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1.04.2013

Águas de janeiro

Defesa Civil diz que 200 mil pessoas foram afetadas por chuva

Teresópolis, Angra dos Reis e Duque de Caxias estão entre as cidades atingidas

Terra

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A chuva forte que atinge parte do Rio de Janeiro desde a noite de quarta-feira já afetou 200 mil pessoas, segundo levantamento da Defesa Civil do Estado. O número abrange desde aqueles que tiveram prejuízos com estragos até quem não conseguiu se deslocar até o trabalho ou a própria casa ou se tornou voluntário na ajuda às vítimas. Equipes dos bombeiros e da Defesa Civil ainda trabalham no apoio aos atingidos, principalmente na região serrana e na Baixada Fluminense.

De acordo com o balanço desta sexta-feira da Defesa Civil, em Duque de Caxias, onde três rios - Saracuruna, Inhomirim e Capivari - transbordaram, mil pessoas ficaram desalojadas e 270 estão desabrigadas. No distrito de Xerém, o mais afetado pela chuva, foi confirmada a morte de um homem. A prefeitura de Duque de Caxias divulgou oficialmente ontem que há oito pessoas desaparecidas, sendo que cinco são da mesma família, embora o levantamento estadual aponte apenas para um desaparecimento. Além disso, 45 casas foram destruídas e outras 200 danificadas.

Em Angra dos Reis, nove casas foram destruídas e 38 danificadas. Ao todo, 320 ficaram desalojadas, 160 desabrigadas e 2.380 precisaram ser evacuadas. Outras três pessoas ficaram feridas. Foi registrado o transbordamento do rio Perequê, no distrito de Mambucaba, e enxurrada no rio Caputera.

No município de Mangaratiba, ocorreu rolamento de pedras na BR-101 e na estrada Junqueira. Segundo a Defesa Civil, 90 estão desalojados, cinco edificações foram danificadas e uma destruída. Em Constância, houve desabamento de muro, com destruição de uma casa. Conceição de Jacareí precisou ser evacuada e foi registrado deslizamentos em Fazenda Inhaíba, na RJ-014, além de Ribeira, Axixa, Parque Bela Vista, Palha e Cachoeira I e II. Também houve alagamento em Muriqui. 

Em Belford Roxo, os rios Botas, Sarapuí e Iguaçu transbordaram e várias ruas ficaram alagadas. O nível do rio Capivari ainda está muito alto. Ao todo, 550 estão desalojados e oito desabrigados. Petrópolis foi afetada pelo transbordamento dos rios Bingen e Piabanha e escorregamento nos bairros Alto Independência, Siméria e São Sebastião. Segundo o balanço da Defesa Civil, três casas ficaram destruídas e quatro danificadas. São 30 desalojados. Foram montados dois pontos de apoio e dois abrigos em Alto Independência e Siméria.

A chuva também causou danos em Teresópolis, onde o rio Paquequer transbordou e desalojou 50 pessoas. Houve alagamentos nas localidades do Alto, Várzea, Vale da Revolta e Caxangá. No município de Seropédica, foi registrada enxurrada no rio dos Bois. No total, 17 casas foram danificadas e 35 pessoas ficaram desalojadas. Em Nova Iguaçu, onde o rio Botas transbordou, não há registro de estragos até o momento.

Escolas danificadas

De acordo com o levantamento divulgado ontem pela Secretaria de Educação do Estado do RJ, 59 escolas foram afetadas pela chuva nas cidades de Duque de Caxias (34), Angra dos Reis (4), Belford Roxo (1), Casimiro de Abreu (1), Conceição de Macabu (1), Mangaratiba (1), Miguel Pereira (1), Nilópolis (1), Nova Iguaçu (1), Paraty (1), Paty de Alferes (1), Rio de Janeiro (3), São João de Meriti (5), Silva Jardim (3) e Valença (1). Os principais problemas foram inundações, desabrigados, dificuldade de acesso e problemas de infraestrutura (acesso à internet, falta de energia, perda de equipamentos, entre outros).

Histórico de deslizamentos

Em janeiro de 2011, a baixada fluminense enfrentou a maior tragédia climática da história do Brasil. Foram 918 mortos e mais de 215 desaparecidos após as fortes chuvas que atingiram sete municípios da região. As cidades mais atingidas foram Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis, Bom Jardim, Areal, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto.

No ano anterior, em 2010, uma série de deslizamento deixou 30 mortos em Angra dos Reis nas primeiras horas do dia 1º de janeiro. O deslizamento de uma encosta atingiu uma pousada e sete casas na Ilha Grande, matando pelo menos 19 pessoas. No continente, 11 pessoas morreram em outro desmoronamento.

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