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11.10.2012

Como usar as “aspirinas” e evitar seus riscos


Muita gente que já passou por eventos cardíacos, como um infarto, me pergunta: “vou fazer uma ps regras gerais, mas nada substitui a avaliação individual, pois cada organismo reage de diferentes formas às situações a que é submetido.
O ácido acetilsalicílico, que é o princípio ativo do medicamento cuja uma das marcas é a Aspirina, é uma substância anti-inflamatória indicada para dores de intensidade de leve a moderada. Pode ser eficaz contra a dor de cabeça, dores de dente, garganta, nas costas, menstrual, muscular, nas articulações, artrite, em febres, resfriados ou gripes. Ele inibe a formação excessiva das chamadas “substâncias mensageiras da dor”, como as prostaglandinas. Dessa forma, o organismo suporta melhor o desconforto imediato.
Mas outra característica do medicamento, aquela que nos interessa aqui neste artigo, é sua capacidade anticoagulatória, por meio da inibição da agregação plaquetária, ou seja, age para impedir a formação de coágulos sanguíneos nas artérias. Dessa forma, o medicamento não é indicado para quem tem tendência a sangramentos. Por isso a preocupação na hora de uma cirurgia, uma vez que ela provoca o que popularmente se chama de “sangue fino”, ou seja, diminui a capacidade de coagulação.
Por isso, o médico vai analisar o seu caso e determinar a melhor forma de agir. O mesmo vale para quem tem úlceras do estômago ou do intestino; mulheres no último trimestre de gravidez, quem já teve asma provocada por salicilatos ou similares e quem estiver em tratamento com metotrexato, droga utilizada contra o câncer e doenças chamadas de autoimunes, entre elas artrites reumatoide e psoriática, psoríase e dematomiosite.
Algumas substâncias podem ter seus efeitos alterados se tomadas com Aspirina e seus similares. Esses efeitos também podem ser relacionados com medicamentos tomados recentemente.
Antes de tomar o medicamento, também é necessário informar ao seu médico todas as substâncias que você ingere. Muitas vezes, as pessoas usam medicamentos ministrados por diferentes especialistas e não observam os efeitos que, associados, podem provocar no organismo.
O ácido acetilsalicílico, por exemplo, tem a capacidade de aumentar a ação de medicamentos anticoagulantes, como derivados de cumarina e heparina; assim como elevar o risco de hemorragia gastrintestinal, se for tomada com álcool ou medicamentos que contenham cortisona ou seus derivados; também de alguns medicamentos usados para baixar a taxa de açúcar no sangue, entre outros.
Por outro lado diminui a ação dos medicamentos utilizados para baixar a pressão arterial, e de certos medicamentos que aumentam a excreção de urina e de medicamentos para o tratamento da gota.
Levadas todas as advertências em consideração e sob estrita recomendação médica, o ácido acetilsalicílico é recomendado para os pacientes que tiveram um infarto do miocárdio (ataque cardíaco), angina instável, acidente vascular cerebral isquêmico (causado por um coágulo sanguíneo) ou ataque isquêmico transitório (AIT ou “pequenos AVC”). Além dessas pessoas, os estudos mostram também que o medicamento pode ser utilizado na prevenção primária, pois ajuda a evitar que esses eventos ocorram em pessoas com alto risco.
Mas, caso você suspeite que esteja tendo um ataque cardíaco ou um acidente vascular cerebral, não tente se automedicar. Procure imediatamente um serviço de emergência. Não creia que o medicamento vai aliviar a dor e você vai voltar a ficar bem. Na realidade você estará postergando a solução do problema para um momento que pode ser tarde. Se possível narre o seu problema e o profissional vai indicar a solução.
Se você estiver sofrendo um AVC, o uso do ácido acetilsalicílico pode ser um erro grave. Embora a maioria dos AVCs sejam causados por coágulos, alguns são causados pela ruptura de vasos sanguíneos. Tomar o medicamento inadvertidamente poderia agravar o sangramento.
Se você está tomando aspirina e seus similares, e precisa ser submetido a um procedimento cirúrgico simples ou extração dentária, deve informar ao cirurgião dentista a dose que você utiliza.
E para quem tem a péssima mania de se automedicar, quando, por exemplo, sente uma dor de cabeça, cuidado, pois o uso prolongado do medicamento pode causar distúrbios do sistema nervoso central. Dessa forma, ter intensificada a própria dor de cabeça, além de sofrer com tonturas, zumbidos, alterações da visão, sonolência ou anemia devido à deficiência de ferro.
Mulheres grávidas também precisam se prevenir. Nos dois primeiros trimestres da gravidez, só devem usar por recomendação médica, e nos últimos três meses está vetado, por risco de complicações para a mãe e o bebê durante o parto.
Vale lembrar que pequenas quantidades do ácido acetilsalicílico e de seus produtos de metabolismo passam para o leite materno, alerta um dos fabricantes em sua bula. Embora, afirme, que até o momento não se relatou nenhum efeito prejudicial para os bebês.
O medicamento é oferecido no mercado com diferentes marcas com o mesmo princípio ativo do Ácido Acetilsalicílico :
Ácido Acetilsalicílico (EMS); Ácido Acetilsalicílico (Greenpharma); Ácido Acetilsalicílico (Neovita). AAS (Sanofi- Synthelabo); ASSedatil (Vitapan); Aceticil (Cazi); Ácido Acetilsalicílico (Lafepe); Alidor (Aventis Pharma); Analgesin (Teuto); Antifebrin (Royton); As-Med (Medquímica); Bufferin (Bristol-MyersSquibb); Cimaas (Cimed); Cordiox (Medley); Dausmed (Usmed); Ecasil (Biolab Sanus); EMS comprimidos de Ácido Acetilsalicílico (EMS); Funed Ácido Acetilsalicílico (Funed); Furp-Ácido Acetilsalicílico (FURP); Grip-Stop (Ima); Hipotermal (Sanval); Iquego Ácido Acetilsalicílico (Iquego); Melhoral (DM); Salicetil (Brasterápica); Salicil (Ducto); Salicin (Greenpharma); Saliprin (Geolab); Salitil (cifarma); Somalgin (SigmaPharma).

Não se automedique.

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