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12.08.2012

O desafio da qualidade de vida




Qualidade de vida, tecnicamente, constitui-se em um método aplicado no seres humanos com o objetivo de mensurar as suas condições de vida.
O conceito abarca o bem estar físico, mental, e emocional, as relações interpessoais (família, trabalho e amigos) relacionamentos sociais, como família e amigos, educação, poder aquisitivo, habitação etc.
Estilo de vida X Qualidade de vida
Nossa definição para qualidade de vida é que ela constitui-se na adoção de novos hábitos que proporcionem uma sensação perene de bem-estar, saúde e alegria de viver.
Atende para o termo perene. Ou seja, o conceito aplica-se quando o indivíduo desfruta continuadamente desta sensação, o que alude à uma estratégia na reconstrução do estilo de vida.
Estilo de vida é a soma de hábitos, rotinas e padrões comportamentais adotados por uma pessoa na busca por adaptação ao meio ambiente e ao seu grupo cultural.
Estes dois vetores tem forte influência na construção do life style, assim como a época e local em que o indivíduo nasceu.
Independentemente destes fatores, ao pousar nossa atenção sobre a trajetória humana nos últimos 100 mil anos, teremos que concordar que a maneira de viver que os homo sapiens contemporâneos escolheram para si, são uma afronta ao espírito livre, corajoso, curioso, criativo e inovador dos primeiros Homens.
Entre os elementos constituintes do modus operandi moderno e que mais comprometem a qualidade de vida relacionamos:
Sedentarismo
Quando iniciamos a domesticação de plantas e animas, motivada pelo desenvolvimento dos métodos agrícolas e pecuárias, por volta de 7000 a.C, as populações nômades viram-se obrigadas a criar um acam-pamento fixo enquanto aguardavam o amadurecimento dos frutos e grãos. Iniciava-se desta forma, a passagem do nômadismo para o sedentarismo, estimulando à formação de vilas e cidades, o que deu origem a civilização como a conhecemos.
Milhares de anos depois, o termo sedentarismo é aplicado àqueles indivíduos cujo modo de vida caracteriza-se pelo baixo consumo calórico decorrente da ausência de uma disciplina diária de atividade física que evitem a progressiva regressão funcional orgânica.
Desenvolvido para caçar, lutar e deslocar-se continuamente, o corpo humano ressente-se da falta destes estímulos, perdendo a flexibilidade articular, desenvolvendo hipotonia muscular, retardamento dos reflexos de luta ou fuga, desregulação da digestão, excreção, reprodução, respiração etc, além de predispor o ser humano à obesidade, diabetes, hipertensão arterial etc.

Atividade laboral monótona
Quanto mais conhecemos o organismo humano e, simultaneamente, nos comparamos aos demais primatas, nossos primos próximos, fica patente a existência de uma incompatibilidade estrutural entre trabalho e corpo.
O fato é que nossos braços, pernas, coluna vertebral, visão e audição primatas, não foram originalmente elaborados para executar tarefas repetitivas ou realizá-las por muito tempo. Fomos construídos para dormir, comer, divertir, competir, procriar e conviver em grupos pequenos e coesos, nos quais encontramos segurança e reconhecimento.
Esse conflito está estampado, por exemplo, quando se procura uma definição para trabalho. Depara-se com adjetivos nada elogiáveis, tais como: faina, esforço extremo ou incomum, labuta. A palavra trabalho origina-se do latim tripalium, instrumento de tortura romano, um tripé constituído por três espeques cravados no solo, formando uma pirâmide, no qual eram martirizados os escravos.
Não se conhece, por exemplo, leões, gnús e crocodilos com problemas de L.E.R. (lesão por esforço repetitivo). A não ser aqueles domesticados pelos humanos. Essa é uma doença humana moderna, originada da sistematização do trabalho e que aflige milhões de indivíduos em todo o mundo.
Desde 1981, lesões por esforço repetitivo já eram as campeãs como principais causas de afastamentos do trabalho nos EUA. Na época, o National Council of Compensation avaliou que um único tratamento de coluna custava, apro­xima­da­mente, US$ 24.000, e um tratamento de um caso de síndrome do túnel do carpo custava US$ 29.000.
O outro fator que leva as tarefas repetitivas em promover baixa qualidade de vida, é a constituição do nosso cérebro primata, viciado em estímulos, novidades e desafios. Atividades recursivas deprimem o cérebro, embotando nossa criatividade e motivação, promovendo embotamento emocional e físico.
Má alimentação
Nossa opinião é a de que no início da nossa evolução éramos vegetarianos. Nossos antepassados viviam nas árvores e alimentavam-se de folhas e frutas, como ainda o fazem atualmente os chimpanzés, bonobos, gorilas e orangotangos, nossos primos-irmãos. Para alimentar-nos, não precisávamos trabalhar. Aliás, morávamos dentro de uma salada! – como comenta o Educador DeRose.
Em algum momento, mudanças ambientais escassearam as árvores e o Homo Sappiens desceu das árvores e iniciou um processo sofrido de adaptação ao chão:
  • elevou sua coluna, apoiando-se sobre as patas traseiras, trazendo-lhe dores atrozes às costas que o acompanham até hoje;
  • Ampliou a capacidade de ver ao longe, para identificar possíveis predadores, o que se desdobrou em problemas sérios de visão não encontrados em outros mamíferos;
  • Acelerou o processo de gestação nas fêmeas (neotenia), já que não contavam com a proteção das árvores para proteger os filhotes e as mães precisavam acompanhar o grupo nômade.
Sem a presença das frutas e folhas, nossos antepassados foram
constrangidos a modificar sua dieta, tornaram-se nômades coletores, passando a alimentar-se com o que se deparassem: insetos, raízes,
sementes e pequenos animais. A verdade que nossos ancestrais viveram na linha da inanição por milhares de anos.
Muito tempo depois, com a domesticação de vegetais, animais e a construção dos primeiros povoados e vilas, o primata humano desfrutou, pela primeira vez em muitas dezenas de séculos, de comida abundante. Algumas mudanças derivaram daí: o aumento da população humana, o surgimento de classes sociais, aonde alguns membros do grupo já não faziam o trabalho braçal e o aparecimento de um número até então inimaginável de pessoas gordas!
Passado vários milênios, o Homo civilicatus substituiu as armas e a caça pelo cartão de crédito, o supermercado e uma inimaginável variação de tipos de alimentos disponíveis a distância de um braço.
Porém, em áreas profundas do cérebro, as lembranças ancestrais da fome e falta de alimento mantem-se cinzeladas no psiquismo, o que nos impele a remover das prateleiras e ingerir muito mais alimento que precisamos. Inconscientemente, não sabemos quando poderemos voltar a nos alimentar.
Nossa espécie come mais do que precisa e alimenta-se de excesso de sal, açúcar, café, carnes, gorduras saturadas, álcool, fumo, remédios, frituras, manteiga, leite gordo, conservas, refrigerantes etc. As consequências são o aumento da obesidade, do colesterol, arteriosclerose, infarto, derrame cerebral e diabetes.

Trabalho é o veículo de aplicação do nosso valor
(a totalidade das nossas qualidades, habilidades e talentos)
no mundo em volta de nós, tornando-o melhor.
Joris Marengo

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