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11.20.2012

Europa gasta R$ 324 bilhões por ano com câncer


Tumor de mama lidera lista, mas de pulmão tem mais impacto pelas mortes.
Alemanha é o país com os custos mais altos em remédios e internações.

Do G1, em São Paulo

A Europa gasta cerca de R$ 324 bilhões por ano com pacientes que têm câncer, aponta a primeira estimativa a avaliar o impacto econômico da doença na região, divulgada nesta sexta-feira (28) durante o Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica, em Viena, na Áustria.
O câncer de mama foi responsável pela maior fatia financeira, com mais de R$ 15 bilhões ou 13% do total. Mas, se for considerada a perda gerada pela mortalidade precoce, o tumor de pulmão comprometeu quase R$ 50 bilhões, dos quais R$ 26 foram em decorrência apenas das mortes – mesmo valor gasto por ano com tratamento de pneumonia na União Europeia (UE).
A Alemanha é o país do bloco com maior impacto econômico, onde foi gasta uma média de R$ 432 por habitante. No fim da lista, está a Lituânia, no Leste Europeu, com R$ 83 per capita.
Mulheres vítimas do câncer de mama montam ONG no interior da Bahia (Foto: Reprodução/TV Subaé)Mamografia é o melhor exame para evitar e detectar
o câncer de mama (Foto: Reprodução/TV Subaé)
Os dados se fundamentam em dois estudos: da farmacêutica americana Bristol-Myers Squibb (BMS) e da Universidade de Oxford, no Reino Unido. O primeiro foi conduzido pela pesquisadora Isabelle Gilloteau e colegas, com base nos resultados de 2010 e 2011 da Pesquisa Nacional de Saúde e Bem Estar da UE – que entrevistou 105.581 adultos na França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido.
A segunda pesquisa foi feita por Ramon Luengo-Fernandez e colegas, que analisaram os custos diretos ou primários de saúde, com remédios e internações. Também foram observados os gastos com atendimentos informais e a perda de produtividade em decorrência da ausência no trabalho, das mortes prematuras e do fato de que parentes acabam renunciando à vida profissional e ao lazer para cuidar dos doentes.
Para obter esses dados, os cientistas de Oxford usaram uma variedade de fontes, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e ministérios da saúde europeus.
Segundo o professor Peter Boyle, presidente do Instituto Internacional de Pesquisa da Prevenção, em Lyon, na França – que não participou dos trabalhos –, o estudo de Isabelle Gilloteau fornece informações únicas sobre o impacto do câncer sobre a saúde física e mental dos cuidadores.
Comparadas com pessoas normais, as que ajudavam pacientes foram hospitalizadas com duas vezes mais frequência nos seis meses anteriores, tiveram prejuízos nas atividades diárias e ficaram mais propensas a depressão, ansiedade, insônia, enxaqueca e problemas gastrointestinais.
De acordo com Luengo-Fernandez, os países com maior gasto com câncer por pessoa tendem a ser os do norte e centro da Europa. E os com menor custo são os estados-membros da UE que aderiram ao bloco em 2004 e têm níveis nacionais de renda mais baixos.
Na opinião de Boyle, com essas informações em mãos, podem ser tomadas decisões de financiamento novas e mais lógicas, em um momento em que a expectativa de vida da população aumenta e o risco de câncer também.

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