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10.05.2012

Além dos músculos

Em sua autobiografia, o ator e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger fala de traição e de como o Papa o ensinou a tirar mais proveito dos exercícios

Marcos Diego Nogueira

Confira cenas hilárias protagonizadas por Arnold Schwarzenegger :
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MISTER UNIVERSO
Schwarzenegger, em 1977, quando trocou a carreira de
fisiculturista pela de ator: um austríaco no clã dos Kennedy
Roupa suja se lava em casa, mas, em tempos de exposição total, o astro de Hollywood e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger decidiu fazer isso em público. Na autobiografia “A Inacreditável História de Minha Vida” (Sextante), que agitou as livrarias americanas esta semana e chega ao Brasil em novembro, o ator austríaco conta tudo sobre um dos maiores escândalos recentes do meio cinematográfico: a sua separação da jornalista Maria Schriver, após um caso extraconjugal. Foi numa sessão de terapia de casais, no ano passado, que a já desconfiada Maria lhe perguntou se tinha algum filho fora do casamento. No capítulo “O Segredo”, Schwarzenegger revela como confessou à sua companheira de 25 anos de convivência a sua traição com a empregada do casal, Mildred, na relação em que nascera o garoto Joseph. “Maria e as crianças estavam de férias e eu fiquei para finalizar ‘Batman e Robin’. Mildred trabalhava para nós havia cinco anos e, de repente, nos vimos sozinhos na casa de hóspedes”, detalha o astro.
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SIMPATIA
Com o ex-presidente Bush (no alto, à esq.), a ex-mulher
Maria Schriver (no alto) e João Paulo II: no centro do poder
Sobrinha dos falecidos John e Robert Kennedy, Maria foi uma peça fundamental nas eleições que levaram o marido ao poder na Califórnia, pelo Partido Republicano. Mas é longe do jogo político que a proximidade com os Kennedy rende boas passagens, a exemplo de quando o ator se obrigou a aprender tênis em menos de uma semana para satisfazer aos pedidos de Ethel, viúva de Robert. Ela o convidara para um torneio que leva o nome de seu falecido marido e Schwarzenegger não teve como rectusar: “Levei horas para decidir se aceitava.” As amizades na Casa Branca foram mais longe. A fama o aproximou também do então presidente Ronald Reagan e do seu vice, George Bush (pai), a quem ajudou até a “deixar os discursos mais atraentes”: “Ele estava sofrendo uma disputa desleal com os democratas nas eleições de 1988. O meu trabalho era o de atrair a atenção do povo para que ele falasse.”
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Eclético nas relações, ele narra como se aproximou do rei do underground Andy Warhol, de quem foi modelo no início de carreira. Warhol mantinha-lhe abertas as portas de seu estúdio The Factory, em Nova York e foi nessa época que Arnie (seu apelido) bateu “uma bolinha” com Pelé. Seu encontro mais surpreendente, contudo, se deu com o papa João Paulo II, nos anos 1980. Na audiência privada, o ex-fisiculturista e Mister Universo esquivou-se dos assuntos eclesiásticos e preferiu falar sobre um assunto comum aos dois: malhação. “Eu sabia que ele acordava às 5 horas, lia os jornais em seis línguas diferentes e fazia 200 flexões e 300 abdominais, tudo antes do café da manhã. E que esquiava também, mesmo depois de ter assumido o papado”, escreve o ator. Admirado com o fato de Sua Santidade ser 27 anos mais velho do que ele e tão conservado, decidiu acordar mais cedo. E ler mais jornais.
Foto: Elliott Erwitt/Magnum Photos/Latinstock
Fotos: HECTOR MATA/AFP PHOTO; Reprodução 

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