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1.11.2013

Faixa anuncia proibição da venda de crack na Favela Parque União


Rio -  A Favela Parque união, na Zona Norte do Rio, amanhaceu nesta sexta-feira com uma faixa, que teria sido colocada por traficantes locais, informando que não se vende mais crack na comunidade.
Nesta quinta, o menino Rafael Felipe Ribeiro, de 10 anos, que era usuário do entorpecente, morreu atropelado na Avenida Brasil, tentando fugir de uma operação da Secretaria de Assistência Social (SMAS) para repreender os usuários da droga na cracolândia próxima à comunidade.
Faixa informa que está suspensa a venda de crack na favela | Foto: Fábio Gonçalves / Agência O Dia
Faixa informa que está suspensa a venda de crack na favela | Foto: Fábio Gonçalves / Agência O Dia
Nesta sexta-feira, mesmo após a tragédia com o menino Rafael, os usuários de crack continuam ocupando as margens da Avenida Brasil, na altura da favela. Alheios ao perigo, eles consomem drogas à luz do dia, sem ser incomodados pela polícia.
Menino atropelado não voltava para casa há nove dias
De acordo com a Secretaria de Assistência Social, o tio da vítima informou que um irmão de Rafael, de 14 anos, esteve na cracolândia na última quarta para tentar convencer o menino a retornar para casa, de onde ele havia saído há nove dias.
O tio disse ainda que o pai da vítima já faleceu e que a mãe também é usuária de drogas. A família chegou a ser cadastrada no programa Bolsa Família, mas perdeu o benefício por não comparecer ao Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) do município e não apresentar frequência escolar dos filhos.
Usuários de crack ocupam o canteiro central das pistas da Avenida Brasil | Foto: Fábio Gonçalves / Agência O Dia
Usuários de crack ocupam o canteiro central das pistas da Avenida Brasil | Foto: Fábio Gonçalves / Agência O Dia
A mãe de Rafael, Renata Ribeiro, de 38 anos, negou que o filho usasse crack. “Ele nunca se envolveu com crack. Só fazia uso de maconha. Cansei de ir atrás dele nas ruas, mas ninguém foge ao seu destino. As pessoas querem me difamar. Só eu sei a dor que sinto. Perdi um filho”, se defende.
Segundo a secretaria, o menino era morador da comunidade Vila Cruzeiro, na Penha. O órgão informou que toda a estrutura da Secretaria foi utilizada para identificar a vítima e localizar a família.

Equipes da SMAS levaram a mãe e o tio da criança ao Instituto Médico Legal para a identificação e liberação do corpo. A SMAS declara ainda que está prestando auxílio psicológico aos familiares, que vivem em situação de extrema pobreza, e financeiro para o funeral.
De acordo com testemunhas, o acidente ocorreu por volta das 4h45 no momento em que a criança corria pela via junto com usuários de crack durante uma operação da Secretaria Municipal de Assistência Social a 500 metros do acesso a Ilha do Governador.
Em junho do ano passado, traficantes das favela do Jacarezinho, Mandela e Manguinhos, na Zona Norte, fizeram uma ação parecida. Em postes e muros da região, onde existem as maiores cracolândias do Rio, cartazes foram afixados com os seguintes dizeres: “Em breve a venda de crack será proibida nesta comunidade”.

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