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8.01.2012

Tabus no consultório médico

Omissões ou mentiras contadas no consultório podem prejudicar a saúde do paciente

  

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Médico com prancheta
Passar informações corretas e suficientes para o médico facilita o diagnóstico e diminui o risco de falha no tratamento
São Paulo – Muitas vezes, para contar certas coisas para o médico, em uma consulta, é preciso ter coragem. O medo de ser julgado ou de causar “uma má impressão” pode fazer com que informações importantes sobre a saúde do paciente sejam omitidas.
No entanto, segundo o cardiologista Maurício Wajngarten, do Hospital Israelita Albert Einstein, esconder fatos só prejudica o paciente, que pode ter o diagnóstico dificultado ou atrasado. A seguir, ele cita algumas coisas que ainda são tabus no consultório, mas não deveriam ser.

Disfunção sexual, opção sexual e sexo sem proteção
“A maior de todas as omissões é a disfunção sexual. As pessoas não falam e é preciso estimular isso, tanto no homem quanto na mulher”, afirma. O motivo para abrir o jogo no consultório não está ligado apenas à importância de recuperar a vida sexual saudável.
De acordo com Wajngarten, estudos mostram que a disfunção erétil é um indício de problema cardiovascular. Uma pesquisa feita na Espanha mostrou que 93% dos pacientes desse tipo de doença sofrem de dificuldades de ereção. A conclusão do levantamento foi que esse sintoma pode servir de alerta até três anos antes de a doença cardíaca ser revelada.
O paciente geralmente não sai do ármario no consultório médico, portanto não revela a opção sexual e a forma que se relaciona sexualmente. O médico não vai advinhar, se o paciente não usar de sinceridade . 

Depressão
Esse problema não é apenas omitido, como também é conscientemente disfarçado por parte de muitos pacientes. Por vergonha, medo ou por não achar importante, as pessoas podem deixar de contar para o médico sobre suas tristezas, alterações de humor, culpa, irritabilidade e outros indícios de depressão. Mal sabem elas que isso está ligado a doenças cardiovasculares e pode ser importante na prevenção desses problemas.
Segundo Wajngarten, além de a depressão afetar negativamente os hábitos saudáveis dos pacientes, ela tem um efeito fisiológico nocivo ao organismo, que a transforma em fator de risco para doenças do coração.


Fórmulas para emagrecer
Desde remédios que auxiliam no emagrecimento até dietas para perder alguns quilinhos devem ser informadas, mesmo que o especialista não seja um nutrólogo. Isso porque tratamentos não acompanhados podem ter efeitos colaterais, causar alterações nos exames e confundir o diagnóstico de outras doenças
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Anabolizantes
De acordo com Wajngarten, outra grande omissão dentro dos consultórios é o uso de anabolizantes. Como a venda de substâncias como essas é ilegal e as consequências nocivas ao organismo não são um mistério para grande parte do público, os usuários de esteroides costumam esconder isso dos médicos.
Entre os danos causados por essas drogas, estão problemas no fígado, no sistema cardiovascular, acne, aumento de colesterol e pressão sanguínea. “Ao não falar, a pessoa perde a oportunidade de ser auxiliada”, diz.
Tratamentos alternativos
Os remédios naturais, usados com frequência em tratamentos “alternativos”, costumam ser esquecidos pelos pacientes na hora de se consultar. Isso é induzido pela crença errônea de que tudo que é natural não faz mal. Wajngarten dá o exemplo do Ginkgo Biloba, muito usado como intensificador de memória, há alguns anos.
Sem provas concretas desse efeito, a substância interage com anticoagulantes e pode, em uma cirurgia, facilitar o sangramento do paciente. Por isso, o médico do Hospital Israelita Albert Einstein, afirma que qualquer tipo de medicamento – de origens “tradicionais” ou não – deve ser informado na consulta. Só assim, o especialista terá mais elementos para fazer o diagnóstico.

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