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12.10.2012

Ter filhos reduz o risco de morte prematura entre casais

Família

Segundo estudo, aqueles que se tornam pais, tanto biológicos quanto adotivos, têm menos chances de morrer por acidente, doença circulatória ou câncer

Família: Casais que se tornam pais, biológicos ou adotivos, apresentam menor taxa de mortalidade por acidentes, doenças circulatórias ou câncer
Família: Casais que se tornam pais, biológicos ou adotivos, apresentam menor taxa de mortalidade por acidentes, doenças circulatórias ou câncer (Thinkstock)
A chegada de um filho pode melhorar a saúde de um casal, segundo indicou uma nova pesquisa da Universidade de Aarhus, na Dinamarca. De acordo com o estudo, pessoas que têm filhos apresentam um risco menor de morrer de forma prematura do que aquelas que ainda não se tornaram pais. Além disso, mostrou o trabalho, casais que optam pela adoção podem chegar a ter metade das chances de apresentar algum distúrbio mental. Essas conclusões foram publicadas nesta quarta-feira no periódico Journal of Epidemiology and Community Health.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Childlessness, parental mortality and psychiatric illness: a natural experiment based on in vitro fertility treatment and adoption

Onde foi divulgada: revista Journal of Epidemiology and Community Health

Quem fez: Esben Agerbo, Preben Bo Mortensen e Trine Munk-Olsen

Instituição: Universidade de Aarhus, Dinamarca

Dados de amostragem: 21.276 casais sem filhos em tratamento de fertilização in vitro

Resultado: A taxa de morte por acidente, doença circulatória ou câncer foi até 4 vezes menor entre mulheres que deram à luz e 50% menor entre as que adotaram em comparação com as que não tiveram filhos; e duas vezes menor entre homens que se tornaram pais, biológicos ou adotivos
A pesquisa se baseou nos dados de 21.276 casais que não tinham filhos, mas que estavam sendo submetidos a tratamento de fertilização in vitro — todos os participantes, portanto, desejavam se tornar pais. As informações foram coletadas entre os anos de 1994 e 2005. Durante esse período, 15.210 casais que participaram da pesquisa se tornaram pais biológicos e outros 1.564 adotaram um filho.
Segundo os resultados, em comparação com mulheres que não se tornaram mães durante o período da pesquisa, a taxa de morte precoce por doenças circulatórias, câncer ou acidente foi até quatro vezes menor entre mulheres que deram à luz e 50% menor entre as participantes que adotaram uma criança. Em relação aos homens, as chances de mortalidade precoce por esses motivos foram duas vezes menor entre aqueles que se tornaram pais — biológicos ou adotivos — em comparação com os participantes que não tiveram filhos.
A pesquisa não encontrou diferenças significativas na incidência de distúrbios mentais entre pessoas que se tornaram pais biológicos e indivíduos que não tiveram filhos, mas observou que a adoção reduziu pela metade o risco desse tipo de problema.
Desejo — De acordo com os autores, outros estudos já haviam apontado para a relação entre não ter filhos e uma maior taxa de mortalidade. Porém, nenhuma pesquisa havia diferenciado casais que não tem filhos porque assim desejam daqueles que gostariam de se tornar pais, mas não conseguem. Para Esben Agerbo, coordenador do estudo, os resultados de seu trabalho poderiam ter sido diferentes se a pesquisa tivesse olhado também para pessoas que não desejavam ter filhos. “Uma interpretação possível do nosso estudo é que não é o fato de não ter filhos que é perigoso para a saúde, mas sim não ter filhos e viver com a ansiedade de se tornar pai ou mãe”, disse o pesquisador ao site de VEJA.
Os pesquisadores não conseguiram explicar, porém, o motivo pelo qual a taxa de mortalidade é reduzida quando uma pessoa tem um filho. “Não temos certeza se é uma relação causal. Talvez indivíduos que não têm filhos possuam comportamentos diferentes e sigam um estilo de vida com maiores riscos, o que faz com que as mortes decorrentes de acidentes sejam mais prevalentes entre essas pessoas. Além disso, o estudo mostrou que mortes por doenças circulatórias também ocorrem mais entre pessoas sem filhos, o que sugere que pais e mães se preocupem mais em ter uma vida saudável”, disse Agerbo.

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