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3.15.2013

“APOPTOSE”

Apoptose é a "morte celular programada (a definição correta é "morte celular não seguida de autólise"), um tipo de "auto-destruição celular" que ocorre de forma ordenada e demanda energia para a sua execução (diferentemente da necrose). Está relacionada com a manutenção  da homeostase e com a regulação fisiológica do tamanho dos tecidos, mas pode também ser causada por um estímulo patológico (como a lesão ao DNA celular). O termo é derivado do grego, que se referia à queda das folhas das árvores no outono - um exemplo de morte programada fisiológica e apropriada que também implica renovação.

Chega, com o atraso de dez anos ao Brasil, o livro Sexo e as Origens da Morte, de William R. Clark, professor de imunologia e biologia molecular da Universidade da Califórnia (EUA).

O tema central do livro pode ser chocante, mas é absolutamente real: somos biologicamente programados para morrer. E somos programados para morrer porque fazemos sexo. Imortais são apenas as bactérias! Várias tradições religiosas falam de uma época ancestral, anterior ao pecado, em que o homem não conhecia a morte. Clark demonstra, com efeito, que só as bactérias conhecem esse paraíso. O cientista aplica, na verdade, as teses do zoólogo britânico Richard Dawkins, expostas no clássico “O Gene Egoísta”.

Segundo Dawkins, o homem nada mais é que uma máquina de replicação genética a serviço do DNA. Diz Clark que, passada a idade reprodutiva, a manutenção do corpo torna-se cara. As células reprodutivas já tiveram a chance de cumprir sua missão. Portanto, não há mais sentido em conservar as demais células, que deixam de se renovar. As células velhas acabam morrendo, em um processo chamado “apoptose” – uma morte programada, verdadeiro suicídio celular.

Aos poucos, o corpo como um todo, vai envelhecendo. E também morre. Os seres assexuados que povoaram os mares primitivos do planeta morriam só por acidente. Os parentes próximos desses seres primevos são as bactérias que, em ambiente de cultura em laboratório se reproduzem infinitamente.

A diferença da bactéria para o homem é que ela é a sua própria célula reprodutiva. Basta realizar uma divisão celular para criar outra bactéria idêntica.

Seres pluricelulares como o homem são muito mais complexos e necessitam articular as células germinativas (espermatozóide e óvulo) através do ato sexual. Feito isso, o que resta não tem necessidade mais de sobreviver, pois já cumpriu sua missão. Passada a fase reprodutiva, as células não se renovam mais, sobrevindo a morte.

Não é para menos que podemos observar que casais jovens e cheios de vida, logo após terem gerado o primeiro filho, já começam a apresentar os sinais da velhice.

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