webmaster@boaspraticasfarmaceuticas.com.br

1.12.2013

Bisfenol A pode contribuir com o risco de doenças renais e cardíacas em crianças


Infância

Pesquisa acrescenta evidências sobre os prejuízos da substância, que costuma ser utilizada na fabricação de produtos de plástico e latas de alumínio

Bisfenol A: A substância é utilizada na fabricação de produtos de plastico como brinquedos, mamadeiras e copos e, por isso, é comum a exposição de crianças ao composto
Bisfenol A: A substância é utilizada na fabricação de produtos de plastico como brinquedos, mamadeiras e copos e, por isso, é comum a exposição de crianças ao composto (Thinkstock)
A exposição ao bisfenol A (BPA), um composto químico utilizado frequentemente na fabricação de produtos de plástico e latas de alumínio que condicionam alimentos, pode estar relacionada a um maior risco de doenças renais e cardíacas em crianças, concluíram pesquisadores americanos. Esse achado faz parte de um estudo desenvolvido na Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, e publicado nesta quarta-feira na revista Kidney International.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Bisphenol A exposure is associated with low-grade urinary albumin excretion in children of the United States

Onde foi divulgada: revista Kidney International

Quem fez: Leonardo Trasande, Teresa Attina e Howard Trachtman

Instituição: Universidade de Nova York, Estados Unidos

Dados de amostragem: 710 jovens de seis de 19 anos de idade

Resultado: Crianças e adolescentes com maiores níveis de bisfenol A na urina também têm as maiores concentrações de albumina na urina. Essa proteína está associada a um maior risco de doenças renais precoces e de problemas cardíacos na idade adulta.
Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após analisar os dados de 710 crianças e adolescentes americanos que tinham entre seis e 19 anos de idade. As informações incluíam a concentração, na urina dos jovens, de BPA e de uma proteína chamada albumina, que se acumula quando os rins estão danificados. Altos níveis da proteína na urina de crianças estão relacionados a doenças renais precoces e um maior risco de problemas cardíacos ao longo da vida.
Após levar em consideração outros fatores, como nível socioeconômico, etnia, idade peso e sexo, os pesquisadores compararam os níveis de BPA e de albumina na urina dos participantes. As conclusões mostraram que as crianças e adolescentes com os maiores níveis de BPA na urina foram aqueles que também apresentaram a maior concentração da proteína.
Leia também: Como manter o bisfenol A longe de seu filho

Duplo prejuízo — A albumina serve como um marcador biológico (substância medida para detectar alguma doença ou desequilíbrio no organismo) para uma doença renal precoce. No entanto, explicam os autores do estudo, ter um rim danificado pode significar dificuldade em filtrar moléculas grandes, como é o caso da albumina. Assim, essas crianças, quando atingirem a idade adulta, podem passar a apresentar baixos níveis da proteína na urina — e esse quadro está relacionado a problemas como disfunção dos vasos sanguíneos, maior risco de hipertensão, diabetes ou doença cardíaca.
 “Apesar dos resultados, ainda não podemos confirmar definitivamente que o BPA contribui com doenças renais e cardíacas em crianças, mas podemos afirmar que o nosso estudo acrescenta mais informações a outras pesquisas já feitas antes sobre os possíveis prejuízos do composto. Além disso, apoia iniciativas que busquem reduzir a exposição de crianças à substância”, diz Leonardo Transade, um dos autores da pesquisa.
Leia também:
Exposição ao bisfenol A pode provocar doenças cardíacas a longo prazo
Estudo liga bisfenol a obesidade em crianças nos EUA

Bisfenol A ligado a distúrbio hormonal em grávidas e bebês

Substância perigosa — De tempos em tempos, são divulgados os resultados de pesquisas científicas que olham para os efeitos do bisfenol A. Esses estudos já relacionaram a substância a alterações do sistema endócrino, predisposição ao desenvolvimento de tumores, infertilidade, câncer de mama e de intestino, puberdade precoce, obesidade, Síndrome de Down e hiperatividade. Por esse motivo, e com o objetivo de reduzir o contato dos bebês com tal substância, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu, em setembro de 2011, a comercialização de mamadeiras com a presença de bisfenol A no mercado brasileiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário