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12.05.2012

“Roupa muito apertada é o maior erro da brasileira”

Problemas causados pelo uso de roupas apertadas

Solte seu corpo e previna-se de varizes, dores nas costas e até má digestão

Por Minha Vida -


Você vira de costas e olha o bumbum no espelho: perfeito, sem nenhuma sobra de tecido. Nas pernas, a mesma coisa, coxas e penas desenhadas dentro da sua calça jeans. Com ou sem strecht, o modelo ideal deve se ajustar perfeitamente ao corpo, como tivesse sido costurado nele. A vaidade, no entanto, pode custar mais caro do que você imagina.

Varizes, dificuldades de digestão, cansaço fora do normal e problemas ligados aos órgãos sexuais são alguns dos riscos que você corre ao privilegiar as peças justas no guarda-roupa. Atente-se às dicas do dermatologista Gilvan Alves, de Brasília, da nutricionista do Minha Vida Karina Gallerani, do ginecologista Odair Albano, do Hospital Maternidade de Campinas, e do angiologista Augustus César de Araújo, de Brasília..

Circulação sob risco
As roupas apertadas podem dificultar o retorno do sangue venoso, que passa muito tempo nos membros inferiores. Essas roupas geram compressões, ao longo da perna e na região abdominal, sem uma graduação adequada. 

Para fevereiro de 2013, Amir Slama prepara uma linha de 30 bodies (os antigos collants) com uma grife que ainda não pode divulgar o nome Foto: Léo Pinheiro / Terra



O estilista paulista Amir Slama não para. Quem pensou que depois de deixar a Rosa Chá, em 2009, ficaria afastado do universo de moda praia se enganou. Continua sendo uma das principais referências do segmento no Brasil e no Exterior, tanto que ganhou este ano um prêmio em Cannes, de Excelência Criativa de 2012 (Creative Excellence Award 2012), oferecido pelos organizadores da feira Mare di Moda, onde em novembro deu uma palestra sobre o lifestyle brasileiro. “Quem faz roupa para a mulher brasileira pode vestir qualquer mulher do mundo. A brasileira é a síntese de todas”, disse em entrevista exclusiva ao Terra em sua loja na Oscar Freire, em São Paulo.
Ele brinca que tem um olhar médico ao observar uma mulher, seja na praia ou na rua. “Sou rápido, olho da cabeça aos pés e observo a atitude da pessoa”, contou, ao lembrar que sua mulher Riva, com quem está casado há 24 anos, não tem ciúmes, afinal faz parte da história da marca, assim como ele, já que é sócia na empresa atual e também foi na Rosa Chá.
Já está em suas lojas a coleção de verão 2012-2013, inspirada nos anos 30, com elementos art déco, cuja campanha foi feita pela top Ana Beatriz Barros. Tem também sua linha mais em conta a SAW (Douth American Way). Apesar de fazer peças com modelagens para cada corpo e estilo, ele garante que a brasileira aderiu também às hot pants (aquelas calcinhas grandes, muito vistas nas pin-ups dos anos 40 e 50), mas também há uma volta do fio-dental remodelado, além do tomara que caia.
Um dia depois de se desligar da marca que criou no começo dos anos 90 (onde, segundo ele, o clima era de prepotência), fechou acordo com a C&A para assinar uma coleção cápsula. “Foram três e achei que era tempo de parar, senão ia se transformar em coleção permanente. Nesse período, comecei a pensar na minha nova grife.” No fim de 2010 lançou a marca que leva seu nome, com lojas próprias em São Paulo e Rio, e está em mais de 40 multimarcas pelo Brasil . De lá para, o estilista vem acumulando parcerias.
Lançou há algumas semanas uma linha em parceria com a grife FiveBlu; outra com a estilista italiana radicada no Brasil MariaSole Cecchi, chamada SNOB (Super Not Ordinary Bikini, feitas com aplicações de Lego e que não vai parar nessa primeira edição); além de camisetas com a marchande Jackie Shor, e lenços e pareôs com estampas de seu filho Arthur. Em outubro, assinou mais coleção para a Tok & Stok e, ainda dentro do universo doméstico, trabalhou também com a Kitchenaid. Continua com a linha permanente de sabonetes, colônia e difusor de ambiente com a Phebo.  
Para fevereiro de 2013, prepara uma linha de 30 bodies (os antigos collants) com uma grife que ainda não pode divulgar o nome. No mercado externo, assina a segunda coleção para a rede de lojas de departamento italiana Yamamay, com cerca de 100 peças, que chega ao mercado europeu na primavera-verão de 2013, além de fazer parte do evento que a loja de departamentos Le Bon Marché promove em maio em Paris, em homenagem ao Brasil. 
Durante a entrevista ao Terra, ele falou das tendências do momento, da mulher brasileira e de como manter a forma. Nesse quesito, conta sua experiência pessoal. Depois que deixou a Rosa Chá, percebeu que tinha passado do limite de peso. De lá para cá, mudou seu estilo de vida, fez reeducação alimentar, passou a caminhar mais e perdeu 25 kg. Mas não deixa de cometer alguns pecados, como de vez em quando comer chocolates e doces. Antes, comia o que tinha pela frente, agora um pouco basta”, afirmou ao prometer: “Até o fim do ano, quero parar de fumar.” Confira abaixo trechos da entrevista.
- Qual a tendência para o verão 2013?
Amir Slama - Há modelagens de vários tipos, mas as hot pants caíram no gosto das mulheres brasileiras. Na verdade, é um resgate do sunquíni dos anos 80, aqueles modelos mais largos, que antes eram usados enroladinhos. Agora, uma boa dica é usar as hot pants dobrada duas vezes, de cima para baixo. Fica firme e comprime o culote. Ao mesmo tempo em que essas calcinhas estão em alta, percebo também uma volta do fio-dental, mas sem elástico no bumbum. Não são tão cavadas, porém deixam o bumbum à mostra. Não tem jeito. É coisa de brasileira. Outra peça que a brasileira perdeu o medo de usar foi o tomara que caia. De dois anos para cá, está vindo ainda mais forte. Com modelagem mais estruturada e firme, ficou mais confortável e não há mais o receio de ser incômodo. Está mais confortável.
 - Qual modelo fica melhor no corpo?
AS - Eu acho que as calcinhas retas são as melhores para alongar o corpo. Há quem acha que as calcinhas mais cavadas são melhores, mas apesar de as pernas ficarem maiores, achatam o corpo, porque o dorso acaba ficando menor.
 Qual o maior erro da mulher ao se vestir?
AS - Para mim, o maior erro que a mulher pode cometer é usar roupa muito apertada. Algumas usam até um tamanho menor do que deveria. Não é legal, a silhueta fica espremida. E falta conforto, que é sinônimo de elegância. Não acho que deva usar roupa larga também, mas na medida.
 E dos homens?
AS - Acho que os homens devem evitar muitas estampas. Uma bermuda estampada com camisa lisa é legal. Acho também que evitar se vestir todo de claro não é uma boa. Fica muito em evidência. Eu prefiro, por exemplo, uma parte de baixo mais escura. Realça mais a figura do homem. E regata é feita só para praia. Mulher não curte o braço do homem para fora.
 Entre os grandes dramas das mulheres na praia, estão a celulite, as estrias. O que você pode falar para essas mulheres?
AS - Ninguém pode falar o que fica bom ou não fica para ninguém. O melhor amigo de uma mulher é o espelho. Tem de se olhar de frente ou de costas e se sentir bem. A gente viveu uma ditadura de moda muito forte nos anos 90, que foi quebrada com a virada do milênio. Hoje, o papel do estilista é muito mais ajudar a mulher a se encontrar numa peça que vai fazer com que ela fique bonita e bacana do que dizer que ela só pode usar um tomara que caia ou uma calcinha grande. Ela vai ter de decidir. Se tiver estrias e quiser esconder, vai ter de usar uma peça maior. Tem de ficar feliz. E a gente trabalha para que ela fique feliz. Eu particularmente acredito que ser mais magro é bacana não só pelo que fala a moda, mas pela saúde. O colesterol abaixa, o açúcar abaixa. Deve-se comer bem, não só pela estética da moda, mas pela da saúde. Comer bem, se alimentar bem, controlar o peso faz parte da saúde e do bem estar. Por conseqüência, a roupa fica melhor.
 Você agora também virou referência em perder peso e manter o corpo em forma. Como foi isso?
AS - Com todo o processo do desligamento da Rosa Chá, acabei engordando muito, acho que uns 18 kg. No último ano que fiquei lá, desloquei o corpo da alma, fiquei vivendo um período muito ruim, porque me falavam uma coisa e faziam outra. Nunca tinha passado por aquilo, porque sempre fui muito transparente. Fiquei muito frustrado e acabei jogando para a comida. Meu peso era de 77 kg cheguei aos 94 kg ou 95 kg. De um dia para outro, resolvi que não poderia ficar daquele jeito. Alguma coisa não estava certa. Eu era sedentário, fumante e comia muito. Comia errado e muito. Pegava uma ou duas barras de chocolate e comia tudo. Só me alimentava à noite. Procurei um endocrinologista e nutricionista e aprendi a me alimentar.
=E agora, como é sua rotina de alimentação e exercícios? 
AS - Fui mudando a alimentação gradualmente. Comecei a me movimentar e percebi que estava perdendo peso. Me peso todo dia e fico me controlando. Mudei os hábitos. Agora, por exemplo, só como arroz integral. Trago comida de casa. Sempre como carne, verduras. Açúcar não faz falta. Se coloco no café acho que o gosto está ruim. Gosto de doce, mas já não como mais uma caixa inteira, como um só. Nas festas, fico com um copo de água ou com uma taça de espumante quase o tempo todo. E ando muito, pelo menos uma hora e meia por dia. Na rua. Não gosto de academia. Adoro observar as pessoas. Vejo a cidade de outra forma, de outro ângulo. Hoje peso 70 kg e quero manter. Não quero emagrecer mais. E até o fim do ano, pretendo parar de fumar.
 Mas você ganhou até uma sobremesa com seu nome?
AS - O Isaac Azar, dono do Paris 6, batizou um doce com meu nome. É o Popsicle de Yaourt et Citron a Amir Slama.  Um bolo de chocolate quente, com recheio mole (tipo petit gateau, mas bem maior) e picolé de limão mergulhado dentro e raspas de limão. Para perder a linha de vez em quando (Amir fez questão de levar a reportagem ao restaurante para provar doce: delicioso e vale por uma refeição).
 Passe algumas dicas para quem quer perder peso. 
AS - É preciso se exercitar. Se não consegue correr ou ir à academia, o melhor é andar. É bom lembrar que depois do 40 anos, o que come não é mais eliminado como era aos 20 ou 30 anos. Outra coisa importante é se alimentar de três em três horas, para o metabolismo estar sempre trabalhando e assim não se chegar às refeições com muita fome. Se o objetivo é perder peso, vai ter de diminuir a quantidade de comida, de açúcar, de carboidratos. E, para mim, como disse, é se pesar todo o dia.
 Você disse que engordou por causa do negócio que fez com a Rosa Chá? Explique melhor esse processo?
AS - Em nenhum momento, me senti vendendo a marca. Ficamos um ano estruturando o processo e eu achava que fazia parte disso. Mas não. Queria fazer uma fusão para melhorar meus pontos negativos, como produção e distribuição. Mas nada disso aconteceu. O grupo do Sul, que não gosto de falar o nome para não fazer propaganda (trata-se do grupo Marisol), apesar de ser uma SA, trabalhava como uma empresa familiar num sentido ruim. A produção caiu muito, mesmo tendo o dobro de pessoas que eu tinha aqui. Acabaram produzindo um terço do que eu produzia. Muitas lojas fecharam por falta do produto. Ficou uma coisa prepotente lá dentro. Permaneci por três anos depois da fusão. Quando sai, o Alexandre Herchcovitch assumiu e fez duas coleções, mas mudou o conceito e a mulher Rosa Chá ficou muito assexuada, deferente do perfil da marca. Agora, não há mais lojas nem operação Rosa Chá. Fiquei muito contente quando soube que o grupo Restoc (da Le Lis Blanc, Bo.Bô) comprou o nome.
  
 Você faz seu mapa-astral sempre. Esse problema não apareceu quando resolveu fazer o negócio?
AS – O mapa-astral orienta. E isso era parte de um processo. Não é uma coisa que se prevê e, além disso, temos o livre arbítrio. De qualquer forma, faz vários anos que fa;o o mapa-astral para ver onde devo passar meu aniversário. Já fui para Dublin, Salvador. No último, dia 10 de novembro, ia passar em Fortaleza, mas recebi o convite da palestra em Cannes. Falei com a astróloga e ela disse Fortaleza era a segunda opção, a primeira era Bruxelas. Depois de Cannes, passei por lá.
 Quando você deixou a Rosa Chá, já pensava em ter a marca Amir Slama?
AS – Não. Na verdade, eu achava que ia virar empresário da noite (ele se associou às casas noturnas como Club A, 2p4 e Mokai), mas me desliguei da Rosa Chá, em maio de 2009. Dia 1º de junho, a C&A me chamou. Trabalhar lá foi muito bom, porque saí de um espaço onde não tinha respeito nenhum para um muito profissional. Tive muita abertura de trabalho, o que não ocorria no grupo ao qual havia me associado. Fiz três coleções consecutivas. Trabalhando lá, pude perceber que a o consumidor tinha mudado. Ele quer uma peça barata e de qualidade. Antes, se podia vender mais caro por causa da qualidade, agora não. Qualidade é uma condição.
– E como se consegue qualidade com um preço barato?
AS – As marcas fast fashion conseguem valor diferenciado pelo volume que produzem. Se a empresa faz 10 mil peças, vai ter um custo bem menor do que quem faz 200 ou 300, mas a qualidade está lá.
Mas então qual a diferença então entre o biquíni da rede fast fashion e um de luxo, com preços bem maiores?
AS – A quantidade limitada de peças, a modelagem mais elaborada, o tempo que demora em ser feito, a mão de obra empregada, os aviamentos usados. O tecido em si não é mais como antigamente, praticamente não há mais diferença, não é o que mais encarece o produto. Claro que se tiver complementos de seda no lugar de poliéster, haverá diferença, mas uma malha ou tecido de moda praia, não. Na marca Amir Slama, cada peça pode custar de R$ 120 a R$ 1,5 mil, mas minha confecção é pequena e todas as peças são revisadas manualmente, além de variar de acordo com os bordados e o trabalho aplicados em cada peça. Minha segunda marca, a SAW custa de R$ 150 a R$ 240. Tenho peças que vendo há várias coleções. Estão sempre na grade. O diferencial é a modelagem e como fica no corpo da mulher.
É exatamente essa expertise que os estrangeiros buscam aqui em relação à moda praia. Qual é o segredo para isso?
AS – É que esse lifestyle de praia, essa bossa é a cara do Brasil. Além de termos uma modelagem um pouco menor, há toda uma arquitetura muito particular na construção da roupa. Levanta o que precisa levantar, segura o que precisa segurar. Essa expertise vem por uma questão histórica. O Brasil, pela mistura racial, cultural, religiosa e pelo clima e pelo litoral gigantes, acabou gerando uma mulher e um homem muito sensuais e particulares. Você percebe que a mulher é brasileira fora do Brasil. Uma modelo na passarela, por mais que seja do Sul, loira como a Gisele, ou morena, como a Fernanda Tavares, quando estão na passarela, você sabe que é brasileira pelo jeito de se movimentar, de segurar a roupa, pela atitude. Temos uma mulher sofisticada, mas ao mesmo tempo descontraída; chique, mas relaxada. E é isso que eles vêm buscar aqui.
 Você é um dos representantes desse lifestyle fora do Brasil. Seu nome ainda está associado ao da Rosa Chá?
AS – Ainda tem um pouco, mas cada vez mais percebo esse deslocamento. Isso se dá também por causa das parcerias. Assim como fiz com a C&A, as peças da linha da rede italiana Yamamay têm meu nome. Eles me convidaram porque conheciam meu trabalho pela Rosa Chá, mas a linha sai por Amir Slama. E deu certo. Depois da primeira coleção, lançada em abril na Itália, já fiz a segunda, com o dobro de peças, cerca de 100, que será lançada ano que vem. O engraçado é que durante o lançamento em Milão, algumas jornalistas me conheciam dos desfiles da Rosa Chá em Nova York e quiseram saber como tinha perdido peso. Contei o que tinha feito e saiu uma matéria no Corriere della Sera. Agora, virei consultor de boa forma também (risos).

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