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8.03.2012

Infertilidade e gravidez depois dos 40 anos

 Dúvidas mais frequentes


 
O que é endometriose?
Muitas pessoas acreditam que a endometriose é sinônimo de infertilidade. Porém, a afirmação é incorreta. O que ocorre é que mulheres com esse problema podem apresentar mais dificuldade para engravidar ou ser apenas uma coincidência.
A endometriose é caracterizada pela presença de tecido endometrial (glândulas e estroma) fora da cavidade uterina. Com relação às causas, a medicina não tem certezas, apenas hipóteses.
As principais manifestações clínicas da endometriose são a dor pélvica e a dismenorréia (menstruação dolorosa). Algumas mulheres podem apresentar, também, dores durante a relação sexual.
No entanto, a doença pode ocorrer ainda, de forma assintomática.
A endometriose pode gerar aderências tubo-ovarianas, ou mesmo alterações na relação entre esses órgãos, impedindo a liberação ou o transporte ovular. Todos esses fatores podem levar à infertilidade por uma alteração mecânica ou imunológica.
Quais são as chances de sucesso da fertilização in vitro?
Quais são as chances de sucesso da fertilização in vitro?A chance de uma FIV resultar em gravidez é em média de 20 a 55% por tentativa, dependendo principalmente da idade da paciente. Em pacientes abaixo de 35 anos, as chances de sucesso são de quase 50%, enquanto que em pacientes acima de 40 anos as chances diminuem.
Qual a chance de gravidez com a inseminação intra-uterina?
Qual a chance de gravidez com a inseminação intra-uterina?Os índices de sucesso deste método são de 10 a 20% por ciclo. Já a chance de um casal sem nenhum problema para engravidar em um mês fértil é de cerca de 20%. As chances de gravidez podem chegar a 50% se o casal realizar 4 tentativas.
 
Qual a diferença entre impotência e infertilidade?
Qual a diferença entre impotência e infertilidade?Muitas vezes confundida com impotência, a infertilidade sempre foi um assunto cercado de tabus, medos e preconceitos. Estima-se que 10% da população masculina adulta sofra de impotência sexual. Só no Brasil, cerca de seis milhões de homens têm o problema. Mas o que é impotência sexual? E qual a diferença com relação à infertilidade masculina?
A infertilidade masculina é a incapacidade de ter uma gravidez após um ano de relações sexuais freqüentes, sem o uso de métodos contraceptivos. Já a impotência é uma disfunção erétil que incapacita o homem de manter a ereção durante o ato sexual.
Aproximadamente 20% dos casais apresentam problemas de infertilidade, e a metade dos casos é resultado de um problema masculino. Vários aspectos podem influenciar, mas a qualidade e a quantidade de espermatozóides têm sido as maiores causas de infertilidade.
 
Quando um casal é considerado infértil?
Quando um casal é considerado infértil?Pode-se dizer que um casal apresenta dificuldade para engravidar (infertilidade) após um período de 12 meses de tentativas, sem a utilização de nenhum método contraceptivo. Após este período, o casal deve procurar auxílio médico especializado. A investigação deve acontecer também nos casos em que a mulher apresenta menstruação irregular ou quando está com mais de 35 anos. Também devem procurar ajuda casais que têm história de alguma doença ligada ao aparelho reprodutor.

Desvendando a infertilidade

 
O que é?
A infertilidade é definida pela ausência de gravidez por um período de 12 meses de coito sem proteção, isto é, sem uso de métodos contraceptivos.
A taxa de fecundidade natural em casais que a mulher tem até 35 anos, está em torno de 20% ao mês, ou seja, 75% engravidarão dentro de seis meses e aproximadamente 85% em um ano.
Atualmente, calcula-se que até 20% dos casais em idade reprodutiva apresentem dificuldades em obter uma gestação, um dos maiores motivos de consulta médica especializada (dados da Organização Mundial de Saúde).
Causas mais comuns
As principais causas de infertilidade são: tubárea, uterina, ovariana, cervical, imunológica, masculina e idiopática, (quando não se consegue determinar a causa).
Ultimamente tem-se observado um aumento da incidência de infertilidade, devido principalmente, ao atraso da mulher em desejar a primeira gestação. Com este atraso, ocorre uma conseqüente queda na chance mensal em conseqüência da redução do numero de folículos e na qualidade dos óvulos. Este fato ocorre a partir dos 35 anos, a mulher começa a sofrer um declínio do seu potencial reprodutivo.
Assim como em outras áreas, entretanto, a Medicina Reprodutiva tem se beneficiado de inúmeros avanços tecnológicos e de novas descobertas, que vêm permitindo que casais, antes considerados estéreis, possam obter uma gestação. Ate mesmo, mulheres na menopausa espontânea ou induzida por medicamentos ou cirurgia, tem oportunidade de engravidar.
Mitos e verdades
1) Mulheres que se submetem à quimioterapia ficam estéreis?
Isso vai depender do nível de cada tratamento. No entanto, em aproximadamente 50% dos casos, ocorre o esgotamento folicular com conseqüente infertilidade. Para essas pacientes, a medicina oferece como solução o congelamento de ovários ou de óvulos antes do início do tratamento. Para o primeiro, é necessária uma cirurgia para a retirada do ovário e, para o segundo, um estimulo hormonal seguido de aspiração dos óvulos. Vale lembrar que a taxa de sucesso ainda é baixa, por ser um procedimento em fase inicial.
2) Mulheres que fazem uso contínuo de pílula anticoncepcional, a fim de evitar a menstruação, podem ter problemas futuros para engravidar?
Não. Existem correntes na medicina que, ao contrário, defendem que a pílula protege o organismo da mulher.
É possível também que o uso da pílula esconda alguma alteração hormonal que somente apareceria com os ciclos menstruais naturais.
3) Homens que usam roupas íntimas muito apertadas podem ter problemas de infertilidade?
Não. Hoje em dia esta estabelecido que não existe relação entre roupas apertadas e infertilidade.
4) Tomar café aumenta a produção de espermatozóides?
Ainda não nada provado a esse respeito. Por enquanto é um mito.
5) O uso do DIU pode gerar algum problema relacionado à infertilidade?
Sim. Esse alerta é importantíssimo para as mulheres. O DIU pode facilitar a entrada de bactérias no trato reprodutivo superior (trompas) e consequentemente levar a uma obstrução das mesmas, ocasionando a infertilidade de causa tubária. Nesses casos, o único tratamento é a Fertilização in Vitro. Esse quadro ocorre quando a mulher contrai doenças sexualmente transmissíveis. Por isso, é sempre importante usar preservativos, única forma de proteção contra as doenças.
6) A obesidade causa desequilíbrio hormonal. Isso pode levar à infertilidade?
Sim. O excesso de peso pode levar à anovulação crônica – quando a mulher não ovula, não menstrua e, consequentemente, não engravida.
7) Toda mulher que recorre à Fertilização in Vitro terá gestação múltipla?
De maneira alguma. Hoje, nas clínicas de reprodução assistida mais modernas, as taxas de gêmeos são de15 a 20% e as de trigêmeos de 1%. Esses números ainda são considerados altos. Por isso, sempre buscamos formas para reduzirmos ao máximo a taxa de gemelaridade nas gestações.

Reprodução Assistida: Psicólogo para quê?



No século passado um dos principais problemas da sociedade era controlar os índices de natalidade. Os casais eram mais férteis formando famílias com seis, oito, doze, dezesseis filhos. Hoje a situação inverteu. A capacidade de gerar um filho diminuiu e passou a ser um sonho para aqueles que querem constituir uma família.
A tecnologia veio para ajudar a realizar esse sonho, mas não conseguiu lidar com as expectativas, frustrações, adversidades e sentimentos que envolvem os casais que fazem tratamentos de reprodução assistida. Para o psicólogo que trabalha em um centro de reprodução humana, um dia nunca é igual ao outro porque cada caso é único. Mesmo com tantas peculiaridades ainda é comum ouvir a pergunta: psicólogo para quê?
Geralmente, o casal que nunca fez um tratamento de reprodução assistida não usa os serviços de psicologia que a clínica oferece. Por mais que o especialista oriente dos percalços do tratamento, a maioria ignora a possibilidade de um resultado negativo ou a possibilidade de uma gestação múltipla. No limite do oito ou do oitenta, o relacionamento fica mais frágil.
Não é raro encontrar casais que entram em crise conjugal quando começam o tratamento de reprodução assistida. Os homens, nem sempre, entendem as oscilações emocionais das mulheres causadas pelas doses de hormônios. Conversas individuais com um psicólogo ajudam a superar os momentos difíceis.
Mas nem sempre os homens são os insensíveis. Muitos revertem a vasectomia para terem filhos do novo relacionamento. O problema é quando a esposa não quer passar pela fase da maternidade por ter filhos de outro casamento. Nesse impasse o acompanhamento psicológico orienta o casal a chegar a um consenso, já que, o comprometimento da mulher define o sucesso do tratamento.
Considerada uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a infertilidade atinge 15% dos casais em todo o mundo. Vista como um tabu pela sociedade a dificuldade de conceber desperta vergonha, depressão e perda da visão de família. Muitos casais optam em fazer o tratamento de reprodução assistida em sigilo, evitando pressões dos familiares e da sociedade. O isolamento não ajuda a livrar do sentimento de menos valia e a terapia em grupo é uma boa opção.
Os encontros semanais gratuitos mostram ao paciente infértil que ele não é o único com esse problema. Compartilhar histórias e medos em um ambiente acolhedor, com pessoas que sabem o que está passando, vira uma experiência de vida. Resgatar valores, quebrar paradigmas, unir forças para superar desafios e ter a consciência de que é um ser humano.
Por: Juliana Magalhães de Faria – 

Dez questões sobre a gravidez depois dos 40 anos


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Getty Images
Entenda quais são os riscos, os cuidados necessários e as vantagens de uma gravidez tardia

Longe dos tempos em que o mercado de trabalho era dominado pelos homens, hoje, a maioria das mulheres trabalha fora e, algumas, com foco prioritário na construção da carreira. Essa mudança social trouxe uma consequência em relação ao planejamento familiar: as mulheres estão engravidando mais tarde – muitas depois dos 40 anos. A cada seis gestantes atendidas atualmente no Hospital das Clínicas de São Paulo, uma tem mais de 35 anos. Na década de 1970, comparativamente, essa taxa era de uma em cada 20.
O que dizem os especialistas

01. Quais os riscos de uma gravidez depois dos 40 anos de idade – tanto para a mãe como para a criança?
“Para a mulher, a idade avançada está associada ao aumento na incidência de diabete gestacional, hipertensão específica da gravidez, abortamentos, prematuridade e distócia funcional, quando o trabalho de parto não evolui na velocidade esperada. Para o bebê, os riscos estão associados a alterações cromossômicas numéricas ou estruturais, como a síndrome de Down”, explica Gilberto da Costa Freitas, especialista em Reprodução Humana da Clínica de Reprodução Humana, de São Paulo.
O obstetra Adolfo Liao, do Ambulatório de Obstetrícia do Hospital das Clínicas de São Paulo, afirma que até 25% das gestações em idade materna avançada resultam em aborto. “Quando uma mulher com 20 anos engravida, a chance de ocorrer um aborto espontâneo é menor”, completa. A taxa de bebês nascidos prematuramente também é mais alta e chega a 15% devido a complicações como o diabete e a hipertensão.
“Todos são riscos reais, mas os avanços da medicina diminuem esses impactos nas mães e nos fetos com diagnósticos precoces”, complementa Mauricio Simões Abrão, ginecologista e obstetra da Universidade de São Paulo e diretor da clínica Medicina da Mulher .

02. Por que as mulheres estão engravidando mais tarde hoje em dia?
Há várias razões, mas o maior motivo é a busca pela realização profissional. “Primeiro, a mulher deseja se realizar profissionalmente para depois pensar na maternidade”, diz Gilberto da Costa Freitas, especialista em reprodução humana da Clínica de Reprodução Humana, de São Paulo. E a crença em que o avanço da medicina desenvolveu técnicas de fertilização capazes de ajudar a gravidez quando desejarem ajuda nessa decisão de postergar a maternidade.

03. É mais difícil engravidar naturalmente aos 40 anos?
“Sim. A mulher nasce com um planejamento biológico predeterminado, com um número finito de óvulos – em torno de 300.000 –, que naturalmente se esgotarão com a idade. A partir dos 35 anos, existe a diminuição acentuada dos óvulos e, por esse motivo, a gravidez é mais difícil aos 40 anos”, explica Gilberto da Costa Freitas, especialista em reprodução humana da Clínica de Reprodução Humana, de São Paulo.

04. Quais são as vantagens de ser mãe aos 40 anos?
“A mulher está mais madura e tem outra visão do que é ser mãe”, comenta Mauricio Simões Abrão, diretor da Clínica Medicina da Mulher . “Além disso, a gravidez aos 40 pode ser mais desejada e curtida, tanto pelo homem como pela mulher, quando os problemas financeiros, por exemplo, já foram resolvidos”, cita Gilberto da Costa Freitas, especialista em reprodução humana da Clínica de Reprodução Humana, de São Paulo.

05. Existe uma idade ideal para engravidar?
“Por volta dos 20 anos, os riscos gerais são menores”, explica Mauricio Simões Abrão, ginecologista e obstetra da Universidade de São Paulo e diretor da clínica Medicina da Mulher . De acordo com um estudo desenvolvido pelo Hospital das Clínicas de São Paulo, aos 20 anos o risco de anomalias genéticas é de 0,5%. O índice dobra aos 35 anos, passa para 2% aos 37 anos, chega a 5% aos 40 anos e alcança 10% aos 44 anos. A principal anomalia é a síndrome de Down, mas há também as síndromes de Edwards e de Patau, entre outras.

06. A partir de que idade os riscos aumentam?
“A partir dos 35 anos porque há a maior incidência de síndrome de Down e abortamentos”, diz Mauricio Simões Abrão, ginecologista e obstetra da Universidade de São Paulo e diretor da clínica Medicina da Mulher . “Não é possível evitar uma síndrome, mas hoje em dia é possível fazer a detecção precoce. Podemos constatar alterações cromossômicas com nove semanas de gestação por meio de exames específicos”, explica Julio Barbosa, obstetra do Hospital Santa Catarina, de São Paulo.

07. Quais são os cuidados necessários quando uma mulher de 40 anos resolve engravidar?
“Depois dos 40 anos, quando pretende engravidar, a mulher precisa de inúmeros cuidados com a saúde porque passa a ter propensão a alguns problemas, como diabete, hipertensão e alterações cardiovasculares. É importante checar toda essa parte com muita atenção antes de engravidar”, ensina Julio Barbosa, obstetra do Hospital Santa Catarina, de São Paulo.

08. É importante procurar um médico antes de engravidar?
“Sim, é fundamental ter o acompanhamento médico antes porque deve-se fazer a prevenção de problemas como a má-formação. E isso pode ser feito com a administração de ácido fólico”, recomenda o obstetra Julio Barbosa, do Hospital Santa Catarina, de São Paulo.

09. Com quanto tempo de antecedência à gestação é necessário tomar ácido fólico?
Pelo menos três meses antes.

10. O pré-natal de uma mulher com 40 anos é diferente do das outras gestações?
Sim. Tendo em vista as complicações que a gestação de uma mãe com idade mais avançada pode ter, o acompanhamento durante o pré-natal deve ser muito mais intenso. “As consultas são mais constantes, e os exames, mais específicos para esse grupo”, explica o obstetra Adolfo Liao, do Hospital das Clínicas de São Paulo.


Entrevista com Ana Franco, que curte uma gestação tranquila aos 39 anos

01. Você engravidou naturalmente?
Ana: Sim, engravidei naturalmente.

02. Por que você decidiu adiar a gravidez?
Ana: Na verdade, não adiei. Já tenho uma filha de 11 anos, fruto de outro relacionamento. Pensava até que não conseguiria mais engravidar devido à minha idade e por ter passado por duas artrodeses – a instalação de pinos na coluna. Quando completei um ano da segunda cirurgia, decidi engravidar, com a liberação do ortopedista. Para nossa surpresa, conseguimos na primeira tentativa.

03. Está sendo uma gestação tranquila?
Ana: Supertranquila, mas sinto um cuidado extremado do meu obstetra e dos familiares devido à minha idade. O bebê está muito bem também e não apresenta problema em nenhum dos exames realizados.

04. Você sente medo de alguma coisa em relação à gestação tardia?
Ana: Medo? Ao contrário! O fato de ter conseguido engravidar nesse ponto da vida só me deixou mais confiante e segura de minha saúde. A maturidade também ajuda muito. Como engravidei anteriormente aos 26 anos, consigo comparar as gestações e me sinto muito mais confortável agora, com quase 40 anos.

05. Se você fosse dar um conselho às mulheres que estão querendo engravidar com 40 anos, qual seria?
Ana: Cuide sempre da saúde, praticando exercícios físicos. E não os interrompa durante a gestação. Uma alimentação saudável, regrada e feita em leves porções, ajuda o organismo a se manter sadio. E acredite sempre em si mesma!

Gravidez depois dos 40 anos pode ser perigosa para a mãe e seu filho

As estatísticas indicam que o melhor período para a mulher ter filhos é entre os 20 e os 40 anos. Depois, devido ao envelhecimento, fica mais difícil engravidar e aumentam os riscos de males como pressão alta e diabetes colocarem a gestação em perigo ou levarem a malformações fetais. Mulheres com mais de 40 anos que queiram engravidar devem ir ao médico e avaliar sua saúde

Por: Mário Antônio Martinez Filho
O ideal é que a mulher tenha filhos entre 20 e 40 anos. Nesse período em geral seu corpo está maduro e saudável o bastante para fornecer tudo de que o feto precisa para se desenvolver bem e nascer sem problemas. Nas últimas décadas, porém, muitas mulheres têm priorizado a carreira profissional e deixado o exercício da maternidade para mais tarde. Assim, engravidam depois dos 40 anos, o que é chamado de "gravidez tardia".
As gravidezes tardias podem ser problemáticas. A razão é esta: a mulher já nasce com todos os seus folículos ovarianos, estruturas que formam os óvulos. Os primeiros folículos se tornam óvulos no início da puberdade, por volta dos 12 a 13 anos. O fenômeno ocorre mensalmente e cessa apenas quando a mulher atinge os 50 anos e entra na menopausa. Só que, a partir dos 40 anos, em conseqüência do envelhecimento, aos poucos os folículos perdem qualidade. Fica mais difícil as mulheres engravidarem. As que o conseguem, ainda têm de lutar para que seu organismo não aborte o feto e ele possa crescer e nascer saudável. Os espermatozóides colaboram para isso. Também eles envelhecem e perdem qualidade. Nessa situação, existe ainda perigo de o feto sofrer malformações.
As estatísticas mostram que o risco de uma mulher de 20 a 40 anos ter um filho com malformações é de 1 para cada grupo de 5 000 gestações. A partir dos 40 anos, tal risco passa a 1 para cada grupo de 100 gravidezes. Claro que isso vale apenas para os casos de primeira gestação. Se a mulher já teve outros filhos antes, o perigo diminui. As causas são males comuns na população feminina no período, em especial miomas, diabetes gestacional, pressão alta e alterações cromossômicas.
Ï Miomas. São tumores benignos que se formam no útero sobretudo de mulheres em fase reprodutiva. De 30% a 60% delas têm sintomas - dor, aumento do fluxo menstrual e do volume abdominal -, mas a incidência com certeza é muito maior. Podem causar infertilidade, dificuldade para engravidar,
abortos e nascimentos prematuros.
Ï Diabetes gestacional. Caracteriza-se pela elevação dos níveis de açúcar no sangue devido a uma resistência orgânica à ação da insulina. Atinge 2% das grávidas, em especial obesas e as que têm histórico da doença na família. Costuma aparecer entre o sexto e o sétimo mês. O feto tende a crescer de maneira exagerada. As conseqüências são: dificuldade de parto e risco para a saúde da criança, o que muitas vezes obriga à cesariana.
Ï Pressão alta. A forma crônica em geral jáexistia e era ignorada. Mas, após a vigésima semana, pode surgir um tipo específico de grávidas. É uma das principais causas de morte materna no planeta, além de aumentar os riscos para o bebê. Para a gestante, há o perigo de ruptura das artérias e hemorragias em órgãos como cérebro. Provoca diminuição do fluxo de sangue oxigenado na placenta, aumentando a possibilidade de nascimento prematuro.
Já os problemas cromossômicos causam abortos e malformações fetais. A mais temida é a síndrome de Down, que se caracteriza pela presença de um cromossomo a mais no par 21. Leva a retardo mental. Aos 20 anos, uma em cada 1 500 gestantes pode ter um filho com a síndrome; aos 40 anos, uma em cada 250.
O ideal é prevenir-se. Mulheres com 40 anos que queiram tem um filho devem, antes, ir ao médico. É possível fazer exames que avaliam os riscos da empreitada. Os folículos ovarianos, por exemplo, podem ser avaliados por exame de sangue. Também a qualidade dos espermatozóides do parceiro pode ser examinada. De acordo com os resultados, o médico pode contra-indicar a gravidez. Caso os exames não dêem nada e a mulher possa engravidar, é fundamental que faça um pré-natal cuidadoso. A síndrome de Down, finalmente, é detectável, por exemplo, com amniocentese. Consiste na retirada e análise do líquido amniótico. Deve ser feita a partir da décima quarta semana de gravidez. Mas, caso o mal seja detectado, não se pode fazer nada: nossas leis não permitem o aborto.

Artigo - Gravidez depois dos 40 anos

Artigo do Dr. Selmo Geber. Para conferir o artigo, clique na imagem abaixo.

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