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7.20.2012

Telefonia celular é campeã nacional de reclamações do consumidor

No primeiro semestre deste ano, Procons registraram mais de 78 mil queixas contra operadoras

Época e Agencia Brasil
Donos de celulares são os que mais procuram os Procons para fazer reclamações (Foto: Sxc.hu)
As operadoras de telefonia celular foram as campeãs brasileiras de reclamações no primeiro semestre deste ano, conforme levantamento do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), do Ministério da Justiça, que consolida dados de 24 Procons estaduais e mais 146 Procons municipais,
Entre 1º de janeiro e 30 de junho de 2012, foram registradas pelo sistema 861.218 demandas. Dessas, 78.604 (9,13%) foram relativas às operadoras. O número supera o volume de reclamações contra operadoras de cartão de crédito, bancos e telefonia fixa, entre outros setores também demandados pelo consumidor.
Segundo o Ministério da Justiça, as três principais reclamações são cobrança indevida/abusiva e dúvidas sobre cobrança/valor/reajuste (54,98% dos registros); rescisão e alteração unilateral dos contratos (11,28%); além de “serviço não fornecido e vícios de qualidade” (6,94%).
Entre as empresas, a Claro é a campeã de reclamações: 26.376 demandas nos Procons (37,56%) do total. Em segundo lugar fica a Vivo (15,19%); seguida pela TIM (14,55%) e pela OI (14,44%).
Nesta quinta, o superintendente de Serviços Privados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Bruno Ramos, se reúne com representantes da operadora Claro. Está é a primeira reunião após a suspensão da venda de serviços da empresa em três Estados – São Paulo, Sergipe e Santa Catarina.
Nesta quarta (18), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) determinou que fossem suspensas as vendas das operadoras TIM, Oi e Claro em diversos Estados. Para voltar a vender os serviços suspensos, as operadoras terão que elaborar um plano de ação de investimento e de qualidade de serviços.
Como reclamar
Maria Rachel Coelho, consultora do Procon, afirma que a decisão da Anatel fortalece a instituição e os consumidores. “Foi uma medida cautelar muito bem-vinda porque estava um transtorno essa questão da telefonia móvel. O que está evidente é que a falta de qualidade é genérica. Atinge todas as operadoras. Ninguém está satisfeito.”
O vigilante Paulo Vanderci tem dois celulares, de duas operadoras diferentes, e passa pelos mesmos problemas. “Às vezes o aparelho fica sem sinal e quando a gente quer reclamar com a empresa, o atendimento demora demais. Uma das operadoras me cobrou por mensagens de texto enviadas por ela própria, sem que eu pedisse. Até pensei em procurar um advogado”, disse.
De acordo com consultora do Procon, qualquer pessoa pode reclamar por telefone ou postos de atendimento. Ela explica que, muitas vezes, o problema pode ser resolvido no próprio Procon, pelo sistema Expessinho, em que um representante da operadora conversa com o consumidor. Caso não haja solução para o problema, o Procon então abre um procedimento administrativo, que pode resultar em multa e até na interdição da empresa no Estado.
“A pessoa também pode recorrer ao Judiciário paralelamente, por danos morais e materiais, se ela se sentir lesada a tal ponto”, afirma Maria.

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