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12.06.2012

Cirurgia inédita de coração


Paciente de hospital estadual tem válvula implantada com técnica pouco invasiva

POR Daniele Maia
Rio -  Teve alta ontem do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac) o primeiro paciente da rede estadual de Saúde do Rio a fazer o chamado implante percutâneo. Pela nova técnica, uma válvula é implantada no coração através da artéria femural, sem necessidade de abrir o peito do paciente.
João agradeceu aos médicos | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia 
 
 
 
 
 
João agradeceu aos médicos | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia




















O procedimento é indicado a pacientes com estenose aórtica grave considerados inoperáveis, explica o cardiologista Márcio Montenegro, que operou o aposentado João Batista Soares, 79 anos: “É um problema na válvula, que prejudica a entrada e saída do sangue no órgão. Alguns pacientes têm um quadro de tão alto risco que não podem passar pela cirurgia tradicional. Agora, esse grupo tem uma opção.”
“Se eu tivesse algo de muito valor, daria a esses médicos. Mas como não tenho, deixo o meu muito obrigado”, disse João, emocionado.
Para ter acesso à técnica, o paciente tem de ser avaliado e encaminhado ao Iecac. A válvula a ser inserida é feita de um material específico que, ao ser colocado em soro gelado, fica flexível e plenamente moldável. Com isso, pode-se “amassar” a válvula até que ela fique bem fina, passe pelo catéter e seja colocada no lugar: “Em contato com o calor do corpo, ela se arma e tem o diâmetro aumentado. Isso faz com que a incisão possa ser pequena.”
Outra grande vantagem é a recuperação mais rápida. Pacientes que se submetem à cirurgia tradicional ficam pelo menos 10 dias internados e podem levar até seis meses para se recuperar. Com o implante, a internação é de 3 a 4 dias e em até 15 dias estão aptos a levar uma vida normal.

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