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12.10.2012

Afeganistão vive boom de cirurgias plásticas

Anos de guerra incentivaram crescimento do setor, mas expansão atual tem foco na estética.

Imerso em pobreza, miséria e corrupção e ainda amargando os efeitos de mais de dez anos de guerra, o Afeganistão vive um momento de boom em um setor surpreendente: as cirurgias plásticas.
Há cada vez mais demanda por cirurgias cosméticas no país, em contraste com uma situação muito diferente dez anos atrás, quando tais procedimentos eram usados principalmente para lidar com ferimentos sofridos durante os conflitos.
Foi justamente o cenário de guerra que levou ao desenvolvimento desta especialidade no Afeganistão, fazendo com que, ao longo dos anos, o país gerasse muitos cirurgiões plásticos.
Bollywood
Há propagandas com imagens de "antes e depois" espalhadas por diversos bairros da capital, Cabul, e a maioria dos médicos do país se forma no Irã e no Paquistão.
Entre as operações mais frequentemente solicitadas pelas mulheres estão liftings no rosto, alterações de nariz e lipoaspirações, além de retirada de pelos indesejáveis. No caso dos homens, as mais procuradas são tatuagens de sobrancelha e transplantes de cabelo.
Mas tanto garotas quanto rapazes tendem a procurar um visual baseado em fotografias dos astros de Bollywood, a indústria cinematográfica indiana.
Resultados
Najibullah Najib é um cirurgião baseado em Cabul que trabalha no setor estético há mais de 20 anos. Ele costuma ter dois ou três pacientes por dia.
"Muitas meninas querem suas sobrancelhas em estilo chinês ou querem operar suas pálpebras. Às vezes elas querem um nariz mais estreito e mais alto", explica.
A dona de casa Sheba, de 40 anos, é a paciente típica que Najib atende. Ela já fez três operações.
"Primeiro eu removi gordura do meu abdômen, depois eu tirei bolsas debaixo dos meus olhos e também refiz o formato das minhas sobrancelhas", diz.
"Eu sofria ao ver minhas rugas quando estava sorrindo. Agora, alguns amigos dizem que eu pareço 14 anos mais jovem. Adoro meu corpo e minhas roupas me servem muito melhor", acrescenta.
Outra cliente, Sahar, passou por uma operação de nariz.
"Agora ele está mais estreito e mais alto. Eu nem esperava essa mudança. Quando tiraram as bandagens, eu fiquei surpresa: tinha ficado muito melhor do que eu esperava".
No entanto, a demanda atual é tão grande que coloca em xeque a quantidade de médicos aptos a realizar tais procedimentos e seu nível técnico para garantir que as operações sejam bem-sucedidas.
Para Abdul Ghafar Ghayoor, um experiente cirurgião plástico baseado no Paquistão, alguns colegas afegãos não parecem estar aptos.
"Eu já vi diversos médicos do Afeganistão que trabalharam por menos de um ano no Irã, Paquistão, Índia ou Rússia. Por isso, o trabalho deles em geral não é perfeito".

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