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10.20.2012

Criança mimada um grande problema

Filho de homem mimado, mimado é

Há poucas semanas aconteceu um caso odioso, apesar de provavelmente não tão incomum. Um aluno de 15 anos, estudante de um colégio particular caro, apagou registros de notas da mesa da professora, durante a aula, e os dois começaram a se agredir fisicamente. Mesmo com toda comoção, o caso já acabou caindo no esquecimento.
A notícia passa, o jornal vai destacar outras coisas, os advogados fazem seu trabalho, o colégio oculta, a professora chora e ninguém fala mais nisso. Até o dia que acontecer de novo.
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Link YouTube | O vídeo original, gravado por um colega, foi excluído do YouTube, mas outros friança mimada oram duplicado em outras contas e ainda estão por aí

O elo entre homens mimados e seus filhos

Esse caso é o X de uma equação muito simples:
Filhos de uma classe média que acha que pode tudo +
Falta de respeito cultivada e prosperada desde berço +
Falta de limites impostos pela família, sociedade e instituição de ensino
Antes do punho acertar a cara, tem um braço inteiro de história. Eles fazem o que querem, quando querem, na forma que querem. E contrariar gente mimada dá merda. Contrariar gente mimada e rica… dá muita merda.
Voltemos à aula:
Sabe o ratinho, o apresentador? Pois é, fonte improvável. Mas o fato é que ele andou falando umas coisas muito interessantes sobre o novo perfil da Classe C do país e alguns comportamentos que eu achei bem comum em outras classes também. Inclusive a A. Ou seja, do mais rico, ao um pouco menos pobre, a coisa “tá feia”…
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Link YouTube | O camarada vai comer caviar, mas vai comer com farinha

O Gustavo Gitti também comentou:
“O que antes era mais restrito a famílias ricas agora se espalhou pela classe média: dá para ser mimado mesmo sem dinheiro.”
Mas vou tratar de um tipo específico de gente mimada. Gente mimada rica. Ou melhor (pior?), os filhos deles.

A equação: A + B + C = X

A) Filhos de uma classe-média que acham que podem tudo
A situação econômica de cada vez mais famílias anda bem, o dinheiro é prosperado, assim como os bens de luxo e a ostentação. Acostumados, pagam pessoas serem servidos, seja limpando a bunda das suas crianças (se eles não comem mamão, imagina limpar a caca do filho), dirigindo para eles ou mesmo controlando suas finanças. Sempre para “melhor servi-los”.
Quando no bar, vestindo suas camisas pólo com cavalos e jacarés, têm manobrista, vários garçons, gerente e  seguranças. Quando no shopping, também estão lá: motorista, babá, vendedora da loja, manobrista, garçon e  segurança. Para seus filhos, claro, a melhor educação: a paga. E cara.
Sempre tem alguém recebendo alguns tostões para servi-los, afinal, “não há o que o dinheiro não compre”. Os filhos, como não poderia deixar de ser, mandam em tudo. Inclusive nos pais.
B) Falta de respeito cultivada e prosperada desde berço
Do mesmo jeito que pagam, cobram. Afinal, o cliente tem sempre razão. E foda-se quem não faz parte do círculo ou está atrapalhando a vida.
Eles podem estacionar nas vagas de idosos, só por uns minutinhos. Mas você não. Se fizer isso, e eles precisarem da vaga, desculpe, mas você será processado. Podem beber, se embriagar, bater seus carros, ferir algum inocente. É só pagar a fiança, que tudo se resolve. Aquele dia que seu filho mordeu um coleguinha na creche? Coitado passou por algum stress e descontou no amiguinho. Papai vai pagar um terapeuta para cuidar disso e vai mandar um brinquedinho pro amigo mordido.
C) Falta de limites impostos pela família, sociedade e instituição de ensino
Filho de mimado, mimado é. Quando a babá não faz a sua vontade, vai pra rua. Quando ele pede um iPhone, ele ganha. Quando quer ir a Disney porque todo mundo do colégio já foi, ele vai.
Sem contar as camisas de marca para ficar parecido com papai. No colégio, sempre mandou e desmandou. Papai paga, ele manda. Coordenadores, vigias, professoras, eles precisam de emprego, de dinheiro, baixam a cabeça. “Sou eu que pago seu salário!”, grita, quando é particularmente contrariado. Tudo no esforço da manutenção da vida boa.
É só chorar que o papai dá tudo
Unimos os itens A, B e C para encontrar a raiz, a história prévia, o braço, do playboy que bateu na professora, depois teve a defesa de dois advogados contratados pelo pai e cuja transferência foi negociada para outra sede da instituição.
O Gitti fez alguns apontamentos para salvar essa nossa geração de mimados. Mas como vamos salvar a próxima? Estão chegando aí, vários mimados versão 2.0. O que vamos fazer? Como vamos tratá-los? Eu não sou pai. Não estou preparado para ser. Mas quem aqui é pai, que tal pensar nisso? Que tal observar quão mimado é seu filho? Você diz não a ele?
Eu moro na sétima maior favela do Brasil. De onde eu vim, parceiro… não dá pra ser mimado. Eu apanhei, levei gritos, levei bronca, fiquei de castigo. Eu moro onde ou você é 8, ou é 80. Não há meio termo. Eu aprendi direitinho sobre limites e autoridade. E vou passar direitinho pra minha cria. Com choro, se assim tiver que ser.
Filho meu, mimado assim não há de ser.

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