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6.22.2012

Pesquisas apontam crescimento da bulimia entre os meninos


Um estudo com cerca de 16 mil crianças em Taiwan aponta que 16% dos meninos com idades entre dez e 12 anos admitiram ter induzido o vômito para perder peso.A pesquisa foi publicada neste mês no periódico "Journal of Clinical Nursing" e estudou meninos de até 18 anos.
A maior prevalência de bulimina (16%) foi na faixa entre os dez e os doze anos. Entre as meninas, 10% sofriam com o transtorno.
Médicos afirmam que a bulimia entre os meninos pode ser motivada por uma tentativa de evitar o bullying, segundo o jornal britânico "Telegraph".
Outro estudo, dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, aponta que 4% dos estudantes na pré-escola já usaram laxantes com o objetivo de emagrecer.


Bulimia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por períodos de compulsão alimentar seguidos por comportamentos não saudáveis para perda de peso rápido como induzir vômito (90% dos casos), uso de laxantes, abuso de cafeína, uso de cocaína e/ou dietas inadequadas.[1] Se diferencia da anorexia nervosa por envolver grande variação de peso, descontrole alimentar frequente e estar mais associado a depressão maior, enquanto a vítima de anorexia nervosa está mais associado com uma magreza excessiva, longos períodos sem se alimentar e transtornos de ansiedade.[2]

Incidência

Tem incidência maior a partir da adolescência e de 3 a 7% da população, embora seja difícil mapear o real número de pessoas que sofrem da doença, uma vez que ela está cercada de preconceitos e é difícil para o próprio doente confessar seu problema. Cerca de 90% dos casos ocorre em mulheres. [carece de fontes]

Características

Comidas gordurosas estão fortemente associadas a prazer, relaxamento e diversão em grupo, sendo muito frequente que estejam presentes em grandes quantidades em diversos tipos de eventos sociais diferentes.
A pessoa bulímica, de acordo com os critérios diagnósticos do CID 10, tende a apresentar períodos em que se alimenta em excesso, muito mais do que a maioria das pessoas conseguiriam se alimentar em um determinado espaço de tempo, seguidos pelo sentimento de culpa e tentativas para evitar o ganho de peso com jejuns, exercícios, vômitos autoinduzidos, laxantes, diuréticos e/ou enemas. Existe também trabalhos acadêmicos recentes relatando que a ingestão alimentar excessiva caracteriza-se muitas vezes pelo sentimento subjetivo de excesso do que excesso propriamente dito.

Critérios diagnósticos

Os critérios diagnósticos usados pelo CID-10 e pelo DSM IV são:
  1. Episódios recorrentes de consumo alimentar compulsivo - episódios bulímicos;
  2. Comportamentos compensatórios inapropriados (como vômito e abuso de substâncias);
  3. Os episódios bulímicos e compensatórios ocorrem pelo menos duas vezes por semana, por no mínimo três meses;
  4. Autoavaliação indevidamente influenciada pela forma e peso corporais.

Consequências comuns

Esses comportamentos podem ter diversas consequências negativas pra saúde como:[4]
  • Problemas nos dentes e gengivas;
  • Desidratação;
  • Fadiga;
  • Ressecamento da pele;
  • Arritmia cardíaca;
  • Irregularidade ou perda da menstruação;
  • Constipação;
  • Humor depressivo e variável;
  • Sono.

Métodos compensatórios

Geralmente a autoestima de pessoas com transtornos alimentares depende excessivamente da satisfação com o próprio corpo.
Os principais métodos de perda de peso são:[5]
  • Autoindução de vômito;.
  • Jejuns prolongados;
  • Uso de laxantes, diuréticos e enemas;
  • Exercícios excessivos;
  • Dietas ineficientes e não saudáveis;
  • Lipoaspiração e outros procedimentos cirúrgicos para reduzir o peso.

Fatores psicológicos

Mesmo que a pessoa com bulimia consiga emagrecer com ajuda de medicamentos, sem resolver os fatores psicológicos é muito provável que ela volte a ter novas crises no futuro e continue infeliz consigo mesma.
Alguns aspectos psicológicos frequentes em pessoas com bulimia são[2] :
  • Baixa autoestima;
  • Pensamento do tipo “tudo ou nada” (extremistas);
  • Ansiedade elevada;
  • Perfeccionismo;
  • Dificuldade de encontrar formas saudáveis de obter prazer e satisfação;
  • Excessivamente críticos;
  • Excessivamente exigentes;
  • Insatisfação constante.

Outras características

Essas pessoas podem tentar passar um dia ou mais sem comer na tentativa de perder peso, muitas vezes entrando em um repetitivo ciclo de intensa restrição alimentar alternadas com farras culposas que o levam de novo ao sistema compensatório. A própria restrição alimentar excessiva aumenta muito as chances de desencadearem-se novos episódios compulsivos. Quanto mais tempo sem comer, mais forte o organismo se mobiliza para procurar e consumir, e reagindo à falta de alimentos o organismo absorve uma maior quantidade de gordura para compensar a perda de peso anterior.
O bulímico geralmente se encontra com peso normal, levemente aumentado ou diminuído (mas não chegando à magreza da anorexia). Essa aparência de normalidade muitas vezes dificulta que se identifique o problema, o que muitas vezes leva a uma demora em se procurar ajuda.
Pacientes bulímicos costumam envergonhar-se de seus problemas alimentares e, assim, buscam ocultar seus sintomas. Dessa forma, as compulsões periódicas geralmente ocorrem sem o conhecimento dos pais, dos amigos ou das pessoas próximas.
Em alguns casos após a bulimia ter persistido por algum tempo, os pacientes podem afirmar que seus episódios compulsivos não mais se caracterizam por um sentimento agudo de perda de controle, mas sim por indicadores comportamentais de prejuízo do controle, tais como dificuldade a resistir em comer em excesso ou dificuldade para cessar um episódio compulsivo, uma vez que iniciado.
A bulimia costuma causar sofrimento psíquico e afeta áreas diversas do sujeito. O bulímico não tem prejuízo somente da sua relação com a comida ou da sua relação com seu corpo. Ele se vê afetado em suas relações sociais - uma vez que festas e confraternizações envolvem alimentação. Ele se vê atormentado por uma questão que lhe é cotidiana (alimentação) e que não pode ser evitada, uma vez que todo indivíduo precisa se alimentar.Isso demonstra a dificuldade de se lidar com o transtorno alimentar (tanto para o sujeito que se vê afetado, quanto pelos demais à sua volta)

Tratamento




O tratamento mais eficaz é o multiprofissional, envolvendo acompanhamento psicológico, psiquiátrico e nutricional. Porém, é frequente que o paciente não reconheça a necessidade de tratamento e se recuse ou adie sem tempo determinado a fazê-lo. Em certos casos, principalmente quando há sério comprometimento à saúde, faz-se necessária a internação do paciente.[6] Terapias comportamentais associados com alguns tipos de antidepressivos e estabilizante de humor tem obtido bons resultados.[2]

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