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12.31.2012

Técnicas de primeiros socorros

Respiração Artificial

 
         Chama-se respiração artificial ao processo mecânico empregado para restabelecer a respiração, que deve ser  ministrado imediatamente, em todos casos de asfixia, mesmo quando houver parada cardíaca. Os casos de asfixia começam com uma parada respiratória e podem evoluir para uma parada cardíaca. Garantindo-se a oxigenação pulmonar, há grande probabilidade de reativação do coração e da respiração.
         A respiração artificial só obterá êxito se o paciente for atendido o mais cedo possível. Se o paciente for atendido nos primeiros dois minutos, a probabilidade de salvamento será de 90%. Portanto, o atendimento deve ser imediato, no próprio local do acidente e por qualquer pessoa presente.
         Não se deve interromper a respiração artificial em um acidentado asfixiado até a constatação da morte real, que só pode ser verificada por um médico.
 
Respiração Artificial ( Boca a boca )
 
         Como o nome indica, trata-se de uma técnica simples em que o socorrista procura apenas encher os pulmões do acidentado, soprando fortemente em sua boca.
         Para garantir a livre entrada de ar nas vias respiratórias a cabeça do acidentado tem que estar na posição adequada ( o pescoço deve ser erguido e flexionado para trás ).
Técnica:
-mantendo a cabeça da vítima para trás, aperte as narinas para evitar que o ar escape
-coloque a boca aberta sobre a boca do paciente, e sopre com força até notar a expansão do peito da vítima
-afaste a boca para permitir a expulsão do ar e esvaziamento dos pulmões do acidentado
-repita a manobra quantas vezes for necessário, procurando manter um ritmo de 12 respirações por minuto
 
         Em caso de asfixia por gases ou outros tóxicos, não é aconselhável usar o método boca a boca, pelo perigo de envenenamento do próprio socorrista.
         Em casos de ferimentos nos lábios, pratique o método boca-a-nariz. Esse método é quase igual ao boca a boca, com a diferença de exigir o cuidado de fechar a boca do acidentado enquanto se sopra o nariz.
 
 

Reanimação Cardíaca

 
         A asfixia pode ser acompanhada de parada cardíaca. Nesses casos graves deve-se tentar reanimar os batimentos cardíacos por meio de um estímulo exterior, de natureza mecânica, fácil de ser aplicado por qualquer pessoa.
         A parada cardíaca é de fácil reconhecimento, graças a alguns sinais clínicos, tais como:
-inconsciência
-ausência de batimentos cardíacos
-parada respiratória
-extremidades arroxeadas
-palidez intensa
-dilatação das pupilas
         A primeira providência antes da chegada do médico, é a massagem cardíaca. Trata-se da compressão ritmada do tórax do paciente, na altura do coração, por efeito de pressão mecânica. Em casos de asfixia, o procedimento pode e deve ser combinado com a respiração boca a boca e deve ser realizado continuamente até a chegada do médico ou no caso de morte comprovada da vítima.
 
Técnica:
-deite o paciente de costas, sobre uma superfície plana e rígida.
-faça a pressão sobre o bordo inferior do esterno, aproximadamente dois centímetros acima de onde ele termina, para comprimir o coração de encontro ao arco costal posterior e à coluna vertebral.
-descomprima rapidamente
-repita a manobra, em um ritmo de 60 vezes por minuto, até batimentos espontâneos ou  até a chegada do médico.
 
 
Ressuscitação cardiopulmonar ( RCP )
 
         As finalidades da RCP são:
-irrigação imediata, com sangue oxigenado, dos órgãos vitais através de técnicas de ventilação pulmonar e massagem cardíaca
-restabelecimento dos batimentos cardíacos
         A RCP realizada por 1 socorrista consta de 15 compressões cardíacas por 2 insuflações pulmonares.
         A RCP realizada por 2 socorristas consta de 5 compressões cardíacas por 1 insuflação pulmonar.
 
 

Hemorragia

 
         É a perda de sangue por rompimento de um vaso, que tanto pode ser uma veia quanto uma artéria.
         Qualquer hemorragia deve ser controlada imediatamente. Hemorragias abundantes podem levar a vítima à morte em 3 ou 5 minutos se não forem controladas. As hemorragias devem ser controladas através de estancamento.
 
Técnica:
-aplique uma compressa limpa de pano, lenço, toalha ou gaze sobre o ferimento e pressione com firmeza. Use uma tira de pano, atadura, gravata ou cinta para manter a compressa firme no lugar.
-se o ferimento for pequeno estanque a hemorragia com o dedo, pressionando-o fortemente sobre o corte.
-se o ferimento for em uma artéria, ou em um membro, pressione a artéria acima do ferimento para interromper a circulação, de preferência apertando-a contra o osso.
-em caso de hemorragia abundante em braços ou pernas, aplique um torniquete, sobretudo se houve amputação parcial pelo acidente.
 
Torniquete:
-faça um nó em uma faixa ou cinto. Coloque um pedaço de madeira e repita um segundo nó por sobre esta madeira.
-faça uma torção do graveto de madeira até haver pressão suficiente da atadura para interromper a circulação.
-fixe o torniquete com outra atadura e marque o tempo de interrupção da circulação. Nunca use arames ou fios.
-deixe o torniquete exposto, não o cubra.
 
         Marque o tempo de interrupção da circulação. A cada 15 minutos, desaperte o torniquete com cuidado. Se a hemorragia parar, deixa-se o torniquete no lugar, porém frouxo, de forma que possa ser apertado no caso do sangue voltar.
         Se o paciente tiver sede, deve-se dar-lhe de beber, exceto se houver lesão no ventre ou se estiver inconsciente.
 
 
Transporte de Acidentados
 

         A remoção ou movimentação de um acidentado deve ser feita com o máximo cuidado para não agravar as lesões já existentes. Antes de transportar o paciente, devem se tomar as seguintes providências:

-controle a hemorragia. Na presença de hemorragia abundante, a movimentação da vítima pode levá-la rapidamente ao estado de choque.
-se houver parada respiratória, inicie imediatamente a respiração boca a boca.
-no caso de parada circulatória, faça massagem cardíaca associada à respiração artificial
-imobilize as fraturas.
-movimente o acidentado o menos possível.
-evite arrancadas bruscas ou súbitas paradas durante o transporte.
Mantenha a calma, o transporte deve ser feito sempre em baixa velocidade, é mais seguro e mais cômodo para o paciente.
-não interrompa, sob nenhum pretexto, a respiração artificial ou a massagem cardíaca, se estas forem necessárias. Nem mesmo durante o transporte.
  
 

O que fazer diante de uma situação de emergência? Qual é a melhor forma de prestar socorro a pessoas com doenças cardiovasculares? Múcio Tavares, cardiologista do Incor, explica os procedimentos corretos

Juliana Santos
Em situações de emergência, o pronto-atendimento é essencial para aumentar as chances de sobrevivência e reduzir possíveis sequelas dos pacientes. As doenças cardiovasculares são responsáveis por grande parte dos atendimentos emergenciais no país, além de ser a principal causa de óbitos. O Acidente Vascular Cerebral (AVC), quadro em que ocorre a perda de funções neurológicas devido ao entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos no cérebro, é a doença cardiovascular que mais causa mortes no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, a maior parte das pessoas que sobrevivem a um AVC necessita de reabilitação para as sequelas neurológicas. Aproximadamente 70% não retornam ao seu trabalho e 30% precisam de ajuda para caminhar.
Outras emergências cardiovasculares recorrentes são a parada cardiorrespiratória e o infarto. No primeiro caso, a realização da massagem cardíaca é essencial para aumentar as chances de salvamento da vítima. Múcio Tavares, cardiologista e diretor da Unidade Clínica de Emergência do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP), explica nos vídeos abaixo quais devem ser os procedimentos em cada situação de emergência cardíaca, além da forma correta de realizar a massagem cardíaca em adultos e crianças.


*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.

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