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7.27.2012

Reação das bolsas (economia)


Bolsa sobe mais de 4% e dólar fecha negociado a R$ 2,02

Expectativa de ação coordenada do Banco Central Europeu para salvar Espanha e Itália animou investidores

Com agências internacionais
SÃO PAULO - No segundo dia de alta consecutiva, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) disparou nesta sexta-feira e subiu 4,72% aos 56.553 pontos. O volume negociado foi de R$ 9,09 bilhões, acima da média diária. A expectativa de uma ação mais efetiva do Banco Central Europeu (BCE) na crise do euro, comprando títulos da Espanha e Itália, e números mais positivos da economia americana impulsionaram os mercados globais e a Bovespa acompanhou. O dólar comercial fechou em alta de 0,09% frente ao real sendo cotado a R$ 2,022 na compra e R$ 2,024 na venda. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 2,030 e na mínima a R$ 2,024.
Foi a maior alta diária da Bolsa brasileira desde 9 de agosto de 2011, quando o índice subiur 5,1%. Com a alta de sta sexta, o índice acumulou alta de 4,35% na semana e quase zerou as perdas do ano. A baixa, desde janeiro, é de apenas 0,35%.
As blue chips da Bolsa fecharam em forte alta e impulsionam o índice. Vale PNA subiu 3,98% a R$ 36,80; Petrobras PN avançou 4,72% a R$ 20,00; OGX Petróleo ON ganhou 12,74% a R$ 5,73 e Itaú Unibanco PN teve alta de 3,71% a R$ 32,35. Os papéis da OGX tiveram a maior alta do pregão. Também tiveram expressiva valorização os papéis PNA da Usiminas - alta de 13,07% a R$ 6,75 - e os papéis ON da companhia - alta de 10,95% a R$ 7,60. Apenas duas ações encerram o dia em baixa: Natura ON (queda de 1,91% a R$ 50,71) e Redecard ON, com baixa de 0,03% a R$ 32,99.
- O mercado se apegou à possibilidade de que o Banco Central Europeu (BCE) está traçando um plano com os principais países do euro para salvar Espanha e Itália, comprando seus títulos. A informação durante a tarde que o presidente do BCE, Mario Draghi, vai se encontrar com o presidente do BC alemão foi o estopim para a subida dos mercados. Além disso, com PIB mais fraco nos EUA, cresce a expectativa de medidas extras do Federal Reserve (Fed) para estimular a economia americana - diz o economistas Pedro Galdi, da corretora SLW.
De acordo com Márcio Cardoso, diretor da Título corretora, o Ibovespa chegou na máxima a ultrapassar os 57 mil pontos, que é um ponto de resistência importante.
- Acredito que de fato se a ação do BCE se concretizar, o Ibovespa deve romper rapidamente esse patamar de resistência e partir rumo aos 60 mil - avalia Cardoso.
Ele acredita que se de fato o BCE agir, o investidor estrangeiro pode voltar ao pregão brasileiro.
- E aí sim veremos dinheiro novo entrando na Bovespa - diz o diretor da Título.
Embora tenha desacelerado em relação ao primeiro trimestre, quando a economia americana cresceu 2%, o mercado repercute positivamente o anúncio do PIB americano do segundo trimestre, que ficou em 1,5%. O resultado ficou acima da expectativa dos analistas, que previam um número entre 1,3% e 1,4%. A expansão de apenas 1,5% mostra que a maior economia do mundo continua crescendo, mas em ritmo insuficiente para reverter a taxa de desemprego. Isso demandaria uma ação extra do Fed, avaliam os analistas. As Bolsas americanas fecharam em alta. O S&P 500 se valorizou 1,91%; o Dow Jones avançou 1,46% e o Nasdaq ganhou 2,24%.
Melhorou também o índice de confiança do consumidor, medido pela universidade de Michigan, que ficou em 72,3 pontos em julho, acima da coleta anterior de 72 pontos e das projeções médias do mercado (72 pontos). A melhora foi observada nas perspectivas econômicas futuras, com o indicador subindo de 64,8 para 65,6 pontos.
As Bolsas europeias fecharam em alta repercutindo positivamente notícia do jornal francês "Le Monde" de que existe um plano de ação coordenada entre o Banco Central Europeu e os governo da zona do euro para aliviar os cutso de financiamento de Espanha e Itália. O índice Ibex, de Madri, subiu 3,91%; o Dax, de Frankfurt, avançou 1,62%; o Cac, da Bolsa de Paris, ganhou 2,28% e o FTSE, da Bolsa de Londres, subiu 0,97%.
Segundo o jornal, para que o plano seja colocado em prática, será necessário um acordo sobre a utilização do Fundo Europeu de Estabilização Financeira e do Mecanismo Europeu de Estabilização. Os dois fundos comprariam títulos da dívida espanhola e italiana no mercado primário de dívida. O juro do título de dez anos da Espanha foi negociado abaixo de 7%, patamar considerado insustentável para que o país se refinancie. Segundo a agência Reuters, haveria conversas também para reduzir a dívida da Grécia a 100% do PIB, com bancos centrais detentores de títulos do país aceitando perdas. Dessa forma, a Grécia poderia continuar na zona do euro.
Na Europa, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, afirmaram nesta sexta que estão determinados a fazer tudo para proteger o euro. Na quinta, discurso presidente do banco central europeu, Mario Draghi, foi na mesma direção. Draghi afirmou que a autoridade monetária vai fazer tudo pela manutenação do euro e animou os mercados.
Na Ásia, as principais Bolsas em alta, repercutindo a afirmação do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, de que a instituição fará tudo o que for necessário para proteger a zona do euro. Balanços postivos de empresas como a Samsung também animaram os investidores. No Japão, o índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, fechou com alta de 1,46%. Na Coreia do Sul, o índice Kospi, de Seul, avançou 2,62%. Na China, o índice Hang Seng fechou em alta de 2,02%, enquanto o índice Xangai composto subiu 0,13%. Na semana, o Nikkei acumulou queda de 1,19%, o Xangai Composto perdeu 1,84%, o Hang Seng perdeu 1,86% e o Kospi subiu 0,34%.

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