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5.01.2012

Salários têm aumento real acima do registrado em 2011

 Economia bombando

Categorias com data-base para renovação de acordos e convenções coletivas no 1º quadrimestre têm conquistado reajustes reais

carteira de trabalho Inflação controlada facilita acordos para reajustes reais de salário 
Mesmo com a redução do ritmo de crescimento da economia, categorias profissionais com data-base para renovação de acordos e convenções coletivas nos primeiros quatro meses do ano estão conseguindo conquistar aumentos reais de salário que chegam a superar os níveis registrados em igual período de 2011.
Na Bahia, cerca de 35 mil operários da construção pesada, infraestrutura e montagem industrial convenceram as construtoras a conceder aumento real de 4,77%, depois de 17 dias de greve. Em São Paulo, 42 mil químicos do setor farmacêutico fecharam acordo com os laboratórios que prevê aumento real de 2,41%, um ponto porcentual acima do índice conquistado no ano passado.
Para economistas, o cenário continua favorável aos reajustes, independentemente do agravamento da crise na zona do euro e da desaceleração da economia brasileira neste início de ano. Entre os pontos que facilitam o trabalho dos sindicatos em 2012 estão os índices de preços bem comportados até agora.
Em março, a inflação acumulada em doze meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado como parâmetro nas negociações entre empregados e patrões, estava em 4,97%. Foi a menor variação de preços registrada para o período depois de março de 2007, quando ficou em 3,29%. "Quanto mais baixa a inflação, mais fácil é a obtenção de aumento real de salário", diz José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Na média, a inflação para as datas-base em 2012 vai girar em torno de 5%, abaixo do ano passado, quando foi superior a 5%, frisa Silvestre. A política de redução de juros adotada pelo Banco Central (BC) também é positiva, segundo o técnico.
Mas o BC ainda vê a força do mercado de trabalho como um risco importante à evolução dos preços. O que preocupa a autoridade monetária é o fato de que as negociações salariais atribuem peso excessivo à inflação passada, em detrimento da inflação futura, que está em processo de redução e tende a ser marcadamente menor do que a inflação passada. A demanda aquecida pelos aumentos reais de salários poderia, por si só, exercer pressão de alta sobre os preços.
(com Agência Estado)

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