necessidade de aquisição medicamentosa, através da concordância do
profissional, como aquele que possui as condições necessárias para reforçar a
prescrição médica, com a receita que traz consigo. A realidade interpretada nos
questionários da “Drogaria Varejão dos Remédios” mostra que o profissional tem se
apoiado no exercício de Atenção Farmacêutica como forma de adaptação às
exigências dos pacientes para um melhor relacionamento, bem como para maior
esclarecimento sobre os medicamentos, além disso, o profissional passa a ser mais
valorizado pelos clientes.

As ações dos farmacêuticos no cotidiano das farmácias demonstram que
situações de automedicação no paciente estão sendo transformadas pela ação do
profissional, quando este cria laços sociais ao intervir e explicitar um aviamento
médico.Este equilíbrio não decorre somente do tipo e características do
medicamento, mas também da forma de utilização e da dosagem em relação ao
tempo, muitas vezes o paciente não consegue entender a prescrição médica ou
possui dúvidas sobre o medicamento, a sua quantidade total, a sua dosagem, os
horários e modos de seu uso. O presente estudo pode ser considerado como
 uma contribuição entre osdemais que poderão ser feitos na área de farmácia.
Na realidade, o desejo dcontribuição deixa mais perguntas, mais dúvidas,
mais assuntos para estudo do quesugestões. A solução não virá de uma única
 direção, mas de cada caminho tomadoque, concretizado, deverá contribuir para
se chegar a novas soluções, pois outrosfarmacêuticos poderão pesquisar em
suas farmácias, através dos formulários, edescobrir o perfil do farmacêutico
na opinião do paciente, para que estes tenham um
bom relacionamento, garantindo uma Atenção Farmacêutica de qualidade.
Sem a pretensão ou mesmo a possibilidade de poder esgotar o assunto,
pode-se conhecer, pelos autores consultados, a situação em que se encontra a
qualidade da Atenção farmacêutica nos dias presentes.

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______. Farmácia clinica e farmácia comunitária. Brasília: Ethosfarma, 2001.
ANEXOS
ANEXO I
FORMULÁRIO
PARTE I
Dados de Identificação
Sexo: (M) (F) Idade: _____ anos Ocupação: ____________
PARTE II
1. Você sabe quais são as atribuições (funções) de um farmacêutico?
( ) sim (...) não
2. Para você, é importante a presença do farmacêutico na farmácia?
( ) sim (...) não
3. Você já foi atendido por um farmacêutico?
( ) sim (...) não
4. O que você espera do farmacêutico?
5. O farmacêutico atende suas necessidades por que?
6. Para você, qual é a importância do farmacêutico para a sociedade e para
você?
Para a Sociedade:
Para o paciente:
7. Complete a frase: para você, um bom farmacêutico é aquele que

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