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2.02.2013

Anvisa libera pele doada para as vítimas de Santa Maria (RS)



Uma força-tarefa organizada de forma emergencial pela Anvisa recebeu, nesta segunda-feira (28/1), as doações em pele humana e de membrana amniótica feitas pelos governos da Argentina e do Uruguai para socorrer as vítimas do incêndio na boate Kiss em Santa Maria (RS), ocorrido no último domingo (27/1). A pele e a membrana são empregadas para recuperar partes do corpo atingidas pelas chamas. 

A doação encaminhada de Buenos Aires  entrou pelo aeroporto da capital gaúcha às 14h  e foi liberada pela Anvisa às 15h, para seguir aos hospitais onde estão internados os sobreviventes da tragédia. A carga vinda de Montevidéu desembarcou no mesmo aeroporto, o Salgado Filho, às 21h, e recebeu a liberação da Agência às 21h40.

O Uruguai encaminhou 2.400 centímetros cúbicos de pele humana e 7.328 centímetros cúbicos de membrana amniótica. A Argentina enviou 10 mil centímetros cúbicos de pele e 20 mil centímetros cúbicos de membrana. Não é possível determinar quantos pacientes serão beneficiados, pois a necessidade depende da extensão da queimadura.

Em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (29/1), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que há 65 vítimas do incêndio internadas em hospitais de Santa Maria, das quais 27 em estado grave, e outros 53 pacientes atendidos na rede  hospitalar de Porto Alegre. O número oficial de mortes divulgado nesta tarde é de 234 pessoas.

O país conta com três  bancos de pele localizados, respectivamente, no Instituto de Medicina Integral de Pernambuco Professor Fernando Filgueiras (Imip), em Recife;  no Hospital  das Clínicas da Universidade Federal de São Paulo (HC-USP); e na Santa Casa da Misericórdia de Porto Alegre. A quantidade de bancos de pele do país é determinada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

Os estoques do banco de pele da Santa Casa da Misericórdia de Porto Alegre foram insuficientes para atender os 118 pacientes encaminhados aos hospitais da cidade e atendidos em Santa Maria.  A instituição recebeu, além das doações dos  governos da Argentina e do Uruguai, o envio de pele e membrana do Hospital das Clínicas da USP e do Imip.  

A Anvisa pode liberar as doações encaminhadas pelos países vizinhos em tempo recorde porque existe uma resolução da Agência, a RDC 81, publicada em 2008, que prevê a celeridade do processo de liberação de materiais biológicos em situações emergenciais. A previsão está no item 5 da Seção I da RDC 81/2008.

Os bancos de Montevidéu e de Buenos Aires são reconhecidos pela qualidade técnica e cooperaram para reforçar os estoques brasileiros pela dimensão da tragédia ocorrida na cidade gaúcha e o impressionante número de atingidos por queimaduras.


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Imprensa/Anvisa

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