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6.23.2012

RIO +20 Documento Final


Chefes de delegações admitem que alguns compromissos da Rio+20 vão contra suas leis. ONGs e até a Igreja criticaram

POR Christina Nascimento
Rio -  Aplausos de um lado, vaias de outro. Apesar de a maioria dos chefes de Estado e a própria Organização das Nações Unidas (ONU) comemorarem o documento da Rio+20 com metas para o desenvolvimento sustentável, o texto foi alvo de críticas de movimentos sociais, da Igreja e de ambientalistas.
Dilma discursa na plenária final da Rio+20 | Foto: André Mourão / Agência O Dia





admitiram que nem todos os pontos com os quais se comprometeram vão sair do papel. Representantes da Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, acusaram falta de prazos, de dinheiro e de objetividade, mas apresentaram suas demandas em documento preliminar também amplo e vago.
Na plenária que fechou o evento oficial no Riocentro, chefes de delegações ricas e pobres alertaram que assinaram o relatório mas que nem tudo poderá ser posto em prática, pois há itens que vão contra sua soberania.
“Não se aceitará nenhum tipo de avaliação, monitoramento, relatório e revisão de nossas políticas energéticas nacionais que afete a nossa soberania nacional”, ponderou representante do governo boliviano.
"Em várias áreas, esperávamos resultado mais ambicioso, prazos e cronogramas concretos para realização das metas”, afirmou representante da União Europeia.
O chinês Sha Zukang, secretário-geral da ONU para a Rio+20, alertou líderes das nações para que agora ponham em prática o compromisso firmado: “O trabalho começa agora. Prometer é fácil. Mas manter os compromissos com a sustentabilidade exige esforço”.
Ativistas de ONGs disseram que vão embora desapontados. “Nossos líderes falaram, mas não agiram. Esta semana, mostraram uma falta de liderança. E são os povos mais pobres que pagam por isso”, disse Barbara Stocking, da Oxfam.
Para o diretor do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo, a imagem que se tem do evento é de um “Titanic afundando”. Ele lembrou que 400 mil pessoas morrem anualmente por questões climáticas: “Os chefes de Estado não ficaram sequer uma hora negociando. Deixaram todo o processo para diplomatas e organizadores”.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) criticou falta de menção no documento sobre a educação como instrumento para uma nova relação com o meio ambiente.
Erradicar a pobreza e financiar os países em desenvolvimento
- Foi formalizado compromisso de se erradicar a fome e a pobreza, apontada como o “maior desafio global no mundo”.
- Criado um fórum político intergovernamental de alto nível, que deverá acompanhar a implementação de medidas de desenvolvimento sustentável. O fórum não poderá se sobrepor a outras instituições que já tenham essa função.
- Reconhecida a importância da conservação e do uso sustentável da biodiversidade marinha além das áreas de jurisdição de casa país. Ou seja, principalmente de mar aberto.
- Assumido o compromisso de eliminar progressivamente subsídios a combustíveis fósseis (petróleo e carvão, por exemplo), removendo distorções de mercado, reestruturando a tributação. O texto afirma que as nações devem levar em conta os impactos ambientais, sem esquecer necessidades específicas de países em desenvolvimento.
-Reconhecida a necessidade da mobilização significativa de recursos de várias fontes e do uso de financiamentos para apoiar países em desenvolvimento para que consigam promover o desenvolvimento sustentável. Comitê intergovernamental, com suporte da ONU, vai implementar esse processo até 2014.
- Definidas áreas temáticas relacionadas ao desenvolvimento sustentável. Elas incluem segurança alimentar e agricultura sustentável, água e saneamento, energia, turismo, transporte, cidades sustentáveis, saúde e população e redução de riscos de desastres, entre outras.
Ecológicas
-Barraco
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, não gostou quando, na plateia, levantaram cartaz com desenho de motoserra em evento sobre desmatamento, problema que o Brasil reduziu em 77%. Aos gritos, rebateu a ativista e foi aplaudida.
-Centro Rio+20
O governo brasileiro e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) assinaram carta de intenções para a criação do Centro Rio+, de estudos para o desenvolvimento sustentável, na COPPE-UFRJ.
-Ar monitorado
A qualidade do ar no Parque dos Atletas, perto do Riocentro, está regular. O local, que abriga exposições dos países, tem entrada grátis até este domingo.
admitiram que nem todos os pontos com os quais se comprometeram vão sair do papel. Representantes da Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, acusaram falta de prazos, de dinheiro e de objetividade, mas apresentaram suas demandas em documento preliminar também amplo e vago.
Na plenária que fechou o evento oficial no Riocentro, chefes de delegações ricas e pobres alertaram que assinaram o relatório mas que nem tudo poderá ser posto em prática, pois há itens que vão contra sua soberania.
“Não se aceitará nenhum tipo de avaliação, monitoramento, relatório e revisão de nossas políticas energéticas nacionais que afete a nossa soberania nacional”, ponderou representante do governo boliviano.
"Em várias áreas, esperávamos resultado mais ambicioso, prazos e cronogramas concretos para realização das metas”, afirmou representante da União Europeia.
O chinês Sha Zukang, secretário-geral da ONU para a Rio+20, alertou líderes das nações para que agora ponham em prática o compromisso firmado: “O trabalho começa agora. Prometer é fácil. Mas manter os compromissos com a sustentabilidade exige esforço”.
Ativistas de ONGs disseram que vão embora desapontados. “Nossos líderes falaram, mas não agiram. Esta semana, mostraram uma falta de liderança. E são os povos mais pobres que pagam por isso”, disse Barbara Stocking, da Oxfam.
Para o diretor do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo, a imagem que se tem do evento é de um “Titanic afundando”. Ele lembrou que 400 mil pessoas morrem anualmente por questões climáticas: “Os chefes de Estado não ficaram sequer uma hora negociando. Deixaram todo o processo para diplomatas e organizadores”.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) criticou falta de menção no documento sobre a educação como instrumento para uma nova relação com o meio ambiente.
Erradicar a pobreza e financiar os países em desenvolvimento
- Foi formalizado compromisso de se erradicar a fome e a pobreza, apontada como o “maior desafio global no mundo”.
- Criado um fórum político intergovernamental de alto nível, que deverá acompanhar a implementação de medidas de desenvolvimento sustentável. O fórum não poderá se sobrepor a outras instituições que já tenham essa função.
- Reconhecida a importância da conservação e do uso sustentável da biodiversidade marinha além das áreas de jurisdição de casa país. Ou seja, principalmente de mar aberto.
- Assumido o compromisso de eliminar progressivamente subsídios a combustíveis fósseis (petróleo e carvão, por exemplo), removendo distorções de mercado, reestruturando a tributação. O texto afirma que as nações devem levar em conta os impactos ambientais, sem esquecer necessidades específicas de países em desenvolvimento.
-Reconhecida a necessidade da mobilização significativa de recursos de várias fontes e do uso de financiamentos para apoiar países em desenvolvimento para que consigam promover o desenvolvimento sustentável. Comitê intergovernamental, com suporte da ONU, vai implementar esse processo até 2014.
- Definidas áreas temáticas relacionadas ao desenvolvimento sustentável. Elas incluem segurança alimentar e agricultura sustentável, água e saneamento, energia, turismo, transporte, cidades sustentáveis, saúde e população e redução de riscos de desastres, entre outras.
Ecológicas
-Barraco
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, não gostou quando, na plateia, levantaram cartaz com desenho de motoserra em evento sobre desmatamento, problema que o Brasil reduziu em 77%. Aos gritos, rebateu a ativista e foi aplaudida.
-Centro Rio+20
O governo brasileiro e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) assinaram carta de intenções para a criação do Centro Rio+, de estudos para o desenvolvimento sustentável, na COPPE-UFRJ.
-Ar monitorado
A qualidade do ar no Parque dos Atletas, perto do Riocentro, está regular. O local, que abriga exposições dos países, tem entrada grátis até este domingo.

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