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2.17.2013

Mulheres devem pesar prós e contras da pílula

Agências reguladoras estão revisando estudos sobre contraceptivos orais após casos de efeitos colaterais fatais

Rio -  A proibição na França da pílula Diane 35, receitada contra acne, e também como anticoncepcional, acendeu a luz vermelha para contraceptivos orais, incluindo os mais modernos, como Yasmin e Yaz, bem conhecidos por aqui. O motivo do alerta é que esses fármacos aumentam o risco de coágulos no sangue — doença letal. Diante disso, e dos últimos registros de mortes supostamente associadas às pílulas, na Europa e nos Estados Unidos, mulheres se perguntam se vale a pena tomar os comprimidos.
Foto: Arte: O Dia
Clique na imagem acima para ver o infográfico completo | Arte: O Dia
O perigo das pílulas é conhecido há anos, mas agora a Agência Europeia de Medicamento (EMA) e o FDA (órgão americano que regula fármacos e alimentos) decidiram revisar os estudos sobre esse tipo de contraceptivo, e analisar as queixas de usuárias. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária acompanha o debate para saber quais medidas vai tomar.
Para ginecologistas brasileiros, por enquanto, não há motivo para preocupação. Porém fumantes e mulheres com história de trombose devem consultar seus médicos.
A própria EMA alertou que as mulheres não devem trocar suas pílulas por conta própria porque a chance de sofrer um acidente vascular é maior no primeiro ano de uso. Ao trocar o contraceptivo oral sem orientação médica, voltará a correr risco.
A comerciante Patricia Aguiar, de 36 anos, casada, duas filhas, prefere outro método. Ela já tomou pílula e há dez anos usa o anel vaginal. Apesar de esse método conter hormônios das pílulas, ela acha mais seguro para a saúde. “Não tenho que ficar me preocupando em lembrar do comprimido todos os dias. O anel só precisa ser usado uma vez ao mês. Você mesmo coloca e retira o anel. E acho que a pílula diária deixa a mulher mais inchada”.
MAIS OPÇÕES DE CONTRACEPTIVOS
DIAFRAGMA
Anel macio de borracha ou silicone flexível, que deve ser colocado em todas as relações sexuais , cobrindo o colo do útero. O tamanho precisa ser medido por um médico. Assim como a pílula, não protege contra DSTs e HIV.

DIU
O dispositivo intrauterino é coberto por fio de cobre e colocado dentro do útero. É mais indicado para mulheres que já tiverem filhos. Pode ficar no útero por mais de dois anos. É preciso de controle médico periódico. Não protege contra DSTs e HIV.

IMPLANTE
Pequena cápsula inserida sob a pele que libera hormônio contra a ovulação. Bom para quem esquece a pílula. Não protege contra DSTs e HIV.

INJEÇÃO
Funciona de forma semelhante à pílula. Só que os hormônios são injetados a cada mês ou três meses. Indicado para mulheres que costumam esquecer de tomar pílulas. Também existem adesivos contraceptivos. Dura uma semana. Não protege contra DSTs e HIV.

ANEL VAGINAL
Pequeno anel de plástico recoberto pelos hormônios da pílula, inserido na vagina. A eficácia é alta e há menor absorção de hormônio. De uso mensal. Algumas mulheres sentem o anel. Não protege contra DSTs e HIV.

CAMISINHA FEMININA
Como a camisinha masculina , é feita de látex e evita o contato do pênis com a vagina. Exige certo treino para usar da primeira vez.Protege contra DSTs.

Fumantes estão mais vulneráveis
O ginecologista Carlos Lowdes Dale, da Casa de Saúde São José, diz que o risco da pílula é pequeno. As primeiras tinham cerca de 150 microgramas (mcg) de estrogênio. Hoje há pílulas de até 15mcg. A chance de trombose diminui quanto menor a dose de estrogênio da droga.
O perigo é para fumantes. E mulheres com história de infarto, trombose e derrame precisam de avaliação rigorosa. “O risco de trombose é quatro vezes maior em mulheres que tomam pílulas do que nas não usuárias”, diz o ginecologista Renato Sá, do Hospital Icaraí. “É segura quando bem indicada”.

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