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11.10.2012

Tratamento de mieloma múltiplo

Fundação internacional que  avalia os tratamentos disponíveis em mais de 80 países diz que medicamento de última geração ainda não foi aprovada pela Anvisa

RIO - O tratamento adequado de mieloma múltiplo no Brasil sofre com o atraso. É o que denuncia a International Myeolma Foundation (IMF). Durante o Congresso da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, realizado no Rio ontem, a entidade chamou a atenção para o fato de 80 países (a maioria dos Estados Unidos e da Europa) já possuírem três opções de remédio de nova geração para garantir uma sobrevida maior ao paciente. Destas, o governo federal aprovou duas, mas o Sistema Único de Saúde (SUS) recebe apenas uma.
As drogas autorizadas são a talidomida e o bortezomibe. A primeira, porém, é a mais facilmente encontrada no sistema público, pelo preço mais barato. A lenalidomida, porém, foi reprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A medicação, segundo Paul Richardson, professor associado da Escola de Medicina de Harvard, é considerada uma das mais promissoras no tratamento da doença. O especialista esteve no congresso.
— A doença sempre vai retornar. É neste momento que ela se mostra importante. É eficaz, também, para os mais velhos. O transplante de medula serve mais para os jovens. A droga pode beneficiar ambos. O tempo de vida médio de um paciente é de três a quatro anos. A lenalidomida pode ampliar o tempo para até 10 anos — garante.
Atualmente, os pacientes de mieloma múltiplo no Brasil só conseguem o rempedio através de medidas judiciais. A doença afeta a produção de glóbulos vermelhos e compromete o funcionamento normal do sistema de defesa do organismo por ser um tipo de câncer que tem origem no plasmócito, uma célula que integra a defesa contra as infecções. É um mal sem cura.
O objetivo dos novos medicamentos já liberados em outras nações é garantir uma maior sobrevida, principalmente nos momentos das recidivas, quando a estratégia terapêutica precisa ser trocada. No Brasil, segundo a IMF, são aproximadamente 23 mil pacientes, diagnositicados geralmente entre 65 e 70 anos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que reprovou a droga, quando ela foi submetida a processo em 2010, por concluir que os estudos apresentados foram insuficientes para provar a eficácia. Ainda segundo o órgão, a empresa que produz o medicamento não soube explicar de maneira adequada quais os efeitos colaterais da droga.

O globo

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