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10.06.2012

Novo antibiótico trata infecções desarmando as bactérias

Abordagem pode ser solução para tratamento de infecções causadas por microrganismos que se tornaram resistentes aos medicamentos

Acinetobacter baumannii
Acinetobacter baumannii: bactéria teve sua ação letal interrompida por uma molécula chamada LpxC-1.  (Janice Haney Carr)
Um novo tipo de antibiótico foi desenvolvido para desarmar as bactérias — e não matá-las, como fazem os antibióticos tradicionais — para combater infecções. Essa nova abordagem, segundo os pesquisadores, poderia resolver o problema de microrganismos que se tornam resistentes aos remédios. O estudo em torno do antibiótico foi descrito na edição de outubro do periódico mBio, da Sociedade Americana de Microbiologia.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Inhibition of LpxC Protects Mice from Resistant Acinetobacter baumannii by Modulating Inflammation and Enhancing Phagocytosis

Onde foi divulgada: revista mBio

Quem fez: Lin Lina, Brandon Tana, Paul Pantapalangkoor, Tiffany Ho, Beverlie Baquir, Andrew Tomaras, Justin Montgomery, Usa Reilly, Elsa Barbacci, Kristine Hujer, Robert Bonomo, Lucia Fernandez, Robert Hancock, Mark Adams, Samuel French, Virgil Buslon e Brad Spellberg

Instituição: Universidade da Califórnia em Los Angeles, Estados Unidos

Resultado: Um antibiótico que, em vez de matar, inibe uma certa bactéria de liberar sua substância tóxica responsável por provocar uma responsta inflamatória, pode ser uma potencial opção de tratamento
"Tradicionalmente, os pesquisadores buscam antibióticos que matem rapidamente as bactérias. Porém, nós descobrimos uma nova classe desses remédios que não possui a capacidade de exterminar os microrganismos, mas ainda assim consegue proteger o corpo contra infecções, pois impede completamente as bactérias de iniciarem o processo inflamatório", diz Brad Spellberg, especialista da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo.
Leia também: Descoberta pode abrir caminho para novo tipo de antibiótico
A pesquisa, feita com camundongos, observou que esse antibiótico foi capaz de inibir os efeitos potencialmente letais causados por uma infecção pela bactéria Acinetobacter baumannii. Esse microrganismo, que provoca infecções na corrente sanguínea ao liberar uma toxina letal, frequentemente atinge pacientes que estão hospitalizados ou então pessoas com a imunidade comprometida por meio de feridas abertas, catéteres ou tubos de respiração. Certas estirpes da bactéria vêm adquirindo resistência a uma grande variedade de antibióticos, enquanto outras já se tornaram resistentes a todos os remédio disponíveis atualmente.
O resultado do estudo foi obtido pois o antibiótico impediu, usando uma molécula chamada LpxC-1, que uma das substâncias tóxicas da bactéria responsável por provocar a resposta inflamatória — o que é, de fato, aquilo que pode provocar a morte de um paciente que já tem alguma doença grave - fosse liberada nos camundongos. Segundo Spellberg, embora poucos pesquisadores explorem esse tipo de ação de um medicamento, tal viés pode resultar em novas drogas mais eficazes, especialmente contra infecções resistentes.

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