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7.18.2012

Síria: atentado mata ministro da Defesa e cunhado de Assad

Autoria foi assumida pelo Exército Livre Sírio (ELS), formado por militares desertores

Do Portal Terra
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O ministro da Defesa sírio, o general Daoud Rajha, e o vice-ministro da pasta e cunhado do presidente Bashar al-Assad, Assef Shawkat, morreram nesta quarta-feira (18) em um atentado contra o edifício da Segurança Nacional, em Damasco, durante uma reunião de ministros, segundo informações da televisão estatal síria. O general Hassan Turkmani também morreu em decorrência do ataque, cuja autoria foi assumida pelo Exército Livre Sírio (ELS), formado por militares desertores.
"O general Daoud Rajha caiu como mártir no atentado terrorista contra o edifício da Segurança Nacional", disse o canal do governo. "O atentado suicida deixou feridos entre os participantes da reunião, alguns deles em estado grave", acrescentou a televisão logo após o ataque. Até o momento, as três autoridades são as únicas mortes confirmadas no atentado.
Nascido em 1947, Rajha era também vice-presidente do Comando Geral do Exército e do Conselho de Ministros. Com longa carreira nas Forças Armadas, das quais foi comandante de batalhão e de brigada, ele ocupou o posto de chefe do Estado-Maior até ser nomeado ministro da Defesa, em agosto de 2011.
Shawkat era casado com Bushra al-Assad, irmã do presidente sírio. Ele ocupava o cargo de vice-ministro da Defesa desde setembro de 2011, e foi no passado chefe da inteligência militar. Era considerado um dos principais responsáveis pela segurança do país e parte do círculo mais próximo do presidente.
Ex-ministro da Defesa e militar de alta patente, Turkmani morreu em decorrência de ferimentos sofridos no ataque, segundo a televisão Al-Manar, do grupo Hezbollah. Ele era chefe da célula de crise criada para combater a rebelião síria. "O general Hassan Turkmeni morreu em consequência dos ferimentos que sofreu no atentado", assegurou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres.
Funcionários dos serviços de segurança disseram à agência AFP que muitos outros participantes da reunião de alto nível ficaram feridos na explosão e foram levados ao hospital Al-Shami, da capital. Os funcionários informaram que o ministro do Interior, Mohammed al-Shaar, estava entre os feridos. A televisão estatal confirmou que al-Shaar foi atingido e afirmou que ele está em condição estável.
O edifício ultraprotegido encontra-se no bairro de Rawda, no centro da capital. Segundo a Al Jazeera, o prédio está localizado a apenas 10 minutos de caminhada da casa em que Bashar al-Assad mora com a família. Ativistas em Damasco disseram por telefone que a Guarda Republicana da Síria isolou o hospital Al-Shami, na capital, enquanto ambulâncias levavam vítimas do local da explosão.
Rebeldes assumem autoria

O Exército Livre Sírio (ELS), de oposição ao regime de Assad, reivindicou a autoria do atentado. Em entrevista à agência EFE pela internet, um dos organizadores do ataque, Muayed al Zouabi, explicou que a ação foi realizada em coordenação com agentes de segurança do edifício governamental e com um cozinheiro da sede.
Zouabi disse que foi colocado veneno no café da manhã dos participantes do encontro - entre elas o ministro e o cunhado de Assad. Quando se sentiram mal, chamaram uma ambulância, que na verdade era um carro-bomba enviado pelo ELS. O ataque faz parte da chamada operação "Vulcão de Damasco, Terremoto da Síria", lançada na capital nos últimos dias, e que foi desenvolvida pela Brigada do Islã, pertencente ao ELS, afirmou Zouabi.
Em entrevista à agência AP, o comandante do ELS, Riad al-Asaad, que está baseado na Turquia, também confirmou que o grupo realizou o ataque, mas negou que tenha sido um atentado suicida. Segundo ele, todos os envolvidos na operação estão em segurança. Riad al-Assad ainda afirmou que este é "o começo do fim do regime".
Exército promete eliminar agressores

Em um comunicado lido na rede de televisão estatal, o Exército da Síria comprometeu-se a perseguir os autores do atentado para eliminá-los e "limpar a pátria de maldade". "As Forças Armadas estão determinadas a acabar com as gangues assassinas e criminosas e persegui-las onde quer que elas estejam", disse um comunicado dos militares lido na televisão estatal. "Quem pensa que ao atacar comandantes pode enroscar o Exército da Síria, esta iludido."

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