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6.06.2012

Riscos da maconha são 'subestimados', dizem especialistas

Chance de câncer para usuário diário seria a mesma de quem fuma um maço de cigarros por dia.

Da BBC
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Médicos britânicos fazem alerta contra a maconha (Foto: AFP/BBC) 
Médicos britânicos fazem alerta contra a maconha
(Foto: AFP/BBC)
Especialistas alertam que o público perigosamente subestima os riscos de saúde ligados a fumar maconha.
A Fundação Britânica do Pulmão (BLF, na sigla em inglês) realizou um levantamento com mil adultos e constatou que um terço erroneamente acredita que a cannabis não prejudica a saúde.
E 88% pensavam incorretamente que cigarros de tabaco seriam mais prejudiciais do que os de maconha -- quando um cigarro de maconha traz os mesmos riscos de um maço de cigarros.
A BLF afirma quer a falta de consciência é "alarmante".
Amplamente utilizado
Os números mais recentes mostram que 30% das pessoas entre 16 e 59 anos de idade na Inglaterra e no País de Gales usaram cannabis em suas vidas.
Um novo relatório do BLF diz que há ligações científicas entre fumar maconha e a ocorrência de tuberculose, bronquite aguda e câncer de pulmão.
O uso de cannabis também tem sido associado ao aumento da possibilidade de o usuário desenvolver problemas de saúde mental, como a esquizofrenia.
Parte da razão para isso, dizem os especialistas, é que as pessoas, ao fumar maconha, fazem inalações mais profundas e mantêm a fumaça por mais tempo do que quando fumam cigarros de tabaco.
Isso significa que alguém fumando um cigarro de maconha traga quatro vezes mais alcatrão do que com um cigarro de tabaco, e cinco vezes mais monóxido de carbono, diz a BLF.
A pesquisa descobriu que particularmente os jovens desconhecem os riscos.
'Campanha pública'
Quase 40% dos entrevistados com até 35 anos de idade -- a faixa etária mais propensa a ter fumado cannabis -- acreditam que maconha não é prejudicial.
No entanto, cada cigarro de cannabis aumenta suas chances de desenvolver câncer de pulmão para o equivalente aos riscos de quem fuma um pacote inteiro de 20 cigarros de tabaco, a BLF advertiu.
A chefe-executiva da BLF, Helena Shovelton, disse: "É alarmante que, enquanto pesquisas continuam a revelar as múltiplas consequências para a saúde do uso de maconha, ainda há uma perigosa falta de sensibilização do público sobre o quão prejudicial esta droga pode ser".
"Este não é um problema de nicho -- a cannabis é uma das drogas recreativas mais utilizadas no Reino Unido, já que quase um terço da população afirma ter provado".
"Precisamos, portanto, de uma campanha de saúde pública -- à semelhança das que têm ajudado a aumentar a conscientização sobre os perigos de se comer alimentos gordurosos ou fumar tabaco -- para finalmente acabar com o mito de que fumar maconha é de algum modo um passatempo seguro.'
O relatório do BLF recomenda a adoção de um programa de educação pública para aumentar a conscientização do impacto de fumar maconha e um maior investimento na pesquisa sobre as consequências para a saúde de seu uso.

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