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1.20.2013

Usuários de cocaína imunes ao vício têm anatomia do cérebro diferente

Quem consegue usar apenas por recreação tem lobo frontal avantajado; dependentes têm perda

O Globo

Cocaína: pessoas imunes à dependência têm anatomia cerebral diferente, informa pesquisa de Cambridge
Foto: Agência O Globo
Cocaína: pessoas imunes à dependência têm anatomia cerebral diferente, informa pesquisa de Cambridge Agência O Globo
RIO- Pessoas que consomem cocaína por vários anos sem se tornarem viciadas têm uma anatomia cerebral diferente daquelas que desenvolveram dependência, afirmam pesquisadores. Um novo artigo científico, publicado pela Universidade de Cambridge, descobriu que usuários recreativos que não desenvolveram o vício têm o lobo frontal do cérebro maior.
A parte do cérebro em questão é responsável pelo autocontrole de comportamento, conforme diz a pesquisa, publicada na “Biological Psychiatry”. Para o estudo, liderado por Karen Ersche, indivíduos que usaram cocaína regularmente passaram por um escaneamento cerebral e uma série de testes de comportamento. A maioria dos usuários pesquisados era viciada.
Os pesquisadores descobriram que a região do lobo frontal, conhecido por estar envolvido nas tomadas de decisão e autocontrole, estava “anormalmente maior” nos usuários apenas por recreação. Os cientistas de Cambridge sugerem que esse crescimento anormal na massa cinzenta — o qual acreditam ter ocorrido antes do consumo da droga — pode refletir da resiliência aos efeitos da cocaína, inclusive ajudando os usuários recreativos a controlarem o uso e minimizar os riscos de ficar viciados.
Os cientistas descobriram também que a mesma região cerebral estava significativamente reduzida em pessoas dependentes da droga, confirmando pesquisas anteriores que encontraram resultados semelhantes. Os especialistas acreditam que, pelo menos em alguns casos, a perda de massa cinzenta ocorreu por causa do uso do entorpecente.
De acordo com Ersche, do Instituto de Neurociência clínica e Comportamental da universidade, no caso dos usuários que não são viciados, o nível educacional mais elevado, histórico familiar menos problemático e início do hábito depois da puberdade podem ter influência na imunidade ao vício.

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