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11.08.2012

Eleições americanas: Yes, Dilma, we can too!


A vitória de Barack Obama nas eleições dos EUA é, também, uma vitória para todas e todos aqueles que lutamos pelos direitos civis da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) — e pelos direitos humanos da população como um todo — no mundo inteiro. E é uma prova de que a conquista dessa igualdade é cada dia mais inexorável.

Casal gay faz campanha pelo casamento de pessoas do mesmo sexo em agosto, na Califórnia. A disputa sobre o direito neste Estado será resolvida pela Suprema Corte dos EUA. Foto Frederic J. Brown / AFP
Obama deu uma lição aos outros chefes e chefas de Estado. Ele teve a coragem de se arriscar, pouco antes de uma eleição presidencial difícil, defendendo publicamente uma posição de princípios que seus antecessores no cargo, inclusive aqueles que compartilhavam as mesmas convicções e tiveram medo de as defender porque contrariavam o discurso e os interesses dos líderes religiosos fundamentalistas — que, lá como aqui, são muito poderosos e não têm escrúpulos. Mas ele arriscou.
“Eu cheguei à conclusão de que é necessário que eu afirme que, na minha opinião, os casais do mesmo sexo deveriam poder casar”, disse Obama em maio passado. Essa frase diz muito. Ele não disse que tinha chegado à conclusão de que os casais do mesmo sexo deveriam poder casar — é claro que ele já sabia disso — mas de que era necessário que ele afirmasse publicamente sua convicção. É isso que um verdadeiro líder político faz: não espera que o mundo mude sozinho. A política serve para fazer o mundo mudar. E ele, como presidente da principal potência do mundo, não podia se omitir nessa luta pelos direitos civis.
Estive recentemente nos Estados Unidos representando o Brasil no Programa Visitantes Internacionais, do Departamento de Estado daquele país. Nesse programa, que neste ano teve como tema “Direitos LGBT são Direitos Humanos”, já passaram nomes como Indira Gandhi, primeira mulher a ocupar o cargo de chefe do governo indiano, Nicolas Sarkozy, advogado e ex-presidente da França e a presidenta Dilma Rousseff, entre outros importantes líderes mundiais. Como único representante brasileiro e ao lado de um grupo de dez líderes e ativistas da América Latina, visitei cinco estados e, no auge dessa histórica e bilionária campanha, tive contato direto com agentes governamentais e também organizações não-governamentais que me deram um retrato das violações de Direitos Humanos que lá acontecem.
Jean Wyllys

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